O equinócio acontece duas vezes ao ano, em março e em setembro, e significa a data em que a duração do dia e da noite é a mesma.
O fenômeno, que marca o início do outono e o começo da primavera, está associado ao eixo da Terra, levemente inclinado em relação ao sol. Conforme avança a primavera, os dias vão ganhando cada vez mais tempo de luminosidade em comparação com o período noturno.
Nesta segunda-feira, 22, o equinócio dá boas-vindas à primavera no hemisfério Sul e ao outono na parte Norte do globo. A estação mais florida do ano dá as caras por aqui especificamente às 15h19 pelo horário de Brasília.
Com a despedida do inverno, a saúde ganha novos desafios para os próximos três meses. Confira a seguir alguns cuidados.
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Como respirar bem na primavera?
A primavera traz mudanças marcantes para a saúde respiratória. O florescimento aumenta a polinização e a concentração de pólen no ar, o que pode agravar processos alérgicos.
“É um período crítico, principalmente por causa do pólen, mas não podemos esquecer da poeira. Pessoas com alergias tendem a sentir espirros, nariz entupido, tosse seca e coceira nos olhos com muito mais frequência nessa época”, pontua a médica Leticia Jacome, clínica-geral do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
“Vale ressaltar que os sintomas podem variar em intensidade e, nos casos mais graves, é essencial buscar orientação médica para avaliação adequada e definição do tratamento”, acrescenta Jacome.
Pessoas que convivem com rinite, bronquite, asma e outras doenças respiratórias devem ter cuidado redobrado durante a primavera.
“O ideal é manter acompanhamento médico regular, usar corretamente os medicamentos preventivos ou de alívio rápido, evitar exposição à poeira e à fumaça, além de redobrar os cuidados em dias de poluição alta ou de muito pólen no ar”, resume Jacome.
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Para se manter afastado das substâncias que podem funcionar como “gatilhos” de crises alérgicas, vale tomar alguns cuidados. Manter as janelas fechadas nos horários de maior polinização, como a manhã e início da tarde é uma alternativa.
Outro cuidado envolve as roupas de cama: é importante lavar com frequência e não deixar lençóis e fronhas secando ao ar livre em dias de muito pólen.
“Vale usar aspirador com filtro HEPA, em vez de varrer, e lavar o nariz com soro fisiológico para limpar as vias aéreas. Em situações de sintomas persistentes, é recomendável procurar um especialista, que poderá orientar sobre medidas adicionais ou indicar medicamentos adequados”, destaca a médica.
Sobe e desce das temperaturas
Por ser uma estação de transição entre o período mais frio (inverno) e mais quente (verão) do ano, a primavera pode apresentar dias de forte calor seguidos de mudanças bruscas de temperatura para baixo.
Essa gangorra é coloca a saúde à prova. “Pode facilitar resfriados, alergias e até crises em quem já tem problemas respiratórios”, afirma Jacome. A dica é simples: usar roupas em camadas para se ajustar ao clima, manter uma boa hidratação e evitar ao máximo mudanças bruscas de ambiente.
“É importante também manter hábitos de vida saudáveis, como sono adequado e alimentação equilibrada, para fortalecer o sistema imunológico”, enfatiza a médica.
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Mais luz, mais sol
Os dias mais iluminados são um convite para sair de casa, tomar aquele sorvete ou apenas caminhar em um parque. Esse era, inclusive, um argumento daqueles que defendem a volta do horário de verão, extinto em 2019. Há boatos de que ele acontecerá em 2025, mas isso ainda não foi confirmado pelo governo.
“Na primavera, a incidência solar fica mais direta, o clima mais agradável, os dias são mais longos e a nossa exposição ao sol fica mais intensa e mais extensa. É preciso, portanto, atenção ao uso de protetor solar, de roupas de proteção como barreira física e evitar exposição nos horários de pico, entre 10h e 16h”, afirma o médico Juliano Peruzzo, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS.
Outro alerta fica por conta dos dias de tempo seco e baixa umidade do ar. “O Brasil é um país continental, então na primavera e no verão temos climas mais úmidos no Norte e no Sul, mas outras áreas sofrem com ressecamento, como a região Centro-Oeste, especialmente”, afirma Peruzzo.
Além de banhos mais curtos, o dermatologista recomenda a utilização racional de sabonete para preservar a integridade da pele. “Temos que usar diariamente em áreas que a gente realmente precisa, como axilas, virilha, região genital. Em algumas partes do corpo não há necessidade de uso diário, como pernas e braços”, explica.
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Fonte.:Saúde Abril