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- Author, Emily Holt
- Role, BBC News
Segundo o NHS, o serviço público britânico de saúde, mais da metade das crianças apresenta, em algum momento, exigências na hora de comer.
A nutricionista infantil Charlotte Stirling-Reed conversou com a BBC sobre as melhores formas de gerenciar a seletividade alimentar. Ela afirma que é importante que os pais não se culpem a respeito.
“É realmente uma parte normal do desenvolvimento de muitas crianças”, segundo ela.
“Existem muitas famílias enfrentando isso. Não pense que é só com você porque não é.”

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1. Deixe que eles escolham
Pode parecer surpreendente, mas Stirling-Reed afirma que permitir à criança escolher o que quer comer, na verdade, pode incentivá-la a experimentar novos alimentos.
“Se a criança disser ‘não quero comer isso’, responder ‘tudo bem’ é uma postura muito mais útil”, explica ela.
À medida que a criança cresce, ela precisa tomar suas próprias decisões. Por isso, evitar reprimi-las pode ajudar.
“As crianças querem autonomia e dizer a elas ‘você não precisa comer isso’, muitas vezes, pode permitir que elas decidam comer se tiverem escolha”, segundo a nutricionista.
Stirling-Reed também sugere permitir que elas saiam da mesa quando quiserem. Para ela, prolongar o horário da refeição só piora a situação.

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2. Não rotule os alimentos como bons e ruins
Rotular diferentes alimentos como bons ou ruins, em última análise, pode prejudicar o relacionamento da criança com o que ela come, segundo Stirling-Reed.
“Tente ser neutro”, orienta ela. “Evite dizer ‘se você comer isso, você terá uma recompensa ou uma punição’. Ambas podem ter efeito muito negativo para as crianças.”
Em vez disso, a nutricionista incentiva os pais a ensinar às crianças o equilíbrio.
“Não precisamos depreciar este ou aquele alimento, mas podemos comer alguns deles com menos frequência do que outros.”
“Eu não teria a conversa sobre o que é mais saudável ou o que não é”, afirma ela. “Eu demonstraria, mostraria a elas a moderação, a variedade e o equilíbrio.”

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3. Faça do prazer a prioridade
Tornar as refeições uma experiência mais agradável, além da comida em si, pode desviar a atenção do problema e incentivar a criança a comer, segundo Stirling-Reed.
Isso também ajuda a fazer com que a criança deixe de associar a mesa a um lugar onde ela não quer estar.
“Pegue um livro, qualquer coisa que você possa fazer para que ela queira ficar à mesa”, explica ela.
“Depois, você pode sempre dizer ‘agora, vamos colocar este livro de lado e comer nossa refeição’.”
“Mas tente não se concentrar na comida”, ressalta a nutricionista. “Tente fazer da hora da refeição um momento divertido e converse muito com a criança.”

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4. Fique atento ao apetite
Quando uma criança atinge um ano de idade, seu crescimento pode começar a ser mais lento, o que talvez cause queda de apetite.
“Existem altos e baixos”, segundo a nutricionista. “Da mesma forma que nós nem sempre temos o mesmo apetite todos os dias, o mesmo acontece com nossos filhos.”
Stirling-Reed afirma que é importante ter consciência desta situação. “É a chamada alimentação reativa, deixar que eles determinem o quanto devem comer.”
“Por isso, nós definimos a estrutura, com café da manhã, almoço e jantar. Nós oferecemos as refeições naqueles horários e escolhemos os alimentos, mas precisamos deixar que eles experimentem e definam a quantidade.”
Se o seu filho for ativo e estiver crescendo, provavelmente ele está ingerindo alimentos suficientes. Mas, se você estiver preocupada com a alimentação limitada da criança ou achar que ele pode ter outras questões sensoriais, sempre vale a pena discutir o assunto com seu médico.

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Incluir seu filho, o tanto quanto possível, na preparação dos alimentos e refeições pode ajudá-lo a se aventurar mais.
Charlotte Stirling-Reed afirma que atividades simples, como ajudar a pôr a mesa, agitar ou espalhar misturas, fazer as compras juntos ou até ler sobre alimentação, podem ajudar.
Ela também aconselha a apresentar a eles uma ampla variedade de alimentos.
“As crianças gostam de familiaridade”, afirma a nutricionista. “Por isso, quanto mais eles se familiarizarem com todos esses alimentos, mais provável será que eles os aceitem.”
Isso não precisa levar muito tempo. Ela recomenda usar alimentos de uso rápido que contenham muitos nutrientes.
“Algo como amendoins, sementes moídas, algumas frutas ou legumes congelados”, sugere Stirling-Reed.
“E também produtos que você pode usar para fazer uma refeição muito rápida, como misturar tomates em lata, lentilhas e vegetais congelados, et voilà — você tem um molho de macarrão muito saudável, repleto de nutrientes.”
Fonte.:BBC NEWS BRASIL