12:36 AM
23 de agosto de 2025

Moraes autoriza prisão domiciliar a idosa presa pelo 8 de janeiro

Moraes autoriza prisão domiciliar a idosa presa pelo 8 de janeiro

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Após quase 40 dias presa por falhas na tornozeleira eletrônica, a idosa Vildete da Silva Guardia, de 74 anos, está voltando para casa. A prisão domiciliar foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes na quinta-feira (21) e confirmada pelos familiares da idosa na tarde desta sexta-feira (22).

“Ela está bem abalada, bem desnorteada”, relatou a filha Paula Guardia Felipi. Segundo ela, a mãe estava tomando antidepressivos e calmantes quando foi presa novamente, em julho, e terá que retomar o tratamento. “Ela também está com infecção de ouvido e sentindo bastante dor, mas agora a gente vai cuidar dela e, se Deus quiser, ela vai ficar bem”, afirmou Paula.

Com a autorização da prisão domiciliar, Vildete deixou na tarde desta sexta (22) a Penitenciária Feminina de Sant’Anna, em São Paulo, e usará tornozeleira eletrônica. Ela não poderá se ausentar de sua residência e, assim como os demais envolvidos nos atos de 8 de janeiro, está proibida de utilizar redes sociais e de conceder entrevistas a veículos de comunicação.

A idosa também está proibida de se comunicar com outros envolvidos no 8 de janeiro e de receber visitas. Segundo a decisão, as únicas pessoas que podem ter contato com ela são seus advogados, irmãos, filhos e netos.

Na decisão, Moraes informa ainda que Vildete precisará “requerer previamente autorização para deslocamentos por questões de saúde” e que, em situações de urgência e emergência, as saídas deverão ser justificadas em até 48 horas após o atendimento médico.

Segundo a defesa, Vildete enfrenta comorbidades musculoesqueléticas e neurológicas, problemas vasculares, auditivos e psiquiátricos, além de histórico cirúrgico. Em abril, quando ainda estava presa, a família informou que a idosa se locomovia com cadeira de rodas na prisão e que havia emagrecido muito, chegando a pesar aproximadamente 40kg. “Estão matando a minha mãe”, alertou a filha, na época.

Quem é Vildete, presa sem provas de violência no 8 de janeiro

Vildete foi condenada a 11 anos de prisão, apesar da ausência de provas de participação nos atos de vandalismo do 8 de janeiro de 2023. Segundo entendimento da Procuradoria-Geral da República (PGR), citado no voto condenatório de Morais, o caso envolveu “crimes multitudinários” em que “um agente exerce influência sobre o outro, a ponto de motivar ações por imitação ou sugestão”, gerando “vínculo subjetivo”.

As ações de Vildete apresentadas na denúncia, entretanto, se resumem a registros fotográficos que ela fez no gramado da Praça dos Três Poderes e no interior do prédio já depredado. Ela foi presa dia 8 de janeiro dentro do Palácio do Planalto.

Inicialmente, ela passou 21 dias na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, a Colmeia, mas foi liberada devido à sua condição de saúde.

No entanto, a idosa foi presa novamente em 6 junho de 2024, quando cerca de 200 envolvidos nos atos de 8 de janeiro que cumpriam medidas cautelares foram levados para o cárcere sob alegação de “suposto risco de fuga”, já que outros envolvidos no 8 de janeiro haviam saído do país.

A situação de saúde de Vildete se agravou muito nos 10 meses em que esteve presa e ela obteve prisão domiciliar em abril deste ano, permanecendo em casa até 14 de julho, quando foi levada novamente à prisão por supostamente descumprir regras relacionadas ao uso da tornozeleira eletrônica.

Entre as regras citadas na decisão de Moraes a respeito do retorno à prisão foram citadas falhas de sinal e saídas não autorizadas da área de inclusão. A defesa alega que os deslocamentos ocorreram por motivos médicos e que estavam devidamente autorizados pela Justiça.



Fonte. Gazeta do Povo

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