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26 de julho de 2025

Apúlia: o que conhecer na região do sul da Itália – 23/07/2025 – Turismo

Apúlia: o que conhecer na região do sul da Itália – 23/07/2025 – Turismo

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As muralhas da fortaleza e as rochas da falésia parecem ter todas a mesma cor calcária, como se uma fosse o prolongamento natural da outra. Já o mar Adriático, lá embaixo, tem muitos tons: é verde translúcido próximo da areia, onde os banhistas boiam sem preocupação, e turquesa intenso mais ao fundo, onde outros tantos bebericam Aperol em seus barcos.

Estamos em Polignano a Mare, principal cartão postal da região da Apúlia —ou Puglia—, no extremo sul da Itália. Embora o país como um todo padeça com o turismo de massa, ainda dá para curtir as praias mediterrâneas dessa região, que corresponde ao salto da bota, sem enfrentar as multidões que hoje assolam a Sicília e a Costa Amalfitana, do outro lado da península.

Bari, a principal cidade da província, fica a pouco mais de uma hora de voo de Roma –ou a cerca de quatro horas de trem da capital italiana. É a principal porta para explorar a área. Dali, lugares como Alberobello e Lecce, outras das principais atrações turísticas, estão bem próximas. É fácil de escolher uma base e dali partir para desbravar o entorno.

Polignano é uma daquelas típicas cidades do sul da Europa, com suas ruelas de pedra medievais circundando igrejas antiquíssimas, boa parte delas dedicadas a são Vito, padroeiro local que é homenageado em uma festa no mês de junho.

A cidade é envolta em outra curiosidade: foi ali que nasceu Domenico Modugno, homenageado com uma estátua que dá costas para o mar. Ele é o compositor da música “Nel Blu Dipinto di Blu”, mais conhecida pelo nome informal de “Volare“, do seu refrão. A letra da canção, famosíssima, estampa letreiros afixados na rua principal, cercada de lojas e restaurantes.

Mas seu principal destaque é mesmo sua geografia acidentada: os paredões rochosos, coroados pelas muralhas, que vão dar no Adriático. Durante o verão, a enseada de pedras fica coalhada de gente se bronzeando sob um Sol de quase 40 graus. Dali também saem lanchas que exploram as cavernas que o mar sulcou nas pedras, bem ao estilo do que se faz em Capri.

Uma dessas cavernas foi transformada em restaurante. É o Grotta Palazzese, com suas mesas a poucos metros acima da arrebentação, fácil de se achar em qualquer perfil do Instagram dedicado a expor as belezas da Itália.

Mas, é claro, conseguir reserva ali é difícil e exige planejamento de semanas. Não que seu hype seja assim imperdível, já que Polignano a Mare abriga outros tantos lugares onde se pode tomar um drinque ou um vinho branco com aquele cenário mediterrâneo de fundo sem hora para terminar.

Alberobello, a 30 quilômetros dali, é outra parada obrigatória. A cidade, tombada pela Unesco, é conhecida por suas peculiares construções, as “trulli”. São casinhas circulares, encimadas por tetos cônicos e pintadas de branco.

Conta-se que pipocaram por ali no século 17, feitas por agricultores que queriam driblar os impostos cobrados pelos senhores locais sobre as moradias –como elas não eram erguidas com argamassa, bastava retirar um punhado de pedras para que toda a construção viesse abaixo e os eximisse do fisco.

Sua arquitetura também era inteligente: os tetos cônicos preservavam o calor durante o inverno e ajudavam a refrescar durante o verão. Uma mesma casa abrigava toda uma família e ainda podia contar com área para armazenar vinho, azeite e animais. Hoje são cafés, lojas, bares e restaurantes que se enfileiram num labirinto de ruas íngremes e estreitas.

Uma dica para quem quer visitar Alberobello é procurar visitar não só a parte mais turística, chamada de Rione Monti, que concentra o comércio, mas também Rione Aia Piccola, onde algumas pessoas ainda vivem nessas casinhas pitorescas. Embora menor, ela é menos movimentada, ideal para fazer algumas fotos e tentar entender um pouco melhor como vivem os moradores locais.

A Apúlia também enche o estômago. Essencialmente agrícola, a região é a maior produtora de azeite na Itália. As oliveiras, de fato, estão por toda a parte na estrada, com seus troncos retorcidos enchendo colinas até onde a vista alcança. Vem dali a coratina, variedade de azeitona mais picante, típica da região.

Ele se soma a outros condimentos locais, igualmente super-aromáticos, como o vincotto, extraído das uvas tintas, e usado como uma espécie de vinagre balsâmico e até em bolos e sorvetes.


O jornalista se hospedou a convite da Rocco Forte Hotels



Fonte.:Folha de S.Paulo

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