Desde que me conheço por gente, em julho, Campos do Jordão é o destino favorito do paulistano que busca frio, fondue e vinho. O Triângulo das Serras, que incluí também Santo Antônio do Pinhal e São Bento do Sapucaí, hoje atrai turistas do Brasil inteiro. Há mais opções gastronômicas e o vinho é levado mais a sério.
A Mantiqueira tornou-se uma região produtora de vinhos, algo impensável anos atrás. Tecnologias de campo tornaram isso possível. Atualmente existem cinco vinícolas abertas ao enoturismo por lá. Na Vinícola Essenza, em Santo Antônio do Pinhal, um sommelier recebe o grupo com um espumante, mostra os vinhedos, fala das uvas, explica sobre a produção dos vinhos. No fim, faz uma degustação harmonizada com comidas preparadas ali mesmo. Custa R$ 280,00.
A Vinícola Villa Santa Maria, em São Bento do Sapucaí, é a mais antiga da região. Tem um restaurante bonito e sempre cheio. Num espaço à parte, o sommelier dá aula de degustação. O programa inclui tour guiado pelos vinhedos e pela sala de barricas e custa R$ 150,00.
Perto dali, a Vinícola Raízes do Baú tem uma loja na beira da estrada, onde se pode degustar seus vinhos ou contratar um piquenique nos vinhedos (R$ 240,00), que têm uma vista incrível da Pedra do Baú.
As vinícolas Ferreira (Piranguçu, MG) e Entre Vilas (São Bento do Sapucaí, SP) estão numa mesma estrada de terra. Ali é mais frio devido a altitude elevada, o que impossibilita a colheita de inverno. Então, os vinhedos cobertos para se protegerem das chuvas de verão.
A Ferreira ganhou medalha de ouro da Decanter em 2023. Tem um restaurante ótimo..A degustação sai por R$ 140,00. A Entre Vilas é das primeiras vinícolas da região. Seu proprietário, o agrônomo Rodrigo Veraldi, nos fins de semana vira chef. O menu slow food custa R$ 390,00. O vinho (de mínima intervenção) é à parte.
A quinta vinícola é a Bela Vista. Por enquanto, é só um vinhedo (mas já produz vinhos) onde, às vezes, há um evento. Conheci também o vinhedo da Triú Vinícola, em Campos do Jordão, que ainda não produz vinhos. A vista é deslumbrante.
Como costuma acontecer em zonas vinícolas, o vinho ganhou destaque na região. A Pousada do Cedro, por exemplo, chamou para criarem a carta do seu restaurante as sommelières Cássia Campos e Daniela Bravin, dupla que faz cartas para algumas das melhores casas de São Paulo. Os vinhos da região têm destaque, mas aparecem também rótulos interessantes de outras partes do mundo.
O ótimo Puriman tem uma carta de causar inveja, montada pelo próprio chef João Izar e sua equipe e subdividida em países. Os vinhos da região aparecem junto com outros brasileiros.
No restaurante Dona Chica, que tem três unidades na região e trabalha com ingredientes locais, há uma carta regional com 30 rótulos separada da de vinhos internacionais. O tradicional restaurante português Vila Chã, no movimentado centrinho de Capivari (Campos do Jordão), apresenta boa oferta de rótulos portugueses, além de vinhos de outros países e três opções da Vinícola Ferreira.
“Procuramos opções que não sejam óbvias”, diz Maria Catão, chef e sócia do Elio Cucina, em Campos do Jordão. Em relação aos vinhos locais, Maria diz ser difícil vendê-los devido aos preços.
Tão ou mais populares na montanha do que vinho, lareiras externas hoje estão por todos os lados. Aos sábados, junto a uma delas, a Pousada da Pedra, de Campos do Jordão, deixa um espumante no balde com gelo e taças para os hóspedes se servirem. Entenderam que borbulhas combinam com tudo, até com frio e fogueira.
Por falar em borbulhas ao ar livre, o hotel boutique Quebra-Noz, um dos mais bem cotados de Campos do Jordão, inaugurou no último fim-de-semana de junho o Terraço Veuve Clicquot, inspirado em espaços do estilo que a maison patrocina em estações de esqui, como as de Courchevel (França) e Aspen (EUA). Luxuoso e ao mesmo tempo aconchegante, como todo o resto do hotel, o terraço abre sextas e sábados, das 16h às 21h. Quem não é hóspede precisa fazer reserva.
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Fonte.:Folha de São Paulo