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27 de agosto de 2025

35 policiais com fuzis para levar preso a velório

35 policiais com fuzis para levar preso a velório

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Após alegar “falta de contingente” para negar a condução do jovem Lucas Brasileiro, preso pelo 8 de janeiro, ao velório da avó na tarde desta terça-feira (26), a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) mudou os planos e decidiu fazer o deslocamento do preso.

Para isso, entretanto, empregou cerca de 35 policiais militares armados com fuzis. O número de agentes é apontado por familiares – a Seape-DF se recusou a informar a reportagem o efetivo empregado. Vídeos (veja ao final da reportagem) mostram os agentes com fuzis conduzindo Lucas Brasileiro até o túmulo da avó. O jovem fica apenas alguns minutos no local e já é conduzido de volta ao presídio, sem poder conversar com nenhum familiar.

A mudança de planos se deu após viralizar um vídeo do agropecuarista Evandro Brasileiro, pai de Lucas, afirmando que o ministro Alexandre de Moraes autorizou seu filho a deixar a prisão para prestar a última homenagem a avó Joanice, mas que a penitenciária negou o deslocamento por “falta de contingente”.

Segundo documento publicado na tarde desta terça e assinado pelo secretário de Estado de Administração Penitenciária, Wenderson Souza e Teles, a Penitenciária IV do Distrito Federal (PDF IV) não conseguiria realizar o deslocamento do rapaz.

“A saída do custodiado encontra-se condicionada à escolta policial, o que implica a necessidade de condições adequadas de segurança. Isso dificulta sobremaneira o atendimento ao pleito”, pontuou a Seape.

À Gazeta do Povo, o pai de Lucas contou que o caixão precisou ser transferido do salão para o cemitério por conta do atraso da chegada de Lucas. “Depois que rodou essa gravação que eu fiz eles mudaram de ideia e levaram o Lucas. Tivemos que segurar o velório, que já saiu do salão e ficou no cemitério de 16h às 18h42 quando o Lucas chegou, com mais de 35 policiais armados até os dentes”, conta Evandro.

A reportagem questionou a Seape-DF sobre qual seria o número exato de policiais envolvidos na escolta. “A Seape não publica informações que podem comprometer a segurança de operações da polícia penal”, respondeu o órgão.

A Gazeta do Povo também questionou sobre os motivos para a mudança de decisão quanto à condução do preso ao velório. “A Seape informa que cumpriu decisão judicial ao realizar a escolta do custodiado até o velório na tarde desta terça-feira (26). O procedimento transcorreu sem intercorrências, e o custodiado foi reconduzido à carceragem ao final”, respondeu.

Veja abaixo o vídeo da chegada de Lucas ao velório:

Quem é Lucas Brasileiro, preso pelo 8 de janeiro

Lucas Costa Brasileiro está preso há dois anos por participação dos atos do 8 de janeiro de 2023, sem provas de ter cometido crime. Ele é casado e tem duas filhas, uma delas bebê, privadas da convivência com o pai.

O rapaz foi condenado a 14 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a família, ele teria entrado no Palácio do Planalto para se proteger das bombas de gás lacrimogêneo durante os atos de 8 de janeiro de 2023. “O Lucas chegou na Esplanada às 17h40 porque estava fazendo um concurso público, e foi preso por volta das 18h”, relata o pai. Nos autos, não há provas de que ele tenha participado de qualquer ato de depredação na Praça dos Três Poderes.

O jovem permaneceu no Complexo Penitenciário da Papuda até 19 de agosto do ano passado. Ele saiu com tornozeleira eletrônica, cumprindo os requisitos para liberdade provisória, mas foi preso novamente em sua residência por suposto “risco de fuga” após outros envolvidos nos atos do 8 de janeiro deixarem o Brasil.

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Fonte. Gazeta do Povo

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