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8 de julho de 2025

Lula compara Trump a ‘imperador’ e diz que ameaças de tarifas contra Brics são irresponsáveis

Lula compara Trump a ‘imperador’ e diz que ameaças de tarifas contra Brics são irresponsáveis

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(FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após a ameaça do republicano de aplicar tarifas a países do Brics.

“O mundo mudou, não queremos imperador. Nós somos países soberanos. Se ele achar que ele pode taxar, os países têm o direito de taxar também. Existe a lei da reciprocidade. Eu achei muito equivocado e muito irresponsável um presidente ficar ameaçando os outros em redes digitais”, afirmou Lula.

Na noite de domingo (6), Trump disse numa rede social que qualquer país que “se alinhe às políticas antiamericanas do Brics” será afetado por uma tarifa adicional de 10%. “Não haverá exceção a essa política. Obrigado por sua atenção”, escreveu Trump.

Paralelamente ao anúncio de Trump, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que os EUA aplicarão em 1º de agosto tarifas aos parceiros comerciais com os quais não tenha alcançado acordos, seja Taiwan ou a União Europeia.

As chamadas tarifas recíprocas anunciadas em 2 de abril -hoje suspensas temporariamente- afetaram os membros do Brics de forma diferente. Enquanto o Brasil ficou com a sobretaxa mais baixa, de 10%, a China chegou a ser tarifada em mais de 140% (os dois países chegaram a um acordo para reduzir o índice).

No comunicado da cúpula de líderes, o Brics criticou, sem citar nominalmente Trump ou os Estados Unidos, o “aumento indiscriminado de tarifas” como ameaça à redução do comércio global e condenou a imposição de “medidas coercitivas unilaterais contrárias ao direito internacional”.

Os países manifestaram também no texto ter “sérias preocupações” com o aumento de medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais “que distorcem o comércio e são inconsistentes com as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio)”.

Veja também:

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Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a intenção de impor tarifas extras de 10% a partir de 1º de agosto sobre todos os países que, segundo ele, estariam alinhados à “política antiamericana dos BRICS”, membros do bloco reagiram com diferentes tons e mensagens diplomáticas.

 
A medida foi mencionada horas depois da divulgação da declaração final da cúpula dos BRICS no Rio de Janeiro, que defendeu a ampliação do uso de moedas locais nas transações entre os países do grupo, além de criticar barreiras comerciais impostas por grandes potências. Embora Trump não tenha especificado quais políticas considera antiamericanas, ele já vinha, desde a eleição de 2024, fazendo críticas ao bloco, especialmente em relação à ideia de abandonar o dólar em transações comerciais. Em discursos anteriores, chegou a sugerir tarifas de até 100% contra países que deixassem de utilizar a moeda americana.

Diante da nova ameaça, o Kremlin afirmou que o BRICS “nunca foi e nunca será direcionado contra quaisquer terceiros países”. “Vimos tais declarações do presidente Trump, mas é muito importante notar que a singularidade do BRICS é ser um grupo de países que compartilham abordagens e uma visão de mundo comum sobre como cooperar com base em seus próprios interesses”, declarou o porta-voz Dmitry Peskov.

A China também reagiu, por meio de pronunciamento do Ministério das Relações Exteriores. “O uso de tarifas não beneficia ninguém”, disse a porta-voz Mao Ning em coletiva de imprensa, acrescentando que Pequim se opõe ao uso de tarifas como ferramenta de coerção.

Já a África do Sul adotou um tom mais conciliador. O porta-voz do Ministério do Comércio, Kaamil Alli, afirmou que o país “não é antiamericano” e continua empenhado em negociar um acordo comercial com os Estados Unidos. “Ainda aguardamos uma comunicação formal dos EUA a respeito do nosso acordo comercial, mas nossas conversas continuam construtivas e frutíferas”, disse ele à Reuters. O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que esteve com Trump na Casa Branca em maio, reforçou o posicionamento ao afirmar que o BRICS “não busca competir com nenhuma outra potência” e que os blocos globais devem ser vistos como “complementares”.

A Malásia, admitida como país parceiro do BRICS em 2024, também se manifestou. Em nota, o Ministério do Comércio do país destacou que sua política externa e econômica é independente e voltada à facilitação do comércio, e não a alinhamentos ideológicos.

As reações ocorrem em meio à expectativa do governo brasileiro por um avanço nas negociações comerciais com os Estados Unidos antes do prazo final estabelecido por Trump, que se encerra em 9 de julho. O Palácio do Planalto ainda não comentou oficialmente as declarações do presidente americano.
 

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Estadao Conteudo com Folhapress | 13:00 – 07/07/2025



Fonte Noticias ao Minuto

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