1:19 AM
6 de setembro de 2025

Conheça os vencedores do Prêmio Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica

Conheça os vencedores do Prêmio Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica

PUBLICIDADE


Mais uma edição do Prêmio Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica chegou ao fim nesta sexta (5), com o anúncio dos vencedores de 2025.

Os trabalhos reconhecidos com a láurea representam inovações em diversas áreas da assistência em saúde. Veja a seguir quem foram os premiados nas oito categorias.

Categoria Tecnologias Diagnósticas: Sacada high-tech para salvar a visão

categoria-tecnologias-diagnosticas
(Rodrigo Damati/Veja Saúde)

A retinopatia diabética é uma das maiores causas de cegueira no mundo. E é consenso que o rastreamento periódico com exames de fundo de olho é crítico para detectá-la precocemente e evitar os danos à visão.

Só que isso é um gargalo no Brasil, sobretudo na rede pública. Daí a proposta de uma equipe da Unifesp de levar um retinógrafo portátil, conectado à nuvem e à inteligência artificial, para o ambiente das consultas. As informações captadas pelo equipamento são avaliadas na hora pela IA e também analisadas por especialistas, encurtando processos.

Mais de 800 pacientes com diabetes passaram pelo sistema de triagem digital, que descobriu que quase 15% já tinham retinopatia. Tudo ocorreu de forma célere: o tempo entre exame e início de tratamento caiu de 20 para 9 dias em média, o que faz a diferença no tratamento.

Uma estratégia ágil, eficiente e democrática para salvar a visão dos brasileiros.

Continua após a publicidade

Revolução na retina: IA e telemedicina levam diagnóstico rápido a pacientes com diabetes
Autores: Stefano Neto Jai Hyun Choi, Fernando Korn Malerbi, Vagner Rogério dos Santos, Luis Filipe Nakayama, Sergio Atala Dib, Paulo Schor e Caio Vinicius Saito Regatieri.
Instituição: Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Categoria IA na transformação da saúde: Coração monitorado com dispositivos inteligentes

categoria-ia
(Rodrigo Damati/Veja Saúde)

Pessoas que passam por uma cirurgia cardíaca podem ser surpreendidas por intercorrências como arritmias potencialmente perigosas dias após a operação. Então como acompanha-las de perto, especialmente depois da alta do hospital?

Já existe tecnologia para isso, e o InCor bolou e testou um modelo de monitoramento remoto bem-sucedido. O diferencial está no uso de smartwatches acoplados com um algoritmo especial e ligados ao prontuário eletrônico que registram, com alta precisão, irregularidades como quadros de fibrilação atrial.

Os alertas emitidos ao longo de 24 horas são direcionados e avaliados por um time de experts, sinalizando se há necessidade de um atendimento online ou consulta presencial para tratar o descompasso.

Continua após a publicidade

No estudo com mais de 100 pacientes acompanhados por um mês, o telemonitoramento com IA, baseado em parâmetros como frequência cardíaca, pressão e saturação, mostrou-se assertivo na identificação das arritmias e no socorro a quem mais precisava.

Tecnologia vestível e inteligência artificial no pós-operatório cardíaco: inovação em telemonitoramento e detecção precoce de eventos críticos
Autores: Camila Rodrigues Moreno, Rosangela Monteiro, Guilherme de Castro Machado Rabello, Matheus Santos Moitinho, Pietro Colonna Carlotto de Oliveira Martins, Bruna Mendes Mariano, Fabio Antero Pires, Nelson Samesima, Luiz Antonio Machado César e Fábio Biscegli Jatene.
Instituição: Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor/HCMUSP).

Categoria Engajamento e Empoderamento do Paciente: Impressão 3D como suporte ao pré-natal

categoria-engajamento
(Rodrigo Damati/Veja Saúde)

Não é um processo fácil explicar a uma gestante que seu bebê tem uma malformação no coração. Para tornar essa empreitada mais tangível e acolhedora, pesquisadores capitaneados pelo Laboratório de Biodesign da PUC-Rio tiveram uma ideia diferente: criar pequenos modelos em 3D dos corações das crianças para mostrar às mães no pré-natal.

Funciona assim: primeiro a mulher passa por um exame de ecocardiografia, que avalia e mapeia o coração do feto. As imagens em alta resolução são direcionadas a um programa que elabora, fatia a fatia, um simulacro do órgão com seus respectivos problemas.

Continua após a publicidade

A impressora 3D entra em cena para desenvolver o modelo físico do coração do bebê em tamanho real e numa versão ampliada, que permite uma análise médica mais apurada.

A reprodução é apresentada à gestante, que entende melhor a malformação, estreita vínculos com seu filho e o médico e se sente mais engajada e menos ansiosa durante a jornada da maternidade. O projeto-piloto foi um sucesso. E mostra que a tecnologia pode, sim, ser ferramenta de acolhimento e empoderamento.

Utilização de modelos físicos do coração fetal na assistência pré-natal
Autores: Pedro Paulo Pereira Viegas Ramalho, Heron Werner, Maria de Fátima Monteiro Pereira Leite, Carla Verona Barreto Farias, Camilla Mannarino Calil, Julia Juliasse, Luiza Novaes, Gerson Ribeiro, Vinícius Arcoverde, José Gabriel Nunes, Gabriella Marques Castanhede e Roberta Portas.
Instituições: Laboratório de Biodesign da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e Instituto de Estudos em Tecnologia da Saúde (Ietecs).

Categoria Medicina Social: Cuidando de quem cuida da floresta

categoria-medicina-social
(Rodrigo Damati/Veja Saúde)

A região Norte do país, especialmente os rincões da Amazônia, amarga alguns dos piores índices de acesso à saúde no Brasil. Nesse cenário, povos indígenas e ribeirinhos, fundamentais para a preservação da natureza, ficam inúmeras vezes reféns de problemas sem a oportunidade de diagnosticá-los e trata-los.

Continua após a publicidade

Pois a ONG Zoé busca, há seis anos, mudar essa realidade. Atuando em uma área no nordeste do estado do Pará, a rede de médicos e outros profissionais voluntários tem mudado a vida de pessoas, levando especialistas até regiões remotas e oferecendo exames e cirurgias a essas comunidades mais afastadas.

Os especialistas atuam sobre as águas, por meio de barcos-hospitais que permitem fazer e processar exames de sangue e fezes na hora e inclusive realizar intervenções cirúrgicas.

Mas também prestam assistência em terra e até a distância – como o atendimento psicológico via telemedicina. Os números mostram o impacto desse trabalho: 35 expedições concluídas, 15 mil pessoas beneficiadas, 720 operações e mais de 2 mil horas dedicadas aos pacientes. Cuidado de ponta a quem cuida da floresta.

Zoé: cuidando de quem cuida da floresta
Autores: Marcelo Averbach, Andréia Laplana e Plínio Averbach.
Instituição: ONG Zoé — Associação de Apoio à Saúde de Populações Remotas.

Categoria Genômica e Medicina de Precisão: O que os genes dos centenários nos dizem sobre o câncer

categoria-genomica-premio-inovacao-medica
(Rodrigo Damati/Veja Saúde)
Continua após a publicidade

Será que pessoas que ultrapassam os 90 anos de idade teriam algum segredo em seu DNA? É o que o Centro de Genoma Humano da USP vem investigando há cinco anos.

Num desses braços de pesquisa, os cientistas buscaram elucidar por que 100 superidosos saudáveis, livres de doenças e dotados de boa autonomia tiveram apenas covid leve ou assintomática durante a pandemia.

Nessa varredura para entender a resistência imunológica à infecção, os pesquisadores realizaram o sequenciamento completo do genoma dos voluntários e encontraram inúmeras variantes genéticas.

Mas uma delas chamou mais atenção: um percentual dos idosos tinha mutação nos genes BRCA, que aumentam consideravelmente a propensão ao câncer, mas nunca desenvolveu a doença.

O achado, inédito, abre a perspectiva de novas linhas de pesquisa para entender o que está por trás do silenciamento desses genes favoráveis a tumores e também para criar estratégias preventivas e terapêuticas contra o câncer. Mais uma lição que se aprende com a velha geração.

Como a genética da longevidade pode revolucionar a prevenção do câncer: evidências de portadores de BRCA1 que atingem idades extremas sem desenvolver neoplasias
Autores: Mateus Vidigal De Castro, Cristina Sábato, Raíssa Modaffore Dandalo Girardi, Moníze Valéria Ramos da Silva, Michel Satya Naslavsky e Mayana Zatz.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP).

Categoria Prevenção e Promoção à Saúde: Um programa de saúde digital nas escolas

categoria-prevencao
(Rodrigo Damati/Veja Saúde)

Levar o conhecimento obtido na faculdade de medicina para escolas públicas e a comunidade além da sala de aula. Foi com essa missão – e muita tecnologia – que um trabalho pioneiro concebido pela Faculdade de Medicina da USP está fazendo a diferença entre alunos e familiares da cidade de Santos.

Através de uma parceria com a secretaria de educação do município, o projeto Jovem Doutor atua há uma década disponibilizando conteúdo digital, plataforma para gravação de vídeos, material gráfico com imagens do corpo humano e até modelos de órgãos em tamanho real feitos com impressão 3D para estudantes do ensino fundamental.

Com esses recursos, conseguem ensinar e mobilizar as turmas sobre assuntos que vão de vacinação à prevenção da gravidez na adolescência.

E o saber extravasa a escola. Por meio dos próprios alunos e de eventos como feiras de ciências, a comunidade é engajada com a replicação do conhecimento – ao menos 30 mil cidadãos já foram impactados pela iniciativa toda. Afinal, a ciência não pode ser confinada aos muros da universidade.

Jovem Doutor (Saúde Digital nas Escolas e Estação de Telessaúde) e Edu-Fábrica (Aprendizado Vivencial em Saúde com Prevenção de Doenças e Promoção de Saúde)
Autores: Maíra Lie Chao, Ana Lúcia Barboza Caetano de Jesus, Audrey Kleys Cabral De Oliveira Dinau, Daniele Fernandes Pena Carvalho, Maria de Lourdes Medeiros Batista, Juliana de Lira Colantonio e Chao Lung Wen.
Instituições: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e Secretaria de Educação do Município de Santos.

Categoria Terapias e Tratamentos Inovadores: Turbinar a terapia CAR-T para vencer o câncer

categoria-tratamentos-e-terapias-premio
(Rodrigo Damati/Veja Saúde)

Uma das maiores revoluções na oncologia foi o desenvolvimento da terapia CAR-T, que se baseia na reprogramação de células de defesa do próprio paciente em laboratório para, uma vez reintroduzidas no organismo, identificar e caçar células tumorais.

A estratégia tem sido bem-sucedida diante de doenças como linfomas não-Hodgkin e leucemia linfoblástica aguda, que atingem tanto pessoas mais jovens como maduras. Mas os cientistas observaram que as células CAR-T podem sofrer uma espécie de exaustão, e deixar de ser eficiente em seu cerco ao câncer.

Para entender melhor a história e encontrar uma saída, um time do A.C. Camargo Cancer Center se debruçou sobre um complexo de proteínas encontrado nessas células intimamente relacionado a esse esgotamento. E, através de drogas específicas, conseguiram bloqueá-lo.

Nos testes com animais, a tática subjugou a fadiga celular, propiciando maior proliferação e capacidade de ataque das células CAR-T. O resultado: uma melhor e mais prolongada resposta no tratamento do câncer.

Targeting PRC2 Enhances the Cytotoxic Capacity of Anti-CD19 CAR-T Cells against Hematologic Malignancies
Autores: Maria Letícia Rodrigues Carvalho, Clara de Oliveira Andrade, Mariela Pires Cabral-Piccin, Gabriela Sarti Kinker, Glauco Akelinghton Freire Vitiello, Raylane Adrielle Gonçalves Cambuí, Luiza de Macedo Abdo, Eduardo Mannarino Correia, Bruno Dalbelo da Silva Elias, Emmanuel Vinicius Oliveira Araujo, Alexandre Silva Chaves, Pedro Henrique Barbosa, Karina Lobo Hajdu, Amanda Rondinelli, Arianne Fagotti Gusmão, Maria Luisa Marques Pierre, Igor Brasil-Costa, Caroline Pouza Zanella, Marta Maria Moreira Lemos, Marjorie Vieira Batista, Jayr Schmidt Filho, Cheryl Arrowsmith, Vladmir Cláudio Cordeiro de Lima, Martin Hernán Bonamino e Tiago da Silva Medina.
Instituições: A.C. Camargo Cancer Center, Instituto Nacional de Câncer (Inca), Instituto Evandro Chagas e Princess Margaret Cancer Centre.

Clique aqui para entrar em nosso canal no WhatsApp



Fonte.:Saúde Abril

Leia mais

Rolar para cima