
Ano novo, vida nova! É chegada a hora de fazer planos de uma rotina mais leve e saudável — e traçar estratégias com o pé no chão para tirar as metas do papel e não chegar ao fim de 2026 desapontada.
Mas além de cultivar bons hábitos e priorizar o bem-estar, há também a parte mais prática da saúde que muita gente tem deixado de lado.
Quando foi a última vez que você fez seus exames de rotina? E sua mãe, sua avó, suas tias, primas e amigas? Você sabia que chegou uma nova vacina para grávidas no SUS? E que há um novo teste que substitui o papanicolau?
Com base nas últimas novidades da ciência, reuni oito dicas para você e as mulheres da sua vida não caírem em furadas e terem um ano com saúde para dar e vender. Confira!
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1. Não deixe de fazer sua mamografia
A Sociedade Brasileira da Mastologia recomenda que a mamografia seja feita anualmente por mulheres de 40 a 75 anos. Para quem está fora dessa faixa etária, a necessidade de rastreamento deve ser averiguada individualmente por um médico de confiança, levando em consideração o histórico familiar e outros fatores de risco de cada pessoa.
No SUS, o rastreamento é diferente. O Ministério da Saúde recomenda que o exame seja feito a cada dois anos em mulheres de 50 a 74 anos. Aquelas que estão em seus 40 podem fazer a mamografia após consulta e indicação médica.
O exame permite diagnosticar precocemente o câncer de mama e, assim, aumentar as chances de intervenção e cura da doença.
2. Dê um fim ao HPV
Outro exame de rotina bastante conhecido é o papanicolau, mas ele está caindo em desuso. Em 2026, o teste de DNA-HPV começará a ser implementado no SUS.
O exame, já disponível em unidades de referência nas redes pública e privada, é muito mais preciso do que o antecessor, podendo flagrar o papilomavírus humano (HPV) no colo do útero até 10 anos antes de um tumor aparecer na região.
A forma de coleta é a mesma que a do papanicolau: secreções do colo do útero são colhidas por uma escovinha em um procedimento rápido e, geralmente, indolor. Chegando no laboratório é que a magia acontece: o teste é capaz de identificar se há ou não presença de material genético do vírus na amostra.
Se der positivo, calma, o resultado não é um diagnóstico de câncer. Mas será preciso continuar investigando, com exames complementares, qual tipo de HPV te infectou e que tipo de lesão ele provocou.
Se der negativo, o teste deve ser refeito em cinco anos. Todas as mulheres de 25 a 64 anos devem fazê-lo.
Além disso, o Ministério da Saúde acabou de anunciar que continuará disponibilizando, em 2026, a vacina contra o HPV no SUS para meninas e meninos de 15 a 19 anos que ainda não se imunizaram.
A dose é única e capaz de prevenir o câncer de colo de útero, pênis, ânus, vulva, vagina, boca e garganta.
3. Faça seus exames em grupo
Falta de tempo, falta de alguém para ficar com as crianças ou com os idosos, falta de informação, medo do resultado… esses são alguns motivos pelos quais as mulheres adiam exames de rastreamento.
Combine com as mais próximas de passarem juntas por esse momento ou se prontifique a ajudá-las a tirar esse tempo para cuidar de si. Como encoraja a cineasta Clélia Bessa, produtora do filme Câncer com Ascendente em Virgem (2025), adote uma mulher!
4. Está grávida? Tem vacina para você!
Neste mês de dezembro, começou a ser distribuída no SUS a vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), causador da bronquiolite, uma das principais causas de internação e pneumonia entre bebês. E são as mães que recebem o imunizante!
A dose única deve ser aplicada a partir da 28ª semana de gestação. A vacina gera anticorpos que combatem o vírus na mãe e que são passados para o bebê, que, então, nasce já protegido contra o VSR.
5. Não quer engravidar? Mais formas de se proteger
Em 2025, o Ministério da Saúde incluiu no SUS o implanon, um implante contraceptivo que é colocado abaixo da pele para liberar o etonogestrel, um hormônio que inibe a ovulação.
Ele age por até três anos e sua taxa de falha é de apenas 0,05%. Ou seja, o risco de engravidar usando esse método é extremamente baixo. Mas, se você mudar de ideia e quiser ter filhos, é só retirar o implante que a fertilidade logo volta.
Por isso, ele é considerado, junto com os dispositivos intrauterinos (DIUs), um método de contracepção reversível de longa ação (Larc, na sigla em ingles).
Esse tipo de contraceptivo é recomendado até para adolescentes, pelo baixo risco de efeitos adversos e alta eficácia na prevenção de gestações indesejadas.
Segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), a procura por esses métodos na rede privada cresceu 33% nos últimos cinco anos.
6. Tem algo incomodando? Procure um especialista real
Você sempre traz a mesma queixa para o consultório e sente que não é ouvida? Talvez seja a hora de buscar outra opinião. Sites de entidades médicas podem ajudar a encontrar o profissional ideal, como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a Sociedade Brasileira de Endometriose e Cirurgia Minimamente Invasiva (SBE) e o Conselho Federal de Medicina.
Para saber se o médico é realmente especialista, verifique se ele tem Registro de Qualificação de Especialidade (RQE), que é um número dado àqueles que comprovam residência em uma área específica da medicina ou título de especialista emitido pela Associação Médica Brasileira (AMB).
Os números podem ser consultados no site do CFM ou dos Conselhos Regionais de Medicina. Todo profissional deve informar em suas redes sociais, também, o CRM e/ou RQE.
É importante pontuar também que nem tudo que dizem ser especialidade é, de fato, uma. “Hormonologia”, “Medicina Personalizada”, “Medicina de Precisão”, “Medicina do Emagrecimento”, “Medicina Integrativa”, “Medicina Ortomolecular”, entre outros termos, não são especialidades médicas reconhecidas no Brasil.
7. Fique longe da testosterona
Não há embasamento científico que justifique a alta procura por tratamentos a base de testosterona e outros hormônios anabolizantes entre o público feminino.
De jovens mães cansadas até mulheres maduras vivendo o climatério, todas viraram alvo de propagandas de “terapias” que trazem mais malefícios do que benefícios.
Para alertar a população, entidades médicas publicaram uma nota ressaltando que não há indicação para dosar testosterona no sangue da mulher a fim de diagnosticar deficiência (afinal, ter pouca testosterona é o estado normal e saudável do nosso corpo), não existe formulação de testosterona aprovada pela Anvisa para uso em mulheres e a única indicação do hormônio para nós é quando há transtorno do desejo sexual hipoativo (TDSH) na pós-menopausa.
Leia o alerta completo no site da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).-
8. Proteja sua saúde mental e financeira
Estudos têm mostrado que mulheres jovens e de classe média são maioria entre os novos usuários de plataformas de aposta. Não caia nessa!
Segundo a pesquisa A Saúde dos Brasileiros em Jogo, produzida pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), jogos de azar e apostas online geram um prejuízo social de quase R$ 39 bilhões por ano ao país.
Para conter o problema, os Ministérios da Saúde e da Fazenda criaram uma plataforma governamental onde você pode cadastrar o seu CPF para impedir a si mesma (ou outros) de entrar em aplicativos e sites de aposta. Basta seguir o passo a passo da Plataforma Centralizada de Autoexclusão.
Essas foram as dicas para cuidar da saúde em 2026! Bom ano!
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Fonte.:Saúde Abril


