O Nordeste tem um apelo turístico especial —é a região que 53% dos brasileiros consideram a preferida para viagens e lazer, segundo pesquisa do Ministério do Turismo. A evolução dos aeroportos nordestinos ajuda a conquistar os visitantes.

Invicto em cinco edições, com 16% das menções em 2025, o Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães, na capital baiana, o Salvador Bahia Airport, é administrado pela francesa Vinci Airports desde 2018. Em sete anos, R$ 700 milhões foram investidos.

“O aeroporto de Salvador era considerado o pior do Brasil. Quando ocorreu o leilão, o único lance foi o nosso, mas a Vinci acreditava no potencial”, lembra Julio Ribas, presidente do terminal.

Segundo o executivo, a conexão entre a população e o Salvador Bahia Airport é fruto da política global da Vinci. “Acreditamos que um aeroporto deve refletir a cultura do lugar. Aqui, em Salvador, você encontra a comida e o artesanato local e pode experimentar uma poltrona-rede na praça central da área de embarque. Viajar de avião demanda grande investimento, inclusive emocional, e essa experiência não merece ser tratada como commodity.”

Em função da margem de erro da pesquisa, o Aeroporto Internacional de Recife-Guararapes, que conquistou 15% das menções, empatou em primeiro lugar. Sob administração da espanhola Aena desde 2019, que investiu cerca R$ 1,2 bilhão, o terminal recebeu 9,5 milhões de passageiros em 2024 e deve ultrapassar os 10 milhões este ano, segundo o diretor Diego Moretti.

O terminal de passageiros teve o espaço ampliado em 40% e já oferece voos diretos para 11 destinos internacionais. O grande trunfo do aeroporto, acredita Moretti, é a localização. “Você desembarca e, em 15 minutos, está tomando coco na areia”, diz.

A pesquisa Viaja São Paulo também perguntou ao paulistano qual é o melhor aeroporto do Brasil. Pela sexta vez consecutiva, deu Guarulhos, ou melhor, Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro, eleito por 70% dos entrevistados.

O gigantismo da operação impressiona. São 820 voos nacionais e internacionais diários, que fazem circular 119 mil pessoas, todos os dias, pelos três terminais. Quem espera pelo voo encontra mais de 300 estabelecimentos comerciais, hotel e 25 salas vip.

A área de alfândega soma 190 mil m² e o complexo frigorífico para armazenamento de carga de importação e exportação é o maior do país —as 24 câmaras frias armazenam 33 mil m³.

A demanda de investimentos tem a mesma proporção. De 2016 para cá, R$ 398 milhões garantiram uma série de melhorias. Em janeiro deste ano, mais R$ 1,4 bilhão foram anunciados em obras de ampliação e modernização da infraestrutura.

De acordo com Marcus Rosa, diretor comercial da GRU Airport, o Terminal 2 será renovado e ampliado, enquanto o Terminal 3 ganhará novas posições de embarque. As áreas operacionais também vão incorporar 29 novas posições para aeronaves. Equipamentos de raio-X e sistema de despacho de bagagens também serão aprimorados.

“Temos o maior e mais movimentado aeroporto do Brasil e um dos principais hubs da América Latina. Os investimentos anunciados, que têm como foco atender à crescente demanda do mercado, começam a ser aplicados ainda este ano”, garante o executivo.