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19 de setembro de 2025

União Brasil ordena que filiados deixem cargos no governo Lula no prazo de 24 horas

União Brasil ordena que filiados deixem cargos no governo Lula no prazo de 24 horas

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A Executiva Nacional do União Brasil aprovou, nesta quinta-feira (18), uma resolução determinando que todos os seus filiados que ocupam cargos no governo federal — no primeiro escalão (ministérios), em autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista ou funções de confiança — deixem os postos em até 24 horas. O prazo curto foi estabelecido para que as exonerações sejam feitas de imediato.

O comunicado, divulgado à imprensa, reforça que o descumprimento da ordem poderá resultar em sanções internas, incluindo processo disciplinar e expulsão por ato de “infidelidade partidária”. “Esse posicionamento, aliás, foi hoje unanimemente reforçado pela aprovação da resolução que determina aos filiados do União Brasil o desligamento, em até 24 horas, dos cargos públicos de livre nomeação na Administração Pública Federal Direta ou Indireta, sob pena de prática de ato de infidelidade partidária”, afirma a nota oficial.

Atualmente, o União Brasil comanda o Ministério do Turismo, chefiado por Celso Sabino (União-PA), e mantém cargos em diversos órgãos da administração pública.

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O partido também foi responsável por indicar os atuais ministros da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes (PDT), e das Comunicações, Frederico de Siqueira, embora nem todos sejam filiados diretamente ou tenham sido escolhidos exclusivamente pela legenda.

Entre os principais nomes atingidos pela decisão estão:

  • Celso Sabino (Turismo), um dos mais visados pela medida;
  • Frederico de Siqueira (Comunicações);
  • Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional).

A resolução foi assinada pelo presidente nacional do partido, Antonio de Rueda, que atualmente enfrenta polêmica após reportagens o associarem a aviões usados por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele nega as acusações.

O desembarque do União Brasil ocorre em meio a três fatores principais:

  1. Federação União Brasil–PP – a legenda já vinha manifestando desconforto e buscava se afastar formalmente da base do governo Lula, alinhando-se a uma postura de independência ou oposição.
  2. Pressão midiática – a decisão de acelerar a saída foi associada às reportagens recentes que ligaram Rueda a movimentações suspeitas do PCC, aumentando a pressão interna por distanciamento do governo.
  3. Preservação da imagem partidária – o documento da Executiva destaca a necessidade de manter independência, coerência política e disciplina, com a ameaça explícita de punições por infidelidade partidária.

Consequências imediatas

Saída de ministérios: Celso Sabino deve deixar o Turismo, e outros filiados terão de se afastar de cargos de confiança.

Reposicionamento político: o partido se reposiciona de olho nas eleições de 2026, tentando consolidar-se como força independente do governo.

Reestruturação da Esplanada: o governo terá de recompor sua base e negociar novos apoios para manter a governabilidade.

Risco de conflitos internos: a aplicação de sanções pode gerar divisões no partido entre alas favoráveis e contrárias ao rompimento.

Reações

Em nota, o União Brasil declarou solidariedade a Antonio de Rueda, classificou as reportagens como “infundadas, prematuras e superficiais” e afirmou que há uma “coincidência suspeita” entre as matérias jornalísticas e a exigência de afastamento dos filiados.

Rueda nega qualquer envolvimento com o PCC ou irregularidades no uso de aeronaves. Até o momento, não há investigações formais contra ele.

Já os filiados atingidos ainda não se pronunciaram oficialmente sobre como agirão diante do ultimato, mas a pressão interna e a repercussão nacional indicam que será difícil permanecer nos cargos sem enfrentar punições.

Impactos políticos para 2026

Governabilidade: o governo Lula perde parte da base, o que pode dificultar votações importantes no Congresso.

Imagem do União Brasil: o movimento reforça a legenda como independente e crítica ao governo, mas também gera questionamentos sobre abandonar compromissos administrativos.

Eleições de 2026: a decisão prepara terreno para que o partido se posicione distante do PT, podendo apoiar candidaturas de oposição.





Fonte.: MT MAIS

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