A juíza da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, Helícia Vitti Lourenço, decretou nesta quarta-feira (27) a prisão preventiva do policial militar reformado Jeferson Santana Vieira, de 47 anos, após os graves episódios registrados na noite de terça-feira (26), na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. A magistrada também determinou a realização de exames médicos, diante de informações de que o ex-agente seria portador de esquizofrenia.

Durante a ocorrência, ele ainda agrediu a repórter da TV Vila Real, Angélica Gomes, com soco no rosto e partiu para cima do cinegrafista, danificando os equipamentos.

Ao decretar a prisão preventiva, a juíza destacou a gravidade da conduta e o risco que Jeferson representa à ordem pública, reforçando a necessidade de mantê-lo sob custódia enquanto as investigações avançam.

Além disso, a magistrada determinou que sejam realizados exames médicos para avaliar o estado de saúde mental do acusado, uma vez que há relatos de que ele sofre de esquizofrenia e havia abandonado tratamento psicológico anteriormente.

O ex-policial responderá por tentativa de homicídio, lesão corporal, agressão e ameaça, além dos crimes de trânsito relacionados ao acidente. A Polícia Civil segue investigando as circunstâncias do caso e deverá ouvir novas testemunhas.

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Enquanto isso, o motociclista atingido permanece internado em estado grave, e a jornalista vítima da agressão já anunciou que irá representar criminalmente contra o agressor.

Em depoimento à Polícia Civil, ele apresentou comportamento confuso e alegou estar sendo atormentado por “vozes” e “espíritos”.

Segundo o relato às autoridades, Jeferson afirmou que não se lembrava com clareza do que aconteceu na noite do acidente. Em certos momentos, deu declarações desconexas e chegou a contradizer o que havia dito anteriormente.

O ex-policial foi autuado por tentativa de homicídio, lesão corporal culposa na direção de veículo automotor e danos materiais.

Em seu depoimento, negou ter ingerido bebidas alcóolicas ou ter feito uso de medicamentos, atribuindo  o descontrole ao “capeta”: Ele (capeta) fica em cima da minha cabeça e vai lá no miolo”.

Ao ser questionado sobre seu estado mental, Jeferson relatou que há algum tempo interrompeu o tratamento psicológico por falta de recursos financeiros.

Apesar dessas declarações, ele também afirmou que, no dia dos fatos, não ouviu nenhuma voz.

A Polícia Civil continua apurando o caso para entender as circunstâncias do acidente.

Relembre o caso

Segundo a Polícia Militar, Jeferson causou uma série de colisões na via, batendo por três vezes na traseira do veículo de uma mulher. Logo depois, atingiu um motociclista, que ficou gravemente ferido e precisou ser socorrido por uma ambulância do Samu.

Durante o atendimento da ocorrência, o ex-policial demonstrou comportamento agressivo e descontrolado. Ele agrediu a repórter da TV Vila Real, Angélica Gomes com um soco no rosto, ainda tentou atacar o cinegrafista da equipe de reportagem e danificou os equipamentos.

Testemunhas relataram que Jeferson parecia agir de forma proposital ao provocar as batidas e apresentava falas desconexas, chegando a dizer que pretendia tirar a própria vida.

O boletim de ocorrência também registra que, em meio ao surto, o ex-PM chegou a ameaçar populares e policiais militares. “Se eu tivesse armado, matava todos aqui”, teria dito em tom alterado.