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15 de setembro de 2025

Lavagem da Madeleine, em Paris, tem homenagem a Preta Gil – 14/09/2025 – Ilustrada

Lavagem da Madeleine, em Paris, tem homenagem a Preta Gil – 14/09/2025 – Ilustrada

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Uma homenagem a Preta Gil e manifestações contra a anistia marcaram a Lavagem da Madeleine, evento brasileiro realizado há 24 anos em Paris e que já faz parte do calendário cultural da capital francesa.

Preta Gil, que morreu no dia 20 de julho devido a complicações de um câncer colorretal, participou de diversas edições da Lavagem da Madeleine. Houve um minuto de silêncio em homenagem a ela e à jornalista baiana Wanda Chase, ativista do movimento negro, que morreu em abril, durante uma cirurgia de um aneurisma da aorta. Um banner com as imagens de ambas foi estendido do lado de fora da igreja.

Segundo os organizadores, 60 mil pessoas participaram da caminhada da Place de la République, tradicional ponto de partida de manifestações políticas em Paris, até a Place de la Madeleine, no centro da cidade. Integrantes do Olodum se apresentaram durante a passeata.

O ritual interreligioso foi comandado pelo babalorixá Pai Pote e pelo pároco da igreja da Madeleine, Patrick Chauvet, que rezou um Pai Nosso em francês. Em seguida, baianas lavaram com água de cheiro os degraus do templo neoclássico do século 19, erguido por ordem de Napoleão Bonaparte.

Após a lavagem, manifestantes exibiram no alto da escadaria uma faixa com a inscrição “anistia não“, um cartaz com os dizeres “sem anistia” e uma grande bandeira do Brasil. O alto-falante do trio elétrico estacionado diante da igreja chegou a puxar um coro “golpistas, fascistas, não passarão”.

Apesar dessa referência ao noticiário, os organizadores procuraram evitar dar um cunho político ao evento, que transcorreu sem incidentes. Isso foi ressaltado pela madrinha da edição deste ano, a brasileira Cristina Cordula, uma das apresentadoras de TV mais conhecidas da França. “Tudo aconteceu em paz”, disse em português e em francês.

A versão parisiense da lavagem do Bonfim baiana foi criada em 1998 por Robertinho Chaves, dançarino baiano radicado na França. Realizado na escadaria da basílica de Sacré-Coeur no primeiro ano, o evento se consolidou em 2002, quando ocorreu pela primeira vez na Madeleine.

Este ano a lavagem fez parte do calendário de eventos do Ano do Brasil na França, programação cultural que homenageia os 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países.



Fonte.:Folha de S.Paulo

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