Em meio ao aumento de denúncias de abuso e exploração sexual infantil na internet, a polícia tem avançado em decifrar os códigos usados por pedófilos e abusadores para disfarçar a comunicação criminosa em meio virtual.

Os símbolos são postados nos comentários de publicações de crianças nas redes sociais. Os criminosos usam emojis populares, sem nítida conotação sexual, mas com significados específicos, para se identificarem entre si e trocarem conteúdos de exploração sexual infantil.

Em entrevista à CNN, a delegada Luciana Peixoto, à frente da repressão à pedofilia no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), explicou os códigos como alerta para que pais e responsáveis monitorem ativamente as redes sociais de menores.

• Emoji de macarrão instantâneo 🍜 – Pela semelhança do inglês “Noodles” com “Nudes” faz referência a troca de imagens íntimas de crianças
• Emoji de milho 🌽 – Na mesa lógica, pela associação entre “Corn” e “Porn”, remete a disponibilidade para troca de pornografia infantil
• Emoji de espiral azul 🌀 – Usuário se mostra interessado em imagens indevidas de meninos
• Coração dentro do outro 💗 e Queijo 🧀 – Pedófilo busca imagens indevidas de meninas

Emojis de bala 🍬, pirulito 🍭 e pizza 🍕também são usados pelos criminosos para mostrar que se agradaram com o vídeo ou foto da criança postada nas redes. Os ícones infantis também são usados para chamar atenção dos menores e iniciar conversas.

Monitorar e denunciar

Além de evitar a exposição de crianças na internet, a delegada Luciana Peixoto recomenda que os responsáveis pelas crianças devem reduzir o tempo dos menores em frente às telas e, quando as crianças estiverem on-line, monitorarem ativamente.

Em grande parte dos casos, os pedófilos buscam interações infantilizadas, por perfis falsos, no qual se passam por crianças até ganharem intimidade com a vítima. Outros ainda se passam por agências de modelo e de influenciadores — máscara usada para pedir fotos.

Em caso de indícios de violação on-line, os pais devem encerrar a comunicação da criança com o criminoso, como bloqueando o contato, conservar a conversa e procurar a Polícia Civil. A denúncia também pode ser anônima e pelo Disque Direitos Humanos (Disque 100) do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).