Parlamentares do Partido Liberal (PL) de Mato Grosso se manifestaram com veemência nesta segunda-feira (05) contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou uma nova prisão preventiva ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida foi classificada como “injusta”, “autoritária” e parte de uma perseguição política.
O ato é uma forma de obstruir a pauta da Câmara até que se vote o que a oposição intitulou o “pacote da paz”, que inclui anistia aos acusados e condenados do 8 de janeiro, o fim do foro privilegiado e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A ocupação da mesa também aconteceu no Senado. Deputados e senadores usaram esparadrapo na boca em alusão ao silenciamento que tem sido imposto pelas decisões do ministro do STF.
Os quatro membros do PL de Mato Grosso – José Medeiros, Nelson Barbudo, Coronel Fernanda e Rodrigo da Zaeli – estavam no protesto. Além disso, Medeiros estava com os olhos vendados.
Em nota conjunta, os deputados estaduais do PL, liderados por Elizeu Nascimento e Gilberto Cattani, afirmaram que a decisão representa um “ataque ao Estado Democrático de Direito” e que a Justiça está sendo usada para “calar opositores”. Eles também reforçaram solidariedade a Bolsonaro e prometeram mobilização nacional do partido contra o que consideram abuso de autoridade. Outra bandeira anunciada pelo grupo é o fim do foro privilegiado para parlamentares.
on Fagundes (PL) também se posicionou, dizendo que é necessário respeito às garantias constitucionais, inclusive no caso de ex-presidentes. “É preciso que o Judiciário atue com equilíbrio. As decisões devem ser técnicas, não políticas”, disse. O clima entre aliados bolsonaristas em Mato Grosso é de indignação e alerta. A legenda já articula atos públicos de apoio em várias cidades do estado.
“O ato é um protesto contra o grave cerceamento à liberdade de expressão e à liberdade de ir e vir que foi imposta a Bolsonaro e quem tido impostos a quem ousa expressar sua opinião neste país. Estamos diante de uma aberração, com o Brasil sendo jogado às traças e a Constituição sendo corroída por decisões autoritárias e revanchistas”, avalia o deputado Coronel Assis.
Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, apresentou o que o grupo chamou de “pacote da paz”. Entre as propostas está a aprovação de um perdão aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 — medida atualmente paralisada na Câmara.
O vice-presidente da Câmara, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), afirmou que, caso assuma a presidência interinamente, colocará a proposta em pauta, independentemente da decisão do atual presidente, Hugo Motta (Republicanos-PB).
O gesto gerou reações dentro e fora do plenário. Aliados de Bolsonaro elogiaram a coragem dos parlamentares e defenderam que o protesto expõe os abusos do Supremo Tribunal Federal.
Por outro lado, deputados de oposição classificaram a encenação como “teatral e irresponsável”, acusando o grupo de desrespeitar as instituições democráticas. O PL informou que novas manifestações devem ocorrer nos próximos dias.
Fonte.: MT MAIS
