Agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e das polícias Militar e Civil realizam na manhã desta segunda-feira (8) uma operação na Favela do Moinho, na região central de São Paulo.

São cumpridos, segundo o órgão do Ministério Público estadual, dez mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão, no âmbito da Operação Sharpe, que visa desarticular o tráfico de drogas na cracolândia.

Conforme mostrou a Folha, a concentração de usuários aumenta agora na avenida Pacaembu, na zona oeste –embora pequenos núcleos ainda se concentrem pela região central.

Segundo as autoridades, lideranças do PCC comandam, de dentro de presídios, o tráfico de drogas da Favela do Moinho, que abastece a demanda da cracolândia.

A ação é desdobramento de uma operação, no ano passado, que resultou no fechamento de bares, hotéis e outros estabelecimentos ligados à facção, além da prisão de traficantes e até agentes públicos envolvidos no esquema criminosos. Entre os envolvidos, estavam agentes da Guarda Civil Municipal.

“Na continuidade das investigações, descobriu-se que a liderança presa da Favela do Moinho continuava a emitir ordens criminosas de dentro do presídio, com a finalidade de intimidar funcionários do CDHU, impedindo que as famílias residentes aceitem indenização pelas suas moradias sob o falso pretexto de resistência da comunidade local”, disse o Gaeco em nota.

Desde abril, moradores deixam aos poucos a Favela do Moinho, depois de um conflito que se estendeu por alguns dias com o governo do estado.

As gestões do presidente Lula (PT) e do governo paulista de Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciaram em maio deste ano um acordo para o atendimento habitacional de um grupo de quase 900 famílias moradoras da ocupação irregularmente instalada em um terreno da União há aproximadamente 40 anos.