
Crédito, Warner Bros/A24
- Author, Nicholas Barber e Caryn James
- Role, BBC Culture
Os críticos de cinema da BBC Caryn James (CJ) e Nicholas Barber (NB) selecionam os destaques da tela grande até aqui em 2025.
Eles variam do filme de terror “único” A Hora do Mal até o “delicioso, quase uma comédia romântica” Amores Materialistas.
Os números da lista não representam ordem de classificação. Eles foram incluídos apenas para separar os filmes com maior clareza.

Crédito, Warner Bros
1. A Hora do Mal
A Hora do Mal começa às 2h17 da manhã.
Em um subúrbio não identificado, 17 crianças da mesma classe da escola primária se levantam da cama, saem de casa e desaparecem no escuro. Angustiados, os moradores locais precisam enfrentar a situação e descobrir os motivos.
A solução do mistério sobrenatural acaba sendo simples, mas o diretor e roteirista Zach Cregger (o mesmo de Noites Brutais, de 2022) segue um caminho incomum até o seu surpreendente desfecho.
Ele mostra os eventos do ponto de vista de diversos personagens, sucessivamente: a amarga professora das crianças (Julia Garner), seu rabugento diretor (Benedict Wong), um pai furioso (Josh Brolin), um policial problemático (Alden Ehrenreich) e outros mais.
Ao longo do caminho, Cregger demonstra seu magistral controle de incontáveis elementos de terror, desde silêncios torturantes até gritos sufocados, de um assustador surrealismo até o humor surpreendente.
Mas seu brilhante retrato do dia a dia americano é o que faz de A Hora do Mal um filme único.
Influenciado por Magnólia (1999), de Paul Thomas Anderson, e por Short Cuts: Cenas da Vida (1993), a adaptação da obra do escritor Raymond Carver (1938-1988) pelo cineasta Robert Altman (1925-2006), A Hora do Mal parece um novo tipo de filme de terror. (NB)
A Hora do Mal está em cartaz nos cinemas brasileiros.

Crédito, A24
2. Luta de Classes
Este filme de ação inteligente e revigorante foi inspirado em Céu e Inferno (1963), de Akira Kurosawa (1910-1998). Mas o longa é puramente Spike Lee, o que, por si só, é um grande elogio.
Denzel Washington interpreta um magnata do setor musical, David King. Seu filho adolescente foi sequestrado e ele recebe um pedido de resgate. Mas o sequestrador levou, por engano, o filho do assistente de King (Jeffrey Wright).
King tem pouco dinheiro. Será que ele irá pagar pelo filho de outra pessoa?
Este dilema moral ganha forma nas metáforas habituais de Lee, harmoniosamente combinadas em um filme de longa metragem.
Podemos observar sua consciência profunda de raça e classe como questões sociais arraigadas, além dos visuais radiantes, como a luxuosa cobertura de King no Brooklyn (Nova York, EUA), repleta de obras de artistas negros.
A música do filme é vibrante e varia do rap e salsa até uma trilha sonora orquestrada completa.
Enquanto King negocia com o sequestrador, surge uma busca eletrizante pelo metrô de Nova York, durante a comemoração do Dia de Porto Rico, que atrai muitas pessoas.
Washington está no melhor da forma e A$AP Rocky interpreta seu papel secundário de forma primorosa. O filme inclui ainda algumas falas didáticas, dentro do esperado para um filme de Spike Lee.
Cativante e virtuoso, Luta de Classes não poderia ser obra de nenhum outro diretor. (CJ)
Luta de Classes está em cartaz nos cinemas brasileiros. No streaming, a estreia está marcada para 5 de setembro na Apple TV+.

Crédito, A24
3. Faça Ela Voltar
Danny e Michael Philippou surpreenderam ao abandonar a produção de vídeos no YouTube para dirigir filmes de longa metragem, com seu fantasmagórico Fale Comigo (2022). E o novo filme dos gêmeos australianos é ainda melhor.
Faça Ela Voltar conta a história complicada e meticulosamente construída de dois irmãos órfãos, interpretados por Billy Barratt e Sora Wong. Eles são mandados para viver com uma mãe social acolhedora (talvez acolhedora demais), interpretada por Sally Hawkins.
O segredo é que os Philippous conduzem o terror e o drama do filme com a mesma seriedade.
Sem recorrer a sustos baratos ou reviravoltas forçadas, eles contam uma poderosa história emocional sobre pessoas reais em um ambiente convincente. E, por acaso, esta história envolve possessões demoníacas e zumbis comedores de carne.
O filme é envolvente, visceralmente intenso e suficientemente marcante para estabelecer os dois irmãos entre os melhores produtores de terror da atualidade.
Faça Ela Voltar estreia nos cinemas brasileiros em 21 de agosto.

Crédito, A24
4. Amores Materialistas
Jane Austen (1775-1817) sabia que dinheiro e casamento estão ligados para sempre. E, com este delicioso filme, quase uma comédia romântica, Celine Song trouxe esta ideia para o século 21, com muita inteligência e ironia.
Amores Materialistas pode parecer uma comédia romântica tradicional. Mas ela rompe com todas as noções comuns do gênero, oferecendo uma visão clara dos relacionamentos amorosos no nosso mundo material.
Song tem uma forma própria de evocar interpretações leves do seu brilhante elenco. Dakota Johnson interpreta Lucy, uma casamenteira profissional que escolhe entre dois homens na sua vida — e vamos combinar que não existe escolha ruim aqui.
Chris Evans é o ex que ainda a ama, mas só pode oferecer a vida de um ator esforçado — e Lucy não quer ser pobre. Pedro Pascal é o bilionário que a escuta de verdade.
Pascal, como sempre, é uma mistura perfeita de charme e sinceridade. E Song, com toda a sua visão prática e sem julgamentos da influência do dinheiro sobre os relacionamentos, não é cínica em nenhum momento em relação ao amor em si.
Depois do primeiro filme de Song, Vidas Passadas (2023), Amores Materialistas é outra joia de uma das cineastas mais originais da atualidade. (CJ)
Amores Materialistas está em cartaz nos cinemas brasileiros.

Crédito, Focus Features
5. The Ballad of Wallis Island
Esta deliciosa comédia britânica é estrelada pelos seus dois roteiristas, Tom Basden e Tim Key, ao lado de uma brilhante Carey Mulligan.
Key interpreta Charles, um alegre e excêntrico ganhador da loteria que contrata sua dupla musical favorita, Herb McGwyer (Basden) e Neil Mortimer (Mulligan) para se apresentar em um show ao vivo na pequena ilha onde ele mora.
O problema é que a dupla se desfez anos atrás, pessoal e profissionalmente. E Charles não disse a nenhum dos dois que o outro também estará na ilha.
Dirigido com sensibilidade por James Griffiths, The Ballad of Wallis Island é uma vitória. É um filme generoso, sincero e pitoresco, repleto de personagens carismáticos. E também é engraçado do princípio ao fim.
Os diálogos de Charles, particularmente, são repletos de piadas deliberadamente ruins e frases de efeito de dar vergonha. Talvez você queira assistir novamente ao filme logo após o final, em busca de chavões que possam ter se perdido na primeira vez. (NB)
The Ballad of Wallis Island está disponível no Brasil na Apple TV+ e na Amazon Prime Vídeo.

Crédito, Sundance Festival
6. Lurker
Dos muitos filmes que já abordaram a fama na era das redes sociais e a ligação aparentemente próxima, mas ilusória, entre os fãs e as celebridades, poucos foram tão atuais ou bem sucedidos quanto este contundente thriller psicológico.
Lurker é o primeiro filme do roteirista e diretor Alex Russell, que escreveu e produziu as séries O Urso (2022) e Treta (2023).
Russell controla brilhantemente o andamento da história à medida que seu personagem central cruza a linha que separa o superfã de um relacionamento parassocial tóxico.
Matthew (Théodore Pellerin) trabalha como vendedor em uma loja, que recebe a visita do astro da música pop Oliver (um carismático Archie Madekwe).
Entusiasmado, Matthew entra na comitiva de Oliver. O filme oferece sua perspectiva, mas sem transformá-lo em herói.
O público pode ficar constrangido ao ver como ele permite ser ridicularizado e tratado como um mascote. E, quando Oliver o congela, Matthew perde o controle.
A maioria dos filmes sobre fãs costuma mergulhar no terror, mas este retrato sagaz e assustador do stalker é mais eficaz, pois atinge o suspense apenas no final. E Lurker expõe, ao longo do enredo, as raízes tão comuns das desilusões com a fama. (CJ)
A reportagem não encontrou cinemas ou serviços de streaming que estejam exibindo o filme no Brasil.

Crédito, Warner Bros Pictures
7. Acompanhante Perfeita
Acompanhante Perfeita é o filme independente americano mais expressivo do ano até aqui.
Ele é estrelado por Jack Quaid e Sophie Thatcher, como um jovem e dedicado casal que viaja com amigos em férias para a floresta remota de um magnata russo. Rupert Friend faz uma engraçada participação especial interpretando o oligarca, com cabelo comprido.
Uma noite de confissões, suspeitas e desentendimentos regada a bebida faz parecer que o filme será uma comédia romântica, ou talvez um filme de ação noir sobre um assalto que deu errado.
Na verdade, Acompanhante Perfeita é uma comédia de ação e ficção científica. Mas, a partir daí, quanto menos você souber antecipadamente sobre o filme, mais agradáveis serão suas criativas reviravoltas.
Basta dizer que a estreia do diretor e roteirista Drew Hancock na tela grande é uma sátira brilhante e divertida sobre a tecnologia moderna e o tema cada vez mais relevante de como certos jovens inseguros podem ser misóginos e arrogantes. E o filme consegue sintetizar todas as suas ideias em apenas 97 minutos. (NB)
Acompanhante Perfeita está disponível no Brasil no HBO Max, Apple TV+, Google Play e Amazon Prime Vídeo.

Crédito, Warner Bros Pictures
8. Pecadores
Pantera Negra (2018) foi deslumbrante. Mas seu diretor, Ryan Coogler, se superou este ano com Pecadores.
Michael B. Jordan é maliciosamente convincente interpretando os gêmeos Smoke e Stack. Eles voltam de Chicago para abrir um bar com música ao vivo na sua cidade natal no Mississippi, nos Estados Unidos, em 1932 — época das leis Jim Crow, que pretendiam legalizar o racismo e marginalizar os negros americanos.
Com enorme ambição e imaginação, Coogler emprega gêneros familiares e parábolas, formando um filme totalmente original, que mistura o real e o sobrenatural.
Pecadores é, ao mesmo tempo, um filme de época e de vampiros. É um drama sobre racismo, família, superstições e espiritualidade, além de sexo apaixonado e blues revigorantes.
Coogle é um diretor corajoso. Às vezes, ele cria cenas fantasmagóricas, com músicos africanos paramentados surgindo ao lado dos rappers.
A primeira hora tem tanto conteúdo que poderia formar sozinha um filme de época. Mas, então, surge o sobrenatural, levando a um final com sangue, ação e vingança.
Jordan conta com um elenco de apoio espetacular, que inclui Delroy Lindo, Wunmi Musaku e Hailee Steinfeld.
Sexo, blues e vampiros batendo à porta? O que mais podemos querer de um filme? (CJ)
Pecadores está disponível no Brasil no HBO Max, Apple TV+, Google Play e Amazon Prime Vídeo.

Crédito, Cozy Cottage Films, LLC
9. Art for Everybody
O fascinante documentário de Miranda Yousef conta uma história mais estranha que a ficção, sobre o pintor americano Thomas Kinkade (1958-2012), um dos artistas que mais venderam seu trabalho na história.
Os críticos rejeitavam suas obras como repulsivamente fracas. Mas, nos anos 1990 e 2000, havia nos Estados Unidos lojas dedicadas aos quadros sentimentais de Kinkade, que mostravam aconchegantes casas de campo.
Art for Everybody levanta questões fascinantes sobre quem decide o que é arte verdadeira e se alguns quadros podem ser mais importantes do que outros. São questões atuais, considerando as contínuas guerras culturais sendo travadas nos Estados Unidos.
O filme de Yousef apresenta sensibilidade e delicado equilíbrio. Ele é igualmente fascinante em suas questões pessoais e sociopolíticas.
Uma parte fundamental do marketing de Kinkade era sua imagem pública cuidadosamente construída, de homem de família fundamentalmente americano e cristão devoto. Mas o chamado “Pintor da Luz” também tinha um lado obscuro.
Será que as pressões para ser um irrepreensível Dr. Jekyll o teriam levado a se tornar um autodestrutivo Sr. Hyde? (NB)
A reportagem não encontrou cinemas ou serviços de streaming que estejam exibindo o filme no Brasil.

Crédito, A24
10. Tempo de Guerra
O roteirista e diretor de Guerra Civil (2024), Alex Garland, e o veterano e consultor militar de Tempo de Guerra, Ray Mendoza, apresentam um drama em tempo real visceral e angustiante. Eles recriaram uma batalha real entre marinheiros americanos e jihadistas da al-Qaeda.
A virtuosa técnica de Garland e a experiência de guerra de Mendoza formaram um filme descompromissado, que nos faz mergulhar na intensidade do combate, sem explicações prévias nem antecedentes.
Os rostos de Joseph Quinn, Will Poulter, Cosmo Jarvis e D’Pharaoh Woon-A-Tai já são suficientes para transmitir o medo e a determinação de estar sob ataque. E, ao criarem seus personagens longe das bravatas típicas dos filmes de guerra de Hollywood, os atores mostram coragem na batalha em um filme de resistência repleto de terror.
Tempo de Guerra nos faz imergir nas sensações do conflito. Ele é intenso, estrondoso e implacável na sua sequência de granadas e artilharia. Quando os gritos de dor dos homens feridos começam, eles não param mais.
E o filme é muito mais do que uma conquista técnica deslumbrante. Ao se concentrar no custo pessoal dos combates e na própria violência em si, não na política do conflito no Iraque, Tempo de Guerra reinventa o filme de guerra de forma renovada, premente e estimulante. (CJ)
Tempo de Guerra está disponível no Brasil na Apple TV+, Google Play e Amazon Prime Vídeo.

Crédito, MUBI
Barry Keoghan, Christopher Abbott e Colm Meaney estrelam este filme de ação em estilo western, sombrio e sangrento, sobre uma disputa entre criadores de ovelhas em uma região rural remota da Irlanda.
Meaney e Abbott (que conversam em irlandês no filme) interpretam pai e filho lacônicos que perdem seus dois carneiros premiados. Eles descobrem que os animais foram roubados pelo incorrigível filho do vizinho (Keoghan).
Seguem-se as acusações, até que os ressentimentos latentes atingem o ponto máximo e surge a violência. Mas o estreante diretor e roteirista do filme, Christopher Andrews, reinicia a história e passa a contá-la de um novo e revelador ponto de vista.
Subitamente, uma história pragmática de crime e castigo se torna uma dolorosa tragédia sobre dificuldades econômicas desesperadoras, estupidez juvenil, orgulho masculino e traumas transmitidos de pai para filho.
Acabe com Eles é difícil de assistir, mas inclui belas imagens e seu roteiro é inteligente e maravilhosamente poderoso. (NB)
Acabe com Eles está disponível no Brasil na Apple TV+ e na Amazon Prime Vídeo.

Crédito, TIFF
12. Misericórdia
Este envolvente filme de Alain Guiraudie (Um Estranho no Lago, 2013) é repleto de surpresas.
Ele começa como um drama sobre Jérémie, um jovem que retorna à sua aldeia no verdejante interior da França para um funeral. Depois, o filme se transforma em uma calma sequência cômica sobre desejo e um thriller sobre um assassinato encoberto.
Misericórdia conduz o público com habilidade através de todas essas reviravoltas.
Jérémie é um oportunista, mas também um enigma.
Ele pode ter se apaixonado pelo seu antigo patrão e mentor, o falecido padeiro da aldeia. Mas a viúva do padeiro certamente parece interessada em Jérémie, que foi criado como o melhor amigo do seu filho, Vincent.
Irritado, Vincent agora suspeita que o amigo quer dormir com sua mãe, o que não é verdade. Jérémie reluta em um caso amoroso com o padre local.
O engraçado é que, enquanto tantas pessoas desejam um jovem comum como Jérémie, o suspense surge quando a polícia local e os olhos da pequena aldeia se perguntam o que aconteceu quando Vincent desaparece misteriosamente.
Misericórdia foi indicado para oito prêmios Cesar, o equivalente ao Oscar na França. Eles incluem o prêmio de melhor filme e diretor. Mas sua comédia humana atinge facilmente o público de todas as origens. (CJ)
A reportagem não encontrou cinemas ou serviços de streaming que estejam exibindo o filme no Brasil.

Crédito, Agat Films
13. Vingt Dieux
Em Vingt Dieux (Holy Cow é o título em inglês), o desajeitado e preguiçoso adolescente Totone (Clément Faveau) precisa cuidar da sua irmã mais jovem, Claire (Luna Garret), após a morte súbita do pai, em um local remoto do interior da França.
A solução que ele encontrou para seus terríveis problemas financeiros foi produzir queijos premiados de alta qualidade.
O filme de estreia de Louise Courvoisier é um drama emotivo de crescimento humano, enraizado no solo da região de Jura, no leste da França, onde ela foi criada.
Courvoisier oferece uma visão telúrica e detalhada de como a vida dos agricultores pode ser intensa e dolorosa, quando a juventude despreocupada se transforma na idade adulta, implacável e cheia de responsabilidades.
Mas a diretora também cria um conto de esperança agradável, romântico e repleto de belas cenas, mostrando pessoas desfavorecidas que trabalham juntas do nascer ao pôr do sol para melhorar suas vidas.
Bem-aventurados sejam os produtores de queijo, como disseram certa vez os comediantes do grupo Monty Python. (NB)
A reportagem não encontrou cinemas ou serviços de streaming que estejam exibindo o filme no Brasil.

Crédito, Bleecker Street
14. O Amigo
O Amigo mostra um enorme e desajeitado dogue alemão puxando Naomi Watts pelas ruas de Manhattan, em Nova York. Mas, neste agradável filme sobre afeto e luto, as cenas engraçadas com o cão parecem ser o menos importante.
Watts interpreta suavemente a professora de redação criativa Iris. Seu melhor amigo Walter, um famoso e mulherengo escritor, cometeu suicídio.
Ele deixa para ela seu cão, Apollo. Mas ela mora em um apartamento de um quarto em um edifício onde não há animais de estimação.
Para Iris, cuidar de Apollo passa a ser uma forma de lidar com seus sentimentos de amor e perda por Walter. Ele é interpretado por Bill Murray em cenas de flashback, repletas de inteligência e ternura, com grande impacto para seu minúsculo tempo na tela.
Baseado no eloquente e aclamado romance da escritora americana Sigrid Nunez, de 2018, o longa foi dirigido por Scott McGehee e David Siegel. Seus filmes incluem o subvalorizado Uma História em Montana (2021), com Haley Lu Richardson e Owen Teague.
Evitando clichês melosos, McGehee e Siegel fizeram de O Amigo uma joia engraçada e tocante, quer você goste ou não de animais de estimação.
Venha conhecer o incontrolável dogue alemão e assista o filme até o final, pela beleza das suas emoções. (CJ)
O Amigo está disponível no Brasil na Apple TV+, Google Play e Amazon Prime Vídeo.

Crédito, BBC/Aardman Animations
15. Wallace & Gromit: Avengança
Os dois grandes heróis do estúdio Aardman estão de volta em uma animação indicada ao Oscar. E, com eles, o seu mais sorrateiro inimigo: o pinguim diabólico chamado Feathers McGraw.
Dirigido por Nick Park e Merlin Crossingham, Avengança é repleto das qualidades que levaram o público a admirar as irreais aventuras de Wallace & Gromit: a trabalhosa animação com argila em stop motion; suas máquinas e equipamentos característicos; suas rápidas homenagens aos clássicos do cinema; seu humor britânico, alegre e absurdo; e a profunda afeição pelos personagens e seu mundo.
Acima de tudo, é um prazer ver de novo Feathers McGraw, mais de 30 anos após sua primeira aparição em Wallace & Gromit: As Calças Erradas (1993). Mas o novo filme do estúdio inglês de Bristol vai muito além da nostalgia.
Quando Wallace inventa um gnomo robótico que (antes de se tornar malvado) faz todo o trabalho de jardinagem de Gromit, a história faz uma viagem para o mundo de Missão Impossível e aborda os receios atuais em relação à inteligência artificial. (NB)
Wallace & Gromit: Avengança está disponível no Brasil na Netflix.

Crédito, A24
16. On Becoming a Guinea Fowl
O imenso talento da diretora Rungano Nyoni valeu a ela um prêmio Bafta por sua notável estreia britânica em Eu Não Sou uma Bruxa (2017).
Seus filmes são obras de arte acessíveis, de grande elegância visual. E seu mais recente lançamento é um drama realista sobre conflitos culturais e geracionais.
Sua heroína, Shula, é uma mulher cosmopolita que retornou recentemente da cidade grande para sua aldeia na Zâmbia. Nyoni transmite essa dissonância de imediato, mostrando Shula indo de carro para casa, vindo de uma festa à fantasia.
A personagem usa um capacete prateado brilhante e óculos escuros, em homenagem a um vídeo da cantora Missy Elliott. E encontra seu tio Fred morto em uma estrada de terra.
A história nos leva, então, aos rituais fúnebres tradicionais da família e revela aos poucos que Fred abusou de Shula e de duas primas quando elas eram crianças. Mas suas mães colocam os fatos de lado enquanto lamentam a morte do irmão.
O estilo de Nyoni é realista, mesmo quando usa imagens surreais.
A narrativa do sigilo e do trauma sobre o assédio sexual se transforma em poder mais para o fim, quando Shula relembra um programa infantil na televisão. É nesse momento que o título deste filme surpreendente — “Sobre se transformar em uma galinha-d’Angola”, em tradução literal — finalmente faz sentido. (CJ)
A reportagem não encontrou cinemas ou serviços de streaming que estejam exibindo o filme no Brasil.
Fonte.:BBC NEWS BRASIL