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20 de agosto de 2025

Alice Monte Líbano evoca memórias de uma…

Alice Monte Líbano evoca memórias de uma…

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Uma instituição gastronômica da cidade que funcionou na região da Rua 25 de Março, o restaurante Monte Líbano está de volta. Agora, com novo nome. Chama-se Alice Monte Líbano, funciona na Vila Olímpia e não tem mais a presença da fundadora, a libanesa Alice Maatouk (1934-2020), mas traz pratos originalmente elaborados por essa notável representante da culinária árabe — eleita personalidade gastronômica por VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2015.

Dona Alice era costureira na sua zgharta natal e veio para São Paulo encontrar o noivo Halim Maatouk, que imigrara antes dela. Em 1973, surgiu a oportunidade de montar o negócio na Rua Cavalheiro Basílio Jafet, onde funcionou até 2022.

Sem a matriarca, o endereço árabe transformou-se em delivery naquele mesmo ano e em restaurante em 2023.

Filha e sucessora, Regina Maatouk, que agora tem como sócio Nelson Rabello Filho, adaptou as receitas e criou fichas técnicas para padronizá-las, como contou na visita que fiz ao restaurante. “Não tínhamos nada anotado. Minha mãe fazia tudo intuitivamente”, revela.

Mulher segurando prato verde e sorrindo
Regina Maatouk: receitas da mãe no Alice Monte Líbano (Ligia Skowronski/Veja SP)

Os resultados são bons. Mas aquele toque pessoal, como nas receitas caseiras sem medidas precisas, fazia do Monte Líbano um lugar único, com uma versão rara da tal cozinha de afeto — nada a ver com o storytelling adotado por alguns restaurantes e propagado por influenciadores. Aliás, cozinha afetiva é uma das maiores fake news da gastronomia.

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Isso posto, vamos ao menu do Alice Monte Líbano. O trio de pastas (R$ 52,50) compõe-se de coalhada seca de acidez tranquila, homus sem excesso de tahine e babaganuche que ganharia pontos com um defumado mais presente.

Três potinhos pequenos com molhos e pão pita ao lado
Alice Monte Líbano: trio de pastas típicas para abrir o apetite (Ligia Skowronski/Veja SP)

Das esfirras, despertam o apetite a aberta de coalhada com o mix de especiarias zátar (R$ 12,50) e a ótima versão de massa folhada com carne (R$ 14,50).

Sedoso e vermelhinho, o quibe cru (R$ 42,00, meia-porção; R$ 59,80, inteira) vem com cebolas branca e roxa mais hortelã crus para misturar à mesa.

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Prato verde com carne crua e cebolas
Alice Monte Líbano: quibe cru com cebolas branca e roxa (Ligia Skowronski/Veja SP)

Os charutos de uva (R$ 36,50 ou R$ 59,80), embora sem aquele toque de limão mais acentuado do passado, continuam perfeitamente enrolados. A cafta (R$ 62,50) ainda traz aquela exuberância de ervas.

No arremate, o sorvete de creme é banhado por calda de figo turco e nozes (R$ 18,50), outra marca de dona Alice.

Ajustada aos novos tempos, a casa não oferece mais o rodízio árabe, um banquete de delícias que fazia do Monte Líbano uma festa.

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Avaliação: BOM (✪✪✪)

Alice Monte Líbano
Alameda Raja Gabaglia, 143, Vila Olímpia, telefone 2640-5505. 11h30/14h30 (sáb. até 15h30; fecha dom.). Tem acessibilidade. $

Publicado em VEJA São Paulo de 28 de março de 2025, edição nº 2937.

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Fonte.: Veja SP Abril

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