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16 de junho de 2025

Humoristas saem em defesa de Léo Lins por condenação a 8 anos de prisão

Humoristas saem em defesa de Léo Lins por condenação a 8 anos de prisão

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Humoristas de renome na cena artística brasileira saíram em defesa do comediante Léo Lins após ter sido condenado a 8 anos e 3 meses de prisão por piadas contadas em uma apresentação gravada em 2022 que, supostamente, teriam violado os direitos da pessoa com deficiência e racismo.

A condenação foi tornada pública nesta terça (3) e inclui, ainda, o pagamento de uma multa equivalente a 1.170 salários mínimos e uma indenização de R$ 300 mil por danos morais coletivos.

A decisão, no entanto, foi vista como censura pelo meio artístico do humor e duramente criticada por personalidades como Danilo Gentili, Maurício Meirelles, Fabio Rabin, entre outros.

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Entre as críticas, a de Meirelles fez um paralelo com outro caso recente que ganhou as manchetes: a soltura do funkeiro carioca MC Poze do Rodo, que havia sido preso por suspeita de apologia ao crime e ligação com o tráfico de drogas.

“Já percebemos que, de fato, quem é a favor da liberdade de expressão do Poze do Rodo é contra a liberdade de expressão do Léo Lins”, disparou em uma rede social.

Maurício Meirelles foi além e fez um desabafo na rede social, afirmando que “se o assunto é prisão do Léo Lins, bebê reborn ou CPI das Bets, sinal que alguma coisa tá precisando muito desviar o foco”.

O mesmo tom foi adotado por Renato Albani, que afirmou que é “inacreditável ver como os valores são invertidos nesse país. Isso é o começo do fim”.

Já o humorista Danilo Gentili disse que também passou por situação semelhante, que espera pela prevalência do “bom senso” e que “piadas não geram gente morrendo, não geram intolerância, preconceito”. “São apenas piadas”, completou.

“Tem gente que usa a piada de forma negativa, para machucar o outro, fazer discurso de ódio. Mas, quando o cara está no palco fazendo um show para quem pagou, ele tem licença poética para fazer aquelas piadas”, defendeu Fabio Rabin em um vídeo nas redes sociais.

O ex-integrante do canal de humor Porta dos Fundos, Antonio Tabet, classificou a decisão como “absurdo”, “insanidade” e “desserviço”. “Espero que essa decisão completamente descabida seja revertida”, emendou.

“Humorista não é bandido”, pontuou o comediante Murilo Couto nas redes sociais.

A condenação de Léo Lins também foi criticada tanto no meio judicial como na política, classificada como um “regime autoritário”, entre outros.

A condenação reacendeu o debate em torno da chamada “lei antipiadas”, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023. A Lei 14.532/23 alterou dispositivos do Código Penal para ampliar penas em casos de manifestações consideradas discriminatórias — inclusive aquelas com caráter humorístico.

Na ocasião da votação, o texto foi aprovado com ampla maioria — 358 votos a favor e apenas 17 contrários.



Fonte. Gazeta do Povo

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