Em uma manobra significativa, a oposição derrotou as indicações do governo e da cúpula do Congresso, elegendo nesta quarta‑feira (20) o senador Carlos Viana (Podemos‑MG) como presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os descontos irregulares em benefícios do INSS. O senador venceu com 17 votos contra 14 do candidato governista Omar Aziz (PSD‑AM), indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
Logo após assumir, Carlos Viana nomeou o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil‑AL) como relator da comissão.
Parlamentares de oposição expressaram entusiasmo com o resultado e enfatizaram a importância de conduzir uma investigação séria e livre de viés político:
O senador Izalci Lucas (PL‑DF) declarou: “Nós precisamos resgatar a credibilidade das CPMIs. Não podemos continuar como há algum tempo atrás em que a gente tinha CPMI com narrativas construídas antes e essa condução para chegar num relatório que já estava definido.”
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O senador Eduardo Girão (Novo‑CE), que retirou sua candidatura para apoiar Viana, afirmou que a escolha foi “acertada” e espera que o colegiado “lave a alma dos brasileiros ao trazer a verdade sobre ‘esse roubo escandaloso’”
O deputado Marcel van Hattem (Novo‑RS) classificou a instalação da CPMI como “histórica” e símbolo da vitória da articulação da oposição:
“A instalação da CPMI como ‘histórica’ … simboliza uma vitória da articulação da oposição na última noite.”
Do lado mais direto, o POWER360 destacou que membros da oposição celebraram com gritos como: “A roubalheira do PT tá acabando! Sua conduta é imoral.”
Além disso, a liderança do PL articulou cuidadosamente a eleição de Viana, conforme relatado por Sóstenes Cavalcante (PL‑RJ): “Sempre é bom ganhar”, afirmou após um jantar estratégico na véspera da votação.
A CPMI
A CPMI foi criada após revelações de um esquema de descontos fraudulentos em benefícios do INSS, investigado pela Polícia Federal e pela CGU, com estimativa de prejuízo bilionário aos aposentados e pensionistas, o que levou à queda do então ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Nesta quarta, a comissão foi oficialmente instalada. Carlos Viana afirmou que vai conduzir os trabalhos com isenção e independência, priorizando a responsabilização dos envolvidos e propostas para prevenir novos crimes contra beneficiários.
A comissão é formada por 16 senadores e 16 deputados, e igual número de suplentes. O colegiado tem prazo inicial de 180 dias para apurar as fraudes no INSS.
A comissão irá investigar os descontos indevidos em benefícios do INSS praticados por associações de representação de aposentados, a partir de 2019, segundo investigações da Polícia Federal. A fraude pode ter chegado a R$ 6,4 bilhões ao longo de seis anos.
A vitória da oposição representa um revés para o governo, enfraquecendo sua influência sobre a investigação e elevando o potencial político da CPMI como instrumento de fiscalização.
Fonte.: MT MAIS