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16 de agosto de 2025

Netanyahu quer conquistar Gaza, diz imprensa de Israel – 05/08/2025 – Mundo

Netanyahu quer conquistar Gaza, diz imprensa de Israel – 05/08/2025 – Mundo

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O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, reuniu-se com funcionários de segurança de alto escalão nesta terça-feira (5) para discutir os rumos da guerra na Faixa de Gaza e, segundo relatos na imprensa local, foi favorável a assumir o controle de todo o território palestino, mesmo que isso colocasse reféns sob o poder do Hamas em perigo.

Se confirmada, a decisão mostraria que a pressão internacional por um cessar-fogo diante das condições devastadoras em Gaza e da situação dos sequestrados não foi suficiente. Nas últimas 24 horas, mais oito pessoas morreram de fome ou desnutrição, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo terrorista.

O governo de coalizão de Israel, o mais de direita e religiosamente conservador da história do país, inclui políticos de extrema-direita que defendem a anexação de Gaza e Cisjordânia e incentivam os palestinos a deixarem seu território.

Publicamente, o gabinete do primeiro-ministro afirmou em um breve comunicado que Netanyahu realizou uma “discussão de segurança” com duração de cerca de três horas, durante a qual o chefe do Estado-Maior, Eyal Zamir, “apresentou as opções para continuar a campanha em Gaza”.

Anteriormente, porém, um funcionário israelense afirmou à agência de notícias Reuters que os ministros da Defesa, Israel Katz, e de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, também participariam do encontro. Segundo a mídia israelense, as autoridades vão examinar a ideia de tomar completamente Gaza até a tarde da próxima quinta-feira (7), quando voltam a se reunir.

Citando um membro do gabinete de Netanyahu, o Canal 12, por exemplo, afirmou que o premiê estava inclinado a assumir o controle de todo o território, revertendo a decisão de 2005 de se retirar de Gaza e apenas manter o controle sobre suas fronteiras —decisão a qual partidos de direita atribuem a vitória do Hamas nas eleições do ano seguinte na Palestina.

Não estava claro se Netanyahu previa uma ocupação prolongada ou uma operação de curto prazo com o objetivo de desmantelar o Hamas e libertar os reféns israelenses.

“Ainda é necessário completar a derrota do inimigo em Gaza, libertar nossos reféns e garantir que Gaza nunca mais constitua uma ameaça a Israel”, disse Netanyahu a novos recrutas em uma base militar nesta terça. “Não estamos desistindo de nenhuma dessas missões.”

No entanto, outros veículos afirmaram, também com base em relatos anônimos, que o premiê pretende ocupar Gaza, mesmo ciente de que uma operação do tipo certamente colocaria em perigo os sequestrados nos ataques terroristas de 7 de outubro —dos 50 que permanecem em Gaza, as autoridades israelenses acredita que apenas 20 estejam vivos.

Segundo a emissora pública Kan, há um desacordo entre o governo e autoridades do Exército e da Defesa, que se opõem ao plano devido ao perigo que uma operação do tipo significaria para os reféns.

Na rede social X, o ministro da Segurança Nacional israelense, o extremista Itamar Ben Gvir, desafiou o chefe militar Zamir a declarar que cumpriria as diretivas do governo, e a declaração do gabinete de Netanyahu disse que o Exército estava “preparado para implementar qualquer decisão que fosse tomada”.

No sábado (2), o Hamas divulgou um vídeo de Evyatar David, um dos sequestrados pelo Hamas. Nas imagens, ele aparece visivelmente magro e afirma que não come há vários dias seguidos enquanto cava o que acredita ser sua própria cova. As imagens chocaram os israelenses e provocaram condenação internacional.

Enquanto isso, os bombardeios continuam em Gaza. Nesta terça, 79 pessoas foram mortas por ataques de Tel Aviv, de acordo com o Hamas, e tanques israelenses avançaram para o centro de Gaza.

Palestinos que vivem no último quarto do território onde Israel ainda não assumiu o controle militar dizem que qualquer novo avanço seria catastrófico. “Se os tanques avançarem, para onde iríamos, para o mar? Isso seria como uma sentença de morte para toda a população”, disse Abu Jehad, um comerciante de madeira de Gaza.



Fonte.:Folha de S.Paulo

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