As viagens se popularizaram muito, mas viajar ainda é uma privilégio dos mais abastados. Por isso, nao é de hoje que bancos e cartões de crédito investem nesse universo para tentar conquistar novos clientes. E nessa batalha, as salas VIP, originalmente um benefício das companhias aéreas aos seus clientes mais fiéis, se tornaram a principal isca dos cartões que querem ampliar sua fatia de mercado.

Para os paulistanos entrevistados pelo Datafolha na pesquisa Viaja São Paulo, quem tem mandado melhor nessa corrida é a Visa, eleita o melhor cartão de crédito internacional por 21% dos respondentes – tecnicamente no mesmo patamar do ano passado, quando venceu a mesma categoria com 19% dos votos. Principal concorrente da Visa, a Mastercard é a favorita de 15% dos entrevistados, repetindo sua marca do ano anterior.

No aeroporto de Guarulhos, por exemplo, quem tem um cartão Visa Infinite pode furar a longa fila da inspeção de segurança através de um caminho exclusivo chamado Fast Pass. E uma vez dentro da sala de embarque, a bandeira também oferece, desde 2022, o Visa Infinite Lounge, que foi sua primeira sala VIP própria no mundo todo e que, já no ano passado, dobrou sua capacidade de atendimento.

Como a demanda por comodidades em viagens não parece cessar, neste mês a Visa anunciou duas novidades que também estão aterrissando primeiro no mercado brasileiro: o lançamento do cartão Visa Infinite Privilege, exclusivo aos clientes de altíssima renda (algo na casa dos R$ 300 mil por mês, ou um patrimônio acima dos R$ 30 milhões) convidados pelos bancos emissores; e o Privilege Lounge, uma sala VIP exclusiva aos portadores do novo cartão, que não recebe mais do que 38 passageiros por vez, sempre com reserva.

O cartão também oferece uma ida gratuita por ano de helicóptero ao aeroporto, descontos para quem quiser repetir a dose e um lifestyle manager, uma espécie de concierge dedicado a conhecer o perfil do portador do cartão e conectá-lo, proativamente ou sob demanda, durante uma viagem ou não, a experiências “irreproduzíveis”.

“Clientes como esses podem pagar por praticamente tudo o que quiserem. Nós queremos oferecer o que o dinheiro não compra”, disse Nuno Lopes Alves, country manager da Visa do Brasil, numa quase cutucada no seu principal concorrente.

Com três lounges no aeroporto de Guarulhos, a Mastercard, aliás, tem a melhor sala VIP para 7% dos entrevistados pelo Datafolha –num empate técnico com a Visa, que recebeu 5% dos votos. As salas VIP da Latam e do Bradesco vêm em seguida, respectivamente com 4% e 3% das respostas.

Neste ano, a sala mais restrita da Mastercard, a The Club, também exclusiva aos clientes convidados pelos bancos emissores, também deve ser ampliada, de 140 m² para quase 500 m². O principal diferencial do espaço é o menu à la carte e o serviço, que se assemelha ao de um restaurante –tudo pode ser pedido ao garçom, até mesmo uma água.

Com três lounges no aeroporto de Guarulhos, a Mastercard, aliás, tem a melhor sala VIP para 7% dos entrevistados pelo Datafolha –num empate técnico com a Visa, que recebeu 5% dos votos. As salas VIP da Latam e do Bradesco vêm em seguida, respectivamente com 4% e 3% das respostas.

Neste ano, a sala mais restrita da Mastercard, a The Club, também exclusiva aos clientes convidados pelos bancos emissores, também deve ser ampliada, de 140 m² para quase 500 m². O principal diferencial do espaço é o menu à la carte e o serviço, que se assemelha ao de um restaurante –tudo pode ser pedido ao garçom, até mesmo uma água.

Mas o que chama mais atenção nos resultados é o surgimento de novas marcas na memória dos viajantes paulistanos –as respostas à pesquisa são espontâneas, ou seja, sem opções predefinidas. Neste ano, por exemplo, marcas como Nomad (2%), BTG Pactual (1%) e XP (1%) apareceram pela primeira vez nas respostas da categoria melhor cartão de crédito internacional, como também aconteceu no ano passado com Inter, Wise e C6 Bank (que em ambas as edições oscilaram entre 2% e 3% dos votos). Com exceção da XP e da Wise, todos os citados oferecem salas VIP próprias em Guarulhos.

Nos anos anteriores à pandemia, entre 2016 e 2019, as bandeiras (como Visa, Mastercard e Amex) dominavam a lembrança dos paulistanos nesta categoria, somando mais de 60% das respostas. Já nas edições mais recentes da pesquisa, feitas no ano passado e neste, e após um hiato de cinco anos por causa da pandemia, essa soma caiu para 45%, enquanto os próprios bancos e fintechs (que não são concorrentes, mas sim clientes das bandeiras), têm aparecido na disputa –o que mostra a força desse tipo de benefício para estreitar a relação entre o universo financeiro e seus clientes viajantes.