Condenado a oito anos e dois meses de prisão por estupro e resistência à prisão, o motorista de aplicativo Edilson Florêncio da Conceição, conhecido como Edilson Moicano, de 48 anos, deixou a prisão nesta segunda-feira (9) após decisão da Justiça do Ceará que o autorizou a responder pelo crime em liberdade.

O caso, que ocorreu em janeiro deste ano, em Fortaleza, voltou a repercutir após a vítima, a empresária Renata Coan Cudh, se manifestar publicamente pela primeira vez.

“Tudo que eu queria nesse momento era ter paz e tranquilidade, mas como eu vou ter isso sabendo que o cara está aí nas ruas?”, questionou a empresária em um vídeo publicado nas redes sociais.

A juíza da 5ª Vara Criminal de Fortaleza reconheceu a gravidade do crime, condenou Edilson pelo estupro, agravado pela condição de vulnerabilidade da vítima, e também por resistência à prisão.

Apesar disso, o réu vai poder aguardar o julgamento dos recursos em liberdade. O Tribunal de Justiça do Ceará destacou que a decisão atende um critério legal, já que autor do crime é réu primário e não tem maus antecedentes.

De acordo com registro da ocorrência, a empresária foi estuprada na saída de uma festa. Edilson foi preso em flagrante pela Polícia Militar estuprando a vítima em um matagal, em 19 de fevereiro.

De acordo com a polícia, a mulher havia aceitado uma corrida informal com o suspeito, que se passou por motorista de aplicativo. Ela chegou a tentar cancelar o trajeto ao ver que o aplicativo havia confirmado outra corrida, mas foi impedida de sair do carro.

A vítima relatou que foi imobilizada com um “mata-leão”, perdeu os sentidos e acordou já no matagal, sendo violentada. “Eu fui sequestrada, violentada, estrangulada até quase a morte num matagal. Eu não tive chance nenhuma de defesa. Me lembro de cada segundo do ar faltando. Foi Deus que enviou três policiais, que já estavam indo embora no final do turno, e que me salvaram”, relatou Renata.

A vice-governadora do Ceará, Jade Romero (MDB), se manifestou nas redes sociais sobre o caso. Em nota, ela prestou solidariedade à vítima e chamou a atenção para a impunidade nos casos de violência contra a mulher.

“A dor da Renata é de todas nós, mulheres. Mas deve ser também a dor de toda uma sociedade que diariamente vivencia a impunidade da violência de gênero. Somente com esforços conjuntos, de homens e mulheres, daremos respaldo legal para decisões mais duras e para construir culturalmente uma sociedade que respeite e proteja a todas nós. À Renata, meu abraço e minha solidariedade. Você não está sozinha. A todas as mulheres, reforço: nossa luta é coletiva. Seguimos juntas!”

A CNN tenta contado com a defesa de Edilson Florêncio.