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1 de setembro de 2025

Museu Afro Brasil: Artistas defendem diretor demitido – 21/07/2025 – Plástico

Museu Afro Brasil: Artistas defendem diretor demitido – 21/07/2025 – Plástico

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Um mês depois da demissão de Hélio Menezes do cargo de diretor artístico do Museu Afro Brasil, em São Paulo, quase 800 artistas e intelectuais saem em sua defesa num manifesto. Assinam a carta nomes de peso da cultura do país e do mundo, entre eles a liderança indígena e escritor Ailton Krenak, a atriz Camila Pitanga, a escritora Conceição Evaristo e a artista e curadora portuguesa Grada Kilomba.

Menezes, um dos nomes à frente da última Bienal de São Paulo e nome reconhecido no cenário artístico global, em especial por sua atuação na mostra “Histórias Afro-Atlânticas”, realizada pelo Masp e pelo Instituto Tomie Ohtake há sete anos, ficou quase um ano e meio no comando da instituição no parque Ibirapuera, uma das mais importantes dedicadas à obra da produção negra e da diáspora africana no país.

“É de se causar estranheza, portanto, como uma pessoa de tamanha qualidade profissional e que em pouco tempo tem conseguido trazer o museu novamente para o cenário nacional como um espaço de importância para a cultura brasileira tenha sido dispensado sem um amplo diálogo com a comunidade artística”, afirma o manifesto.

“Ainda, é preocupante saber que o conselho administrativo e a assembleia constituinte deste museu são formados, majoritariamente, por pessoas brancas e de pouca relevância na área cultural e artística”, acrescenta o documento, assinado ainda por nomes como Lilia Moritz Schwarcz, imortal da Academia Brasileira de Letras, ao lado de Krenak, e Dalton Paula, à frente do ateliê Sertão Negro, que será um dos destaques da Bienal de São Paulo deste ano, que começa em setembro.

Quando foi demitido, no mês passado, Menezes denunciou o que chamou de “pessoalismo” na tomada de decisões do museu, que privilegiaria contatos pessoais em detrimento de competência profissional, a falta de transparência na gestão do museu e a pouca diversidade em seu conselho deliberativo —das 11 pessoas do grupo, sete são brancas. No rastro de sua demissão, também deixaram o museu a artista Rosana Paulino, nome central da arte do país, e Wellinton Souza.

O Museu Afro Brasil, por sua vez, afirmou, na ocasião da demissão de Menezes, que seu desligamento se deveu a problemas financeiros, dizendo não ser possível chegar a um acordo “que equilibrasse as expectativas do então diretor com os limites orçamentários”.

VÁCUO O fim do comando de Hélio Menezes deixa também um vácuo na programação do Museu Afro Brasil. Artistas negros de grande relevância no país teriam mostras individuais na instituição. Jaime Lauriano faria sua mostra no mês passado, Lidia Lisbôa abriria uma retrospectiva em agosto, às vésperas de sua participação na próxima Bienal de São Paulo, e Tadáskía teria sua exposição ali no ano que vem.

Também estavam previstas mostras de Biarritzzz, Castiel Vitorino Brasileiro, alvo de mostra agora no Solar dos Abacaxis, no Rio de Janeiro, entre outras.


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Fonte.:Folha de S.Paulo

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