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19 de setembro de 2025

Israel diz que já esvaziou quase metade da Cidade de Gaza

Israel diz que já esvaziou quase metade da Cidade de Gaza

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SÃO PAULO, SP E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Militares de Israel afirmaram nesta quinta-feira (18) que mais de 450 mil palestinos já deixaram a Cidade de Gaza, o equivalente a quase metade dos cerca de 1 milhão de pessoas que viviam no maior centro urbano da Faixa de Gaza antes do início do conflito.

A população está sendo forçada a fugir para o sul do território devido ao início da invasão terrestre sobre a cidade, até então alvo de bombardeios e de operações de demolição em áreas ao seu redor. Segundo anúncio do general israelense Effie Defrin, mais de “1.200 alvos terroristas” foram atingidos desde o início da ofensiva nesta semana.

Em resposta, o grupo terrorista Hamas declarou que os reféns israelenses ainda sob seu poder não serão devolvidos. “O início da operação criminosa e sua expansão significam que vocês não vão capturar um único refém, vivo ou morto”, diz comunicado da facção.

A ala militar do Hamas disse que os israelenses raptados estão espalhados por bairros na Cidade de Gaza e que não haverá “cautela em relação às vidas” dos sequestrados. “Israel está entrando em uma guerra de desgaste que lhe custará um número adicional de mortos e reféns”, completou.

O Hamas ainda mantém 48 reféns capturados no ataque de 7 de outubro de 2023, e autoridades de Tel Aviv acreditam que cerca de 20 ainda estejam vivos.
Os familiares dos sequestrados têm pressionado o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, para interromper a ofensiva militar e negociar um cessar-fogo.

“É difícil para mim que o primeiro-ministro tenha dado a ordem para bombardear os reféns”, disse Ilana Gritzewsky, refém libertada cujo namorado, Matan Zangauker, ainda está sequestrado em Gaza. A operação também desencadeou uma nova onda de pressão diplomática contra Israel.

“Nós não acreditamos que exista uma contradição entre os dois objetivos da guerra, de desmantelar a capacidade militar do Hamas e de garantir a volta dos reféns. Neste momento, estamos sem outra opção”, afirma à Folha de S.Paulo o major Rafael Rozenszajn, porta-voz em português do Exército israelense.

“A única opção que nós temos nesse momento é alcançar as circunstâncias necessárias para trazer de volta nossos reféns. E se não for por meio de acordo, vai ter de ser por meio de ações operacionais, porque não podemos deixar nossos reféns”, diz ele.

O porta-voz afirmou ainda tratar como especulação os relatos de que o chefe do Estado-Maior israelense, Eyal Zamir, teria manifestado oposição e desaconselhado a operação durante reunião de gabinete com Netanyahu e outros ministros.

“O Exército israelense não é responsável somente pelas operações militares, mas também por comunicar oportunidades e riscos operacionais nas reuniões de gabinete, e é só o que o chefe do Estado-maior comunicou”, diz o porta-voz.

Em meio ao novo avanço bélico, Tel Aviv anunciou que quatro soldados de um mesmo batalhão morreram e outros três ficaram feridos nesta quinta, após a explosão de uma bomba em Rafah, no sul de Gaza. Eles foram identificados como Omri Chai Ben Moshe, 26, Eran Shelem, 23, Eitan Avner Ben Itzhak, 22, Ron Arieli, 20. Com isso, o número de israelenses mortos nas operações militares sobe para 469 pessoas.

Nesta quinta, tanques israelenses avançavam em duas áreas da Cidade de Gaza que funcionam como portas de entrada para o centro, enquanto a internet e as linhas telefônicas foram cortadas no território. A Companhia Palestina de Telecomunicações disse em um comunicado que seus serviços foram interrompidos. Pelo menos 85 palestinos foram mortos em toda Gaza em um período de 24 horas, segundo o Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas.

Centenas de milhares de palestinos fugiram desde que Israel anunciou que pretendia assumir o controle da Cidade de Gaza, mas muitos permanecem no local, seja em casas destruídas ou em acampamentos improvisados. Os militares têm lançado panfletos instando os moradores a fugir para o sul do território, mas agências humanitárias afirmam que há falta de comida, remédios e abrigo.

Ao longo da estrada costeira em Gaza, uma fila com todo tipo de meio de transporte, desde carroças até carros velhos e vans de carga, seguia rumo ao sul, carregando colchões, botijões de gás e pertences dos palestinos.

O novo avanço de Israel ocorre depois de uma equipe independente comissionada pela ONU afirmar que o Estado judeu comete um genocídio em Gaza -acusação que Tel Aviv nega.

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Fonte. :. Noticias ao minuto

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