O cantor e compositor Arlindo Cruz morreu nesta sexta-feira, 8, aos 66 anos, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada em perfil oficial do artista no Instagram.

“Mais do que um artista, Arlindo foi um poeta do samba, um homem de fé, generosidade e alegria, que dedicou sua vida a levar música e amor a todos que cruzaram seu caminho”, diz trecho da publicação.

O expoente do samba brasileiro sofreu um acidente vascular cerebral isquêmico em 2017, quando permaneceu mais de um ano internado. Desde então, conviveu com sequelas graves do AVC, como perda de mobilidade e dificuldade para falar.

Com poucas aparições públicas, o sambista surpreendeu ao participar do desfile de Carnaval da X-9 Paulistana, em 2019.

Idas e vindas ao hospital marcaram o tratamento das complicações de saúde, como um quadro de pneumonia que levou a um período de internação de mais de 50 dias.

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Sequelas de um AVC

Um AVC isquêmico é consequência do entupimento de uma artéria, geralmente por um coágulo. “Isso impede que oxigênio e nutrientes cheguem a certas áreas do cérebro, levando à morte das células cerebrais em minutos”, explica Diogo Haddad, neurologista e head do Centro Especializado em Neurologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

A obstrução pode ser causada por um episódio de trombose ou embolia. De acordo com o Ministério da Saúde, essa versão do problema é a mais comum e representa 85% de todos os casos.

As consequências variam de uma pessoa para outra, pontua o neurologista.

“As sequelas podem ser graves e incluem paralisia parcial ou total de um lado do corpo, dificuldade para falar ou compreender a linguagem, perda de memória, alterações emocionais, dificuldades na deglutição e, em casos mais severos, dependência total de cuidadores. Essas consequências variam de acordo com a área e o tamanho da lesão cerebral, e o tempo entre o início dos sintomas e o tratamento é crucial para minimizar os danos”, enfatiza.

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Diante de um derrame, o atendimento médico de urgência é fundamental. Por isso, o conhecimento sobre os sinais do problema pode ajudar a minimizar danos.

Veja os principais sintomas de um AVC:

• Confusão mental;
• Alteração da fala ou compreensão;
• Alterações na visão;
• Dor de cabeça súbita e intensa;
• Alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou na forma de andar;
• Fraqueza ou formigamento em um lado do corpo (rosto, braço ou perna).

O neurologista frisa que a intervenção precoce com medicamentos ou procedimentos hospitalares pode salvar vidas e reduzir as sequelas.

“No entanto, mesmo assim, em alguns casos as complicações podem ser duradouras e impactar significativamente a qualidade de vida do paciente e de sua família”, pontua Haddad.

O diagnóstico do AVC é feito por meio de exames de imagem, capazes de revelar a área afetada do cérebro, a extensão do problema e o tipo de derrame.

“A prevenção, por meio do controle de fatores de risco como hipertensão, diabetes, e o reconhecimento rápido dos sintomas, proporcionando tratamentos mais eficazes, são fundamentais para evitar episódios que podem ser devastadores”, conclui Haddad.