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16 de junho de 2025

Por que tomamos vinhos? | VEJA SÃO PAULO

Por que tomamos vinhos? | VEJA SÃO PAULO

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Desde os primórdios da civilização, quando o homem mal compreendia as estações do ano, ele já cultivava videiras. E antes mesmo de escrever sua própria história, já fermentava uvas. O vinho nasceu com o mundo antigo e se confunde com a própria ideia de cultura. Mas por que bebemos vinho? E por que, uma vez iniciados, quase nunca o deixamos de vez?

Tomamos vinho, antes de tudo, porque queremos sentir algo. Não é por sede. Nem apenas por prazer. O vinho, como disse o poeta romano Horácio, é capaz de libertar verdades que a razão esconde.

Ele não apenas aquece o corpo: aquece a linguagem, o riso, a conversa. O vinho não se bebe como se bebe qualquer outro líquido. Ele exige taça, gesto, tempo, atenção. É um ritual. E eles são fundamentais para a vida humana: marcam passagens, elevam o cotidiano.

 

 

Um brinde sela um contrato invisível de cumplicidade. Cada taça é um espelho do mundo: da terra, do clima, da história de quem o fez. O vinho nos coloca em contato com o tempo — tanto com o passado (de sua produção) quanto com o presente (da nossa experiência). É uma bebida que exige presença, quase como a meditação exige foco. Há quem lembre da avó pelo cheiro de bolo.

O enófilo traz na memória o aroma de um barolo. Beber é, muitas vezes, relembrar. Da viagem, do jantar, do beijo, da vitória, do reencontro. Por fim, bebemos vinho porque podemos. Porque queremos experimentar o melhor da vida — e sabemos que o melhor, às vezes, cabe em uma taça.

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O vinho nos reconcilia com a nossa natureza: cultural, sensível, sensorial. Nos reconecta com os outros e com nós mesmos. Talvez a humanidade um dia abandone o petróleo. Talvez deixe de comer carne. Talvez viva em cidades flutuantes. Mas enquanto houver humanos com alma, acredito que sempre haverá vinho.

Duas garrafas com fundo branco
Sugestões de rótulos (Reprodução/Divulgação)

Chandon Excellence Brut 2012
Elaborado com chardonnay e pinot noir, com doze meses de maturação. surpreende pela elegância e complexidade, com notas de frutas maduras, flores brancas e leve toque tostado. seu tempo estendido em autoclave proporciona cremosidade e perlage delicado. Aos treze anos, está no apogeu, mas ainda com potencial de guarda. R$ 229,90, na Evino.

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Fontanafredda D.O.C.G. Barolo 2022
De um produtor clássico, Fontanafredda, este barolo, de uma ótima safra, com 100% uvas nebbiolo, amadurece dois anos em tonéis de carvalho da Eslavônia. vermelho granada entre claro e escuro. Aromas de cereja, violeta, bosque úmido, tabaco, cedro. Paladar de médio-bom corpo, taninos finos, tem muita elegância e potencial de guarda. R$ 414,90, na Wine.

Publicado em VEJA São Paulo de 30 de maio de 2025, edição nº 2946.

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Fonte.: Veja SP Abril

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