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19 de junho de 2025

Israel ataca instalação nuclear no Irã – 19/06/2025 – Mundo

Israel ataca instalação nuclear no Irã – 19/06/2025 – Mundo

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Israel atacou uma importante instalação nuclear iraniana nesta quinta-feira (19) e mísseis iranianos atingiram um hospital israelense, enquanto o presidente Donald Trump mantém suspense sobre a participação dos EUA em ataques aéreos para destruir as instalações nucleares de Teerã.

Em uma semana de ataques aéreos e de mísseis contra seu principal rival, Israel eliminou o alto escalão do comando militar do Irã, danificou suas capacidades nucleares e matou centenas de pessoas, enquanto ataques retaliatórios iranianos mataram pelo menos duas dúzias de civis em Israel.

O exército israelense afirmou ter atacado o reator nuclear de Khondab, em Arak, no Irã, durante à noite, incluindo seu reator de pesquisa de água pesada parcialmente construído.

Reatores de água pesada representam um risco de proliferação nuclear porque podem facilmente produzir plutônio, que, assim como o urânio enriquecido, pode ser usado para fabricar o núcleo de uma bomba atômica.

A mídia iraniana relatou que dois projéteis atingiram uma área próxima à instalação, que havia sido evacuada, e não houve relatos de ameaças de radiação.

Israel também diz que atingiu um local na área de Natanz, que, segundo ele, contém componentes e equipamentos especializados usados para promover o desenvolvimento de armas nucleares.

Na manhã de quinta (madrugada no Brasil), vários mísseis iranianos atingiram áreas povoadas em Israel, incluindo um hospital na parte sul do país, de acordo com uma autoridade militar israelense.

Rastros de mísseis e tentativas de interceptação eram visíveis nos céus de Tel Aviv, com explosões ouvidas enquanto os projéteis eram interceptados. A mídia israelense também relatou impactos diretos no centro de Israel.

Os serviços de emergência informaram que cinco pessoas ficaram gravemente feridas nos ataques e dezenas de outras ficaram feridas em três locais diferentes. As vítimas estavam presas em um prédio em um bairro ao sul de Tel Aviv.

Cerca de uma dúzia de embaixadas e missões diplomáticas, principalmente europeias e africanas, estão localizadas a apenas algumas centenas de metros do ataque a Tel Aviv.

Imagens mostraram prédios bastante danificados em Ramat Gan, nas imediações da cidade israelense, e equipes de emergência prestando socorro aos moradores, incluindo crianças. O Centro Médico Soroka, em Bersheba, no sul de Israel, também relatou danos.

A Guarda Revolucionária do Irã disse que estava atacando a sede militar e de inteligência israelense perto do hospital. O pior conflito entre as duas potências regionais gerou temores de que atrairá potências mundiais e desestabilizará ainda mais o Oriente Médio.

Falando a repórteres do lado de fora da Casa Branca na quarta-feira (18), Trump se recusou a dizer se já havia tomado alguma decisão sobre se juntaria ou não à campanha aérea de Israel . “Posso fazer isso. Posso não fazer isso. Quer dizer, ninguém sabe o que vou fazer”, disse ele.

Em comentários posteriores, Trump afirmou que autoridades iranianas queriam ir a Washington para uma reunião. “Podemos fazer isso”, disse ele, acrescentando que “é um pouco tarde” para tais negociações.

O líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, repreendeu o apelo anterior de Trump para que o Irã se rendesse em um discurso gravado e exibido na televisão, sua primeira aparição desde sexta-feira.

“Qualquer intervenção militar dos EUA será, sem dúvida, acompanhada de danos irreparáveis”, disse ele. “A nação iraniana não se renderá.”

O Irã nega estar buscando armas nucleares e afirma que seu programa tem fins exclusivamente pacíficos. A Agência Internacional de Energia Atômica afirmou na semana passada que Teerã violou suas obrigações de não proliferação pela primeira vez em 20 anos.

Os ministros das Relações Exteriores da Alemanha, França e Grã-Bretanha planejam realizar negociações nucleares com seu colega iraniano na sexta-feira em Genebra para instar o Irã a retornar à mesa de negociações, disse uma fonte diplomática alemã à Reuters.

Israel, que não é parte do Tratado Internacional de Não Proliferação Nuclear, é o único país do Oriente Médio que se acredita possuir armas nucleares —porém não nega nem confirma isso.

APELO À DIPLOMACIA

Trump passou de propor um fim diplomático rápido para a guerra a sugerir que os Estados Unidos poderiam se juntar a ela.

Uma fonte familiarizada com as discussões internas disse que o mandatário e sua equipe estavam considerando opções que incluíam se juntar a Israel em ataques contra instalações nucleares iranianas.

Mas a perspectiva de um ataque dos EUA contra o Irã expôs divisões na coalizão de apoiadores que levou Trump ao poder, com parte de sua base pedindo para que ele não envolvesse o país em uma nova guerra no Oriente Médio.

Os democratas seniores do Senado dos EUA pediram ao presidente para que priorizasse a diplomacia e buscasse um acordo vinculativo para impedir que o Irã obtivesse armas nucleares, ao mesmo tempo em que expressaram preocupação com a abordagem de seu governo.

“Estamos alarmados com a incapacidade do governo Trump de fornecer respostas a questões fundamentais. Por lei, o presidente deve consultar o Congresso e obter autorização se estiver considerando levar o país à guerra”, disseram em um comunicado.

“Ele deve ao Congresso e ao povo americano uma estratégia para o envolvimento dos EUA na região.”

Em postagens nas redes sociais na terça-feira, Trump refletiu sobre matar Khamenei.

O presidente russo, Vladimir Putin, quando perguntado sobre qual seria sua reação se Israel matasse o líder supremo do Irã com a ajuda dos Estados Unidos, disse: “Eu nem quero discutir essa possibilidade. Eu não quero.”

Putin disse que todos os lados deveriam procurar maneiras de acabar com as hostilidades de uma forma que garantisse tanto o direito do Irã à energia nuclear pacífica quanto o direito de Israel à segurança incondicional do estado judeu.

Desde sexta-feira, o Irã disparou cerca de 400 mísseis contra Israel, dos quais cerca de 40 perfuraram as defesas aéreas, matando 24 pessoas, todas civis, de acordo com autoridades israelenses.

As salvas de mísseis iranianos marcam a primeira vez em décadas de guerra oculta que um número significativo de projéteis disparados do Irã penetrou as defesas, matando israelenses em suas casas.

O Irã relatou pelo menos 224 mortes em ataques israelenses, a maioria civis, mas não atualiza esse número há dias.

A agência de notícias ativista iraniana HRANA, sediada nos EUA, disse que 639 pessoas foram mortas nos ataques israelenses e 1.329 ficaram feridas até 18 de junho.



Fonte.:Folha de S.Paulo

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