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19 de setembro de 2025

Enviado de Trump segue para Israel em busca de cessar-fogo – 31/07/2025 – Mundo

Enviado de Trump segue para Israel em busca de cessar-fogo – 31/07/2025 – Mundo

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O enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, deve chegar a Israel nesta quinta-feira (31) com o objetivo de salvar as negociações de cessar-fogo em Gaza e enfrentar a crise humanitária no território palestino, onde um monitor global de fome alertou que uma situação de fome está em curso.

As negociações indiretas de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, realizadas em Doha, terminaram em impasse na semana passada, com as partes trocando acusações pela paralisação e ainda sem acordo sobre pontos como a extensão da retirada das forças de Tel Aviv.

Witkoff, que se reunirá com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, chega em meio à crescente pressão externa sobre Israel em relação à situação em Gaza, sendo o Canadá o mais recente país ocidental a declarar que reconhecerá um Estado palestino.

Na quarta-feira (30), Israel enviou uma resposta às últimas emendas feitas pelo Hamas a uma proposta dos EUA que prevê uma trégua de 60 dias e a libertação de reféns em troca da soltura de prisioneiros palestinos, segundo uma pessoa familiarizada com os detalhes.

O Hamas não comentou imediatamente.

Autoridades médicas de Gaza relataram que pelo menos 23 pessoas foram mortas por fogo israelense em diferentes áreas do território, incluindo 12 civis reunidos para receber ajuda perto do corredor de Netzarim, uma zona controlada por tropas israelenses no centro de Gaza.

O Exército israelense afirmou que está investigando o incidente.

Desde o início da guerra, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, afirmou ter registrado 154 mortes por fome e desnutrição, a maioria nas últimas semanas, incluindo pelo menos 89 crianças.

Diante da comoção internacional provocada por imagens de crianças famintas, Israel anunciou no domingo que suspenderia as operações militares por dez horas diárias em partes de Gaza e criaria rotas seguras para a entrega de alimentos e remédios.

Pedidos para o desarmamento do Hamas

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários informou na quarta-feira que a ONU e seus parceiros conseguiram enviar mais alimentos a Gaza nos dois primeiros dias das pausas humanitárias, mas o volume ainda é “muito insuficiente”.

Mesmo com a maior entrada de ajuda, os moradores enfrentam riscos tanto de forças israelenses quanto de saques por parte de palestinos ao tentar acessar os suprimentos.

“Tentei várias vezes pegar um saco de farinha. Na única vez em que consegui, alguém com uma faca me abordou na rua, tomou o saco e me ameaçou de morte”, disse um homem de Deir al-Balah à Reuters, sob condição de anonimato.

Com o número de palestinos mortos ultrapassando 60 mil em quase dois anos de guerra, a pressão sobre o Hamas dentro de Gaza tem aumentado para alcançar um acordo de cessar-fogo com Israel.

“Podemos salvar milhares de vidas e talvez a guerra não recomece”, disse Rami, da Cidade de Gaza, à Reuters por um aplicativo de mensagens.

Em Israel, estão previstos protestos em Tel Aviv e Jerusalém, pedindo o fim da guerra.

Netanyahu, cujo governo inclui partidos que defendem a conquista de Gaza e o estabelecimento de assentamentos judaicos na região, afirma que não encerrará a guerra enquanto o Hamas continuar governando e não depuser as armas. A facção rejeita os pedidos de desarmamento.

Qatar e Egito, que atuam como mediadores das negociações, apoiaram uma declaração conjunta da França e da Arábia Saudita, divulgada na terça-feira, que propõe etapas para uma solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino.

A declaração exige que o Hamas encerre seu governo em Gaza e entregue suas armas à Autoridade Palestina, liderada por rivais do grupo e sediada na Cisjordânia ocupada por Israel. Tel Aviv, no entanto, rejeita que a Autoridade Palestina assuma o controle de Gaza.

O governo israelense também condenou as declarações da França, Reino Unido e Canadá, que desde a semana passada afirmaram considerar o reconhecimento de um Estado palestino. Israel diz que isso equivale a premiar o Hamas pelos ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, quando seus membros mataram 1.200 pessoas e sequestraram 251 reféns, levando-os a Gaza. O evento desencadeou a guerra atual.



Fonte.:Folha de S.Paulo

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