A capital da Argentina tem três bares na lista do 50 Best, um dos rankings mais importantes do setor. É a cidade sul-americana com mais endereços na lista, seguida por São Paulo, Lima e Bogotá, cada uma com um representante premiado.
No mundo perde só para Nova York, Londres e Singapura, com quatro casas premiadas cada.
A boa colocação dos bares do país, conhecido pela cultura do vinho, é reflexo da sua tradição de coquetelaria. Nos anos 1930, foi um dos destinos preferidos dos bartenders que saíram dos Estados Unidos por conta da Lei Seca.
Alguns desses profissionais comçaram a trabalhar em diferentes endereços da cidade. “Buenos Aires tinha bares notáveis na época”, explica Martin Zakrzewski, gerente do bar Pony Line, no Hotel Four Seasons da capital argentina.
“No Los Galgos, que existe até hoje, se bebia muito vermutes, martinis e fernets”, conta.
Em termos de coquetelaria, Buenos Aires está em pé de igualdade com muitas capitais européias. “Fiquei surpreso com a qualidade”, diz o mixologista brasileiro Gabriel Santana, proprietário dos bares Santana e Cordial, em São Paulo.
Santana esteve recentemente em Buenos Aires para um evento do setor com bartenders do Pony Line e do CochinChina, outro bar daquela cidade.
O brasileiro foi levado pelos anfitriões em um périplo para conhecer alguns dos bares mais famosos da cidade. No roteiro, Santana afirma que encontrou uma coquetelaria bastante avançada.
“Voltei ao Brasil cheio de ideias”, diz. “No bar Floreria Atlántico, por exemplo, os caras destilam terra em um dos drinques.”
Veja, a seguir, os bares por onde ele passou.
CochinChina
Ocupando a 22ª posição na lista do 50 Best, o bar comandado por Inés de los Santos tem inspiração franco-vietnamita tanto na decoração quanto na comida e nos drinques. Os comes apostam nos ingredientes com pegada mais picante. Entre os destaques está o es mui japo (R$ 54), drinque com bastante umami que combina gim, saque e cordial de mirin (vinho de arroz). A bebida harmoniza bem com o banh-mi, sanduíche tradicional vietnamita (R$ 72), que leva carne bovina, pepino fresco, picles, aiöli, coentro e alface.
Armenia, 1.540, Palermo. Seg. e ter., das 19h às 2h. Qua. a sáb., das 19h às 3h. @cochinchina.bar
Costa 7070
Mescla de bar, restaurante e balada, é o local ideal para terminar a noite, mas também vale a pena chegar para comer. Experimente a paella de milanesa (R$ 166 para 2 pessoas). Para acompanhá-la, a carta inclui coquetéis mais leves, como sangrias e spritzes. A alto-alto (R$ 54), por exemplo, leva vinho cabernet franc, morango, framboesa, folha da fruta e alecrim. O espaço interno é grande, tem DJ e termina sempre em dança.
Av. Costanera Rafael Obligado, 7.070, Costanera Norte. Qua., qui. e sáb., das 20h às 2h. Sex., das 20h às 3h. Dom., das 12h30 às 16h. @costa7070.ba
Floreria Atlántico
Está na lista do 50 Best desde 2013 e hoje ocupa a 46ª posição. O espaço do bartender Tato Giovannoni e da sua ex-mulher, a brasileira Aline Vargas, fica no subsolo de uma floricultura que também é loja de vinhos naturais. A carta de coquetéis se inspira na povoação indígena da América do Sul. Aparecem drinques como o yvy maraey (R$ 53), que quer dizer terra sem mal em guarani. A bebida leva destilado de terra da floresta, licor de castanha-de-caju e soda de sálvia. Para petiscar, prove o frito de mar (R$ 88), um tempura de peixe, lula, camarão e outros frutos-do-mar.
Arroyo, 872, Retiro. Seg. a qui., das 11h às 1h30. Sex., das 11h às 2h. Sáb., das 16h às 2h. Dom., das 11h às 1h30, @floreriaatlantico
Pony Line
O animado bar do hotel Four Seasons abre todos os dias. De segunda a sexta, também para almoço. Clássico na decoração, que se inspira nos jogos de polo, tem carta de coquetéis inspirada em ingredientes nacionais. O montañita prohibida (R$ 48), à base de gim, leva jalapeños e folha de coca. Da cozinha saem comidinhas com inspirações diversas, como as empanadas salteñas (R$ 64) e os hambúrgueres de carne maturada (R$ 174), especialidade da casa.
Posadas, 1.088, Recoleta. Seg. a qua., das 11h às 1h. Qui. e sex., das 11h às 2h. Sáb., das 17h às 2h. Dom., das 17h às 1h. @ponyline.bar
Tres Monos
Sétimo no ranking do 50 Best, tem estética punk e parece mais uma portinha escondida. É comandado pelo trio Charly Aguinsky, Sebastián Atienza e Gus Vocke, que preza por ingredientes sazonais. O bar produz destilados próprios como uísque e gim, além de vinhos, sidras e saquês. Elas aparecem em drinques como o cherry bomb (R$ 41), feito com o gim 3 Monos, vermute Carpano Rosso, cereja, uvas e licor de jasmim.
Guatemala, 4.899, Palermo. Dom. a qua., das 18h às 2h. Qui. a sáb., das 18h às 3h.@3monosbar
Victor Audio Bar
Inaugurado no início deste ano, é um listening bar (casa especializada em música) de Buenos Aires. Foi criado pelo trio dos 3 Monos em parceria com Pedro Peña e German Sitz, chefs do Niño Gordo. Na contramão dos bares da cidade, investe em coquetelaria clássica, com destaque para o martíni. Há grande variedade dele na carta, todos por cerca de R$ 50. O pornstar marítini, por exemplo, leva vodca, licor de maracujá, a fruta in natura, baunilha e espumante extra brut. A comida tem pegada americana, pratos como mac&cheese (R$ 100).
Soler, 5.130. Ter. a qua., das 20h às 2h. Sex e sáb., das 20h às 3h, @victoraudiobar
Fonte.:Folha de São Paulo