11:39 PM
22 de setembro de 2025

Líder do PL na Câmara admite mudança de cenário para anistia com com novas sanções dos EUA

Líder do PL na Câmara admite mudança de cenário para anistia com com novas sanções dos EUA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que o cenário mudou após as novas sanções do governo de Donald Trump a autoridades brasileiras e seus familiares, e fala que serão necessárias duas semanas para se chegar a um texto ideal do projeto que concede anistia aos condenados nos ataques golpistas de 8 de Janeiro.

O relator do projeto, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), já disse que quer transformar o texto em uma redução de pena aos presos, o que incluiria Jair Bolsonaro (PL). O PL não concorda com essa posição, de acordo com Sóstenes.

“Hoje, com essa questão das novas sanções dos Estados Unidos, acho que tudo que estava conversado anteriormente, o cenário muda muito. Espero construir, junto ao relator e ao presidente Hugo Motta, essa semana, talvez mais uma semana, um texto possível de fazermos anistia que a gente tanto sonha para essas pessoas”, afirmou.

O governo Donald Trump incluiu Viviane Barci de Moraes, mulher do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e o instituto que pertence à família do magistrado na lista de sancionados pela Lei Magnitsky. O ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, também foi incluído na mesma relação nesta segunda.

Sóstenes não detalhou de que forma as medidas mudariam o cenário para a anistia, e negou que estaria jogando o tema para frente.

“A gente não tem texto pronto, relator não é a pessoa mais familiarizada com assunto. Por isso quero levar famílias para ele conhecer. E ele ter a sensibilidade para apresentar melhor relatório. Não desejaríamos, por exemplo, emendar relatório dele. A gente gostaria que viesse um texto que já que contemplasse todas as demandas de presos políticos. Duas semanas talvez seja tempo prudente para chegar a texto ideal”, completou.

Inicialmente, a expectativa do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), era de se votar nesta semana o texto.

Sóstenes falou com jornalistas em frente ao condomínio de Bolsonaro, a quem fez a primeira visita desde a prisão domiciliar, no início de agosto. Ele passou a tarde inteira com o ex-presidente.

O parlamentar disse ainda que Bolsonaro pensa da mesma forma que ele, e que dosimetria não caberia ao Congresso, mas ao Judiciário.

“Buscar alterações de pena é o máximo que Congresso poderia fazer, mas não é nossa intenção fazer esse tipo de debate nesse momento. Para nós, só resta uma pauta: buscarmos votar anistia para todos injustiçados desse pseudogolpe”, disse ainda.

Na terça-feira (23), Paulinho se reunirá com a bancada do PL e demais principais bancadas do Congresso para buscar um acordo em torno do seu texto.

Como a Folha mostrou, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) ameaçam cancelar um acordo com o Congresso para a aprovação de uma redução de penas, após o anúncio das novas sanções.

Ministros do tribunal procuraram o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e avisaram ao deputado que as medidas prejudicam o avanço dessas negociações.

A punição, que já havia sido aplicada ao ministro, foi estendida depois de bolsonaristas apontarem que Viviane seria importante braço financeiro da família.

A inclusão foi feita durante viagem do presidente Lula (PT) a Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU (Organizações das Nações Unidas), impondo um constrangimento à delegação brasileira.

A tendência é que Lula responda a Trump durante discurso no debate da assembleia, nesta terça-feira (23). O Brasil é o primeiro a falar, seguido pelos EUA.

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Fonte. Noticias ao minuto

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