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17 de agosto de 2025

Vestibular seriado ganha força e eleva chance de aprovação – 17/08/2025 – Educação

Vestibular seriado ganha força e eleva chance de aprovação – 17/08/2025 – Educação

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O vestibular seriado tem ganhado cada vez mais força como alternativa ao tradicional exame único de ingresso ao ensino superior. No entanto, o modelo ainda é pouco conhecido, especialmente entre os alunos do primeiro ano do ensino médio.

“Vale muito a pena fazer o vestibular seriado. A relação candidato-vaga é menor e o grau de maturidade é mais homogêneo. Então, a chance de se conseguir ser aprovado por meio desse processo é maior do que no vestibular tradicional ou a partir do Sisu“, afirma Marcos Raggazzi, professor e diretor executivo das unidades escolares do Bernoulli.

O modelo seriado permite avaliar o desempenho do estudante ao longo dos três anos do ensino médio, por meio de provas anuais e com conteúdos correspondentes à série cursada.

A proposta adotada por algumas instituições traz vantagens pedagógicas e emocionais em comparação com o modelo tradicional. Do ponto de vista emocional, o processo seriado também representa um alívio ao estudante. Em vez de concentrar todo o esforço em apenas um fim de semana, o aluno tem a chance de distribuir seu desempenho ao longo de três.

“Se o aluno fez a primeira prova e ele não foi muito bem, ele ainda terá outra possibilidade de conquistar a vaga porque ainda existem duas outras etapas”, afirma Raggazzi.

O engajamento do estudante também tende a ser maior no vestibular seriado. Diferentemente do que ocorre no modelo tradicional, em que a preparação se intensifica apenas no terceiro ano do ensino médio, o professor explica que o compromisso de realizar as três provas ao longo dos três anos ajuda a manter o comprometimento.

Para candidatos que almejam cursos muito concorridos, como medicina, o processo seletivo seriado também pode representar uma vantagem competitiva. Como as vagas são reservadas exclusivamente aos alunos que participaram das três provas, eles não disputam diretamente com outros estudantes.

“Os estudantes estarão competindo com outros alunos do ensino médio. Então, eles podem passar direto da terceira série para esses cursos sem ter que fazer um, dois ou três anos de pré-vestibular”, explica Raggazzi.

Algumas instituições estaduais e federais já reservam parte de suas vagas para candidatos do vestibular seriado. Em São Paulo, as universidades USP, Unicamp e Unesp passaram a usar o Provão Paulista, que é uma prova seriada criada pelo governo estadual em 2023.

As instituições federais também adotam o modelo, que funciona de forma complementar ao Sisu e de vestibular próprio. Universidades como a UnB (Universidade de Brasília), UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) e UFPel (Universidade Federal de Pelotas) já utilizam o sistema.

Cada instituição tem a sua independência para realizar e aplicar a prova seriada. Com isso, a matriz de conteúdo existentes nos modelos são definidos por cada universidade, o que significa que pode ter variações de um lugar para outro.

Neste ano, a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) aplicará pela primeira vez o modelo seriado. À Folha, em maio deste ano, a reitora da instituição, Sandra Goulart Almeida, contou que a proposta do vestibular seriado foi apontada como uma ferramenta de inclusão e de aproximação com estudantes da rede pública da região. As inscrições para essa seleção começam nesta segunda-feira (18).

De acordo com Raggazzi, a regionalização é o ponto central da proposta dos vestibulares seriados. O objetivo, no entanto, não é restringir o acesso, mas adequar o processo seletivo. “Quando você faz com que os alunos façam vestibulares seriados, mais de 90% desses alunos são da região daquele vestibular. Isso reduz as vagas ociosas.”

Como a maioria dos aprovados são da própria região, há também uma tendência que esses profissionais permaneçam no local após a graduação.

Apesar das vantagens, o vestibular seriado não é isento de desafios. Uma das principais questões está relacionada ao custo das provas. O primeiro custo é referente a taxa de inscrição, que se colocar no papel, o candidato terá que pagar três taxas de inscrição, enquanto no vestibular tradicional será apenas um.

“Esses vestibulares seriados ocorrem apenas em alguns polos. Um aluno de Salvador, por exemplo, teria que vir três vezes ao ano, por três anos consecutivos, a Belo Horizonte“, explica Raggazzi sobre o outro custo incluído nesse modelo.

Além disso, há o risco de coincidência de datas entre a terceira prova do processo seletivo seriado e vestibulares tradicionais, o que pode forçar o aluno a escolher apenas uma prova neste período.

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Fonte.:Folha de S.Paulo

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