Aminoácido fabricado naturalmente pelo corpo humano, a glutamina se tornou mais uma opção de suplemento no mercado para os frequentadores de academia. Também passou a ser ingrediente dos famosos “shots da imunidade“.
Ela é vendida com a promessa de reforçar o sistema imunológico e proteger contra o dano muscular, como o causado pelos exercícios, mas a ciência ainda não comprovou nenhum desses benefícios.
Diferente de suplementos como a creatina, a glutamina contém algumas calorias. Por isso, podem surgir dúvidas quanto à possibilidade de ganhar peso durante o uso do suplemento.
Saiba, a seguir, se consumir glutamina engorda e entenda a ação da substância no organismo.
Glutamina engorda?
Quem deseja usar a glutamina como suplemento para atividades físicas pode se perguntar se o aminoácido leva a aumento de peso.
Essa ideia surge porque, na tabela nutricional, é possível notar que a glutamina tem valor calórico. No entanto, as quantidades indicadas do suplemento não representam uma grande mudança na dieta: um scoop – equivalente a uma colher de chá de 5 gramas – de glutamina tem cerca de 20 calorias.
As pesquisas tampouco demonstram diferenças significativas no ganho de massa muscular entre quem usa e não usa a glutamina. Alguns estudos até demonstraram perda de peso com o uso do aminoácido. Suplementar também não traz benefícios em performance ou composição corporal. Outros tipos de produto são mais efetivos para quem treina.
+Leia também: Mito ou verdade: creatina engorda?
É recomendado suplementar glutamina?
A glutamina é um dos aminoácidos mais abundantes no organismo. A maior parte é produzida pelo próprio corpo, e o restante é ingerido por meio da alimentação: carne, leite e derivados, tofu, feijões e beterraba contêm o nutriente. Ou seja, com uma dieta bem equilibrada, você já está garantindo níveis saudáveis de glutamina.
A hipótese de que a glutamina poderia melhorar o processo de recuperação muscular ou apoiar a função imunológica do corpo vem de achados em pessoas doentes. Quando o corpo se desgasta, seja por causa de traumas, infecções, queimaduras e cirurgias, a quantidade de glutamina no organismo diminui. Os níveis do aminoácido também podem baixar após praticar exercícios muito extenuantes.
No entanto, a lógica inversa, de que suplementar a glutamina poderia prevenir esse quadro de estresse no organismo, ainda não foi totalmente confirmada pela ciência. A glutamina até é utilizada no ambiente hospitalar, com algumas evidências de benefícios a pacientes graves em recuperação. Isso acontece porque a glutamina atua sobre o intestino, reduzindo o risco de infecções.
Mas para atletas ou praticantes de atividade física, não existem estudos relevantes comprovando que o suplemento proteja contra danos musculares ou traga vantagens para o sistema imune.
Em resumo, ainda não há evidências suficientes para recomendar a suplementação com glutamina. Você dificilmente terá algum incremento nos resultados ao adicionar a substância na rotina.
Ela não pode ser utilizada por crianças, grávidas ou lactantes. Consulte um médico antes de adicionar qualquer suplemento à dieta. A glutamina pode ainda agravar problemas no fígado e interagir com medicamentos.
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Fonte.:Saúde Abril