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1 de julho de 2025

Vinho montepulciano nacional tem muita qualidade – 30/06/2025 – Tinto ou Branco

Vinho montepulciano nacional tem muita qualidade – 30/06/2025 – Tinto ou Branco

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Tenho visto alguns vinhos brasileiros da uva montepulciano por aí (pelas feiras de vinho por onde passo). Sinal de que nossos vinhos têm cada vez mais diversidade. Como um país do novo mundo, que entrou no jogo do vinho muito recentemente, o Brasil durante um bom período apostou (quase) apenas nas castas de origem francesa como cabernet sauvignon, merlot, chardonnay ou pinot noir. Faz sentido, porque a evolução da indústria do vinho no nosso país teve uma boa mão das multinacionais. Essas sempre apostam no mainstream e, quando se trata de vinho, nada mais mainstream do que a França.

Agora tem gente testando de tudo. A montepulciano parece que está se dando bem. Era de se esperar. A origem da montepulciano, segundo a crítica e pesquisadora da área Jancis Robinson, é provavelmente o centro da Itália. A região onde ela se dá melhor é o Abruzzo. É uma uva que gosta de calor.

Com muita matéria corante e boa carga de taninos, mas taninos redondos, costuma dar em vinhos bastante frutados, com bom corpo e acidez agradável. Não costuma render grandes vinhos, daqueles que custam valer fortunas, mas dá vinhos muito gostosos que costumam ter preço razoável. É uma uva resistente que rende bastante no campo.

Para confundir a cabeça de quem quer entender de vinho, existe na Toscana uma denominação de origem, chamada Nobile de Montepulciano, que não tem nada a ver com a uva montepulciano. Esse, sim, um grande vinho, o Nobile de Montepulciano é feito da uva sangiovese numa cidadezinha chamada Montepulciano. Por que a uva do Abruzzo ganhou esse nome, ninguém sabe. Talvez tenham tomado-a pela sangiovese.

Achei os montepulcianos nacionais que provei muito interessantes, um pouco menos frutados do que os italianos que conheço. Ótimos para acompanhar comida, em especial massas de molho vermelho e pizzas. Além dos citados abaixo, sei que a Jolimont, de Canela, a Panizzon, de Flores da Cunha, e a Castellamare (Cooperativa São João), de Farroupilha, todas no Rio Grande do Sul, produzem montepulcianos, mas esses eu ainda tenho de provar.

Domus Mea Montepulciano 2022

Bebi pela primeira vez os vinhos da Domus Mea agora, na Expovitis, no Distrito Federal. A vinícola fica em Santa Maria, no Vale Central do Rio Grande do Sul, uma região nova que começa a se destacar. É um tinto de corpo médio, mas aromas muito profundos, o que é diferente de intensos. Bem gostoso. R$ 100,00.

Sozo Sobrevivente Montepulciano 2024

Acho que já contei a história deste vinho em um post passado. Não importa, vou repetir. Esse vinhedo da região de Campos de Cima da Serra sobreviveu às chuvas do ano passado. No dia em que eles tinham planejado colher, começou a chover muito forte e só foi possível entrar no vinhedo na semana seguinte. Muitas uvas estavam perdidas, mas as que sobraram renderam um vinho muito interessante. Provei na Wine South America, em Bento Gonçalves, É leve, talvez até um pouco diluído. quase um clarete, mas manteve estrutura e acidez.. É um vinho que o produtor espera nunca mais conseguir fazer outro igual. Custa R$ 190,00.

Leone di Venezia Montepulciano 2022 e Leone di Venezia Montepulciano Mastino 2021

E
u já seguia a vinícola Leone di Venezia, de Santa Catarina, nas redes sociais, mas ainda não tinha tido a oportunidade de prová-los. Provei agora na Expovitis. São excepcionais. Produzem dois montepulcianos de caráter diferente. Ambos passam por madeira, mas o primeiro fica apenas 8 meses, enquanto o segundo, além de fermentar na barrica, amadurece ali por 24 meses. O Mastino é também de uma parcela especial a 1280 metros de altitude. Custam R$ 162,00 e R$ 268,00, respectivamente.

Amitiè Oak Barrel 2023

Produzido com uvas de Pinto Bandeira, na Serra Gaúcha, é um dos ícones da Amitié. São 8 meses em barrica nova de carvalho francês. Apesar disso e do nome, a madeira não prevalece. A fruta é bastante presente. Combinou muito bem com o nhoque que comi no restaurante da vinícola quando estive por lá em maio para a Wine South America. Custa R$ 233,00.


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Fonte.:Folha de São Paulo

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