6:12 PM
10 de setembro de 2025

UFPR previu violência em evento, mas não acionou a polícia

UFPR previu violência em evento, mas não acionou a polícia

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Após os episódios de violência na noite desta terça-feira (9), quando centenas de estudantes e ativistas agrediram palestrantes de viés conservador que estavam no prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para um evento, a instituição se manifestou.

Em nota assinada pela Reitoria, a UFPR diz que o evento “O STF e a interpretação constitucional”, de viés crítico à Corte, estava programado para ocorrer no Salão Nobre do Setor de Ciências Jurídicas da instituição. “No entanto, o evento gerou questionamentos e manifestações contrárias, segundo as quais sua ocorrência iria contra a defesa da soberania nacional e do estado democrático de direito. A partir disso, a situação se intensificou”.

Mais à frente, a Reitoria explica que o evento foi organizado por uma docente e que, diante da repercussão nas redes sociais semanas antes, “a Direção do Setor de Ciências Jurídicas da UFPR alertou a professora responsável quanto aos riscos à integridade física da comunidade acadêmica e participantes”. 

Mesmo assim, a universidade não acionou a Polícia Militar, nem mobilizou qualquer estrutura de segurança. O confronto, que envolveu agressões físicas ao advogado Jeffrey Chiquini, que representa Filipe Martins, e o vereador de Curitiba Guilherme Kilter (Novo-PR), só foi apaziaguado com a chegada da Polícia Militar, inclusive com membros da tropa de choque.

Mesmo assim, a UFPR classificou a ação dos policiais como “uma resposta desproporcional das forças de segurança pública em relação à comunidade que se manifestava”.

Uma nova nota, desta vez publicada pela direção da Faculdade de Direito da UFPR, diz que a professora organizadora cancelou o evento minutos antes do seu início e culpa os palestrantes pelos episódios de violência. Além disso, igualmente critica a ação das forças policiais.

“Mesmo após o cancelamento e a orientação expressa da Vice-Direção para que não ingressassem no prédio, os palestrantes forçaram sua presença em adentrar ao espaço. A partir disso, intensificaram-se as manifestações estudantis e, sem que houvessem sido acionadas institucionalmente, forças de segurança pública ingressaram no prédio histórico indevidamente e atuaram de forma desproporcional”, diz o comunicado.

A Gazeta do Povo questionou a Reitoria sobre por que não ter acionado as forças de segurança mesmo compreendendo os riscos inerentes ao evento. A reportagem será atualizada caso haja manifestação da UFPR.

O que aconteceu no evento da UFPR

Jeffrey Chiquini e Guilherme Kilter (Novo-PR) foram expulsos do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná por estudantes que se opunham à participação dos dois em uma palestra sobre a atuação do STF. Em meio a empurrões e gritos de “recua, fascista”, ambos foram escoltados até a sala dos professores. A Polícia Militar foi chamada para conter a confusão.

O vereador disse à Gazeta do Povo que sofreu agressões como tapas e empurrões. Kilter afirmou que os estudantes já tinham ocupado o prédio quando ele e Chiquini chegaram, impedindo a entrada no Salão Nobre, onde o evento seria realizado.

“Fomos até o corredor, mas começaram a nos ameaçar com porretes. Nos trancaram na sala dos professores por segurança. A gente esperou baixar o clima, a Polícia Militar chegou com reforço da tropa de choque e começou a esvaziar o prédio”, relatou Kilter.

O vereador e o advogado tentaram encontrar uma saída para deixar o prédio e foram seguidos pelos manifestantes. “A gente conseguiu sair pelos fundos. A tropa de choque já estava na frente, fazendo um cerco. Teve bomba de efeito moral”, disse o parlamentar. Para Kilter, “claramente” parte dos manifestantes não eram alunos da instituição.

“Fui expulso da UFPR, porque vim palestrar em um evento. Fui convidado a palestrar sobre Estado Democrático de Direito pelo curso de Direito. Eu apanhei de tudo quanto é lado. Estou sendo expulso por cerca de 500 pessoas”, disse Chiquini em uma live no Instagram.

A advogada e comentarista da Gazeta do Povo Anne Dias iria acompanhar a palestra e presenciou a confusão. Ex-aluna da UFPR, ela afirmou que os manifestantes hostilizaram os participantes do evento. “Foi horrível. Uma pessoa me relatou que teve o celular furtado durante a manifestação. Bateram nas pessoas, derrubaram um professor. Fomos totalmente hostilizados, chamados de fascistas”, disse Anne.

Veja a seguir imagens da hostilização aos palestrantes:

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Fonte. Gazeta do Povo

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