Dez anos se passaram desde que a primeira Churrascada reuniu amigos em torno da fumaça. O que começou como um encontro quase secreto hoje é um dos maiores festivais de gastronomia do fogo vivo do mundo. E a festa chega à 25ª edição em grande estilo, ocupando dois sábados de agosto no parque da Água Branca.
O tema Raízes e Memórias é um mergulho afetivo no passado, na tradição da carne ao ar livre, no fogo que cozinha devagar e nas histórias de quem nunca abandonou a brasa.
Lá, o chef Marcos Livi montou a sua estação numa estrutura que lembra uma gaiola—um misto de parque de diversões com “Mad Max”, de onde pendiam costelas e legumes defumando ao vento. Ele circulava servindo ossos de costela com lascas crocantes de carne. “Não tem etiqueta para comer. A etiqueta é se sentir à vontade”, dizia entre uma oferta e outra.
Na grelha ao lado, Jefferson Finger, do Barbacoa, apostou na fartura: tomahawk, maminha, short rib e picanha disputavam espaço no fogo. Tudo regado a um crumble de milho —ou, como ele mesmo define, “um creme de milho com cheddar e farofa de pão italiano para dar crocância”.
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Paula Labaki serviu o pato de Pequim que trouxe na edição de 2017, com molho de ameixa. “Estou desde a primeira Fazenda Churrascada, criando cardápios. É emocionante ver até onde chegamos”, diz a chef.
Marcel Gholmieh, da MG74, serviu um stinko —corte bovino da perna, similar ao ossobuco— que passou 12 horas entre fumaça e forno, acompanhado de polenta. “Na primeira edição, em 2015, eu estava aqui como músico, tocando country na banda do Rodrigo Haddad”, conta. Agora, na sexta vez, ele volta como chef.
O menu de fogos de Francis Mallmann foi coroado pelo domo, uma cúpula metálica onde carnes e legumes cozinham lentamente no calor indireto.
“Cozinhar é respeitar o tempo do fogo e de cada ingrediente”, resumiu, antes de confessar sua paixão por arroz com feijão e comida nordestina —e a vontade de provar uma feijoada digna.
Mallmann fica no Brasil até o próximo sábado, repetindo a performance em grande escala. Antes, na quinta, comanda La Gran Cena, um jantar exclusivo para cem pessoas, seis etapas harmonizadas com vinho, a R$ 995 por pessoa.
Mas a Churrascada não é feita só de chefs estrelados. Uma das competições mais acirradas é o Butcher Wars Brasil. Dos 50 inscritos, oito açougueiros foram selecionados para transformar meio cordeiro e meio porco em obra de arte em apenas 30 minutos. A final será no próximo sábado, e o campeão garante vaga na etapa mundial na Austrália.
Antes disso, Santi Roig, chef proprietário do Grindhouse Braserito, desossou uma carcaça de angus cruzado com wagyu ao vivo, mostrando de onde saem os cortes do traseiro.
Uma década depois, a Churrascada segue firme: mais de 30 estações de churrasco, comida e cerveja à vontade, música ao vivo e marcas que entenderam que celebrar o fogo é celebrar o Brasil.
Os ingressos para o último final de semana do evento estão disponíveis em churrascadafestival.com a partir de R$ 730.
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Fonte.:Folha de S.Paulo