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23 de setembro de 2025

Não é só remédio: 3 novas recomendações dos médicos para cuidar da artrose

Não é só remédio: 3 novas recomendações dos médicos para cuidar da artrose

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Aproximadamente 600 milhões de pessoas convivem com a osteoartrite, condição que causa constantes dores, inchaço e rigidez nas juntas, também conhecida como artrose.

O aparecimento dessa doença, que é marcada pela degeneração das articulações, anda lado a lado com o processo de envelhecimento.

Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), 73% dos pacientes com osteoartrite tem mais de 55 anos e com a população mundial vivendo cada vez mais, o número de afetados deve chegar a 1 bilhão em 2050, de acordo com um estudo publicado no The Lancet Rheumatology.

A doença não tem cura, mas há várias estratégias que podem ajudar a diminuir a intensidade das queixas — e nem tudo se resolve com medicamentos. É preciso colocar o corpo em movimento e também ter acesso à informações de qualidade sobre a doença.

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Para ajudar médicos a darem melhores orientações aos pacientes com osteoartrite, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) divulgou em seu último congresso novas diretrizes sobre o tratamento não medicamentoso da condição.

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“De mais de 10 mil artigos publicados sobre o tema, chegamos a 38 pesquisas bem desenhadas, com um número robusto de participantes e que puderam demonstrar o que de fato faz diferença ou não no tratamento da doença sem o uso de medicações”, explica Ricardo Fuller, membro da comissão de osteoartrite da SBR e chefe do ambulatório de reumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).

A seguir, confira algumas recomendações apresentadas durante o 42º Congresso Brasileiro de Reumatologia, realizado entre 17 e 20 de setembro, em Salvador (BA).

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Xô, fake news!

Para chegar ao tratamento ideal para cada caso, o paciente precisa estar, antes de tudo, bem informado e orientado.

“Por isso, a SBR disponibiliza cartilhas sobre a osteoartrite e outras doenças reumatológicas aos pacientes, que também podem usar o site da entidade para encontrar especialistas”, orienta Fernando Neubarth, membro da sociedade médica e chefe do serviço de reumatologia do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre (RS).

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“Pelo convívio constante e debilitante com a dor, muitas pessoas partem para soluções que parecem mágicas, mas que não entregam o efeito esperado e ainda prejudicam a saúde seja por causarem efeito adversos, seja por distanciarem o paciente do tratamento adequado”, alerta Ibsen Bellini Coimbra, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp).

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Atividade física

O que é melhor: caminhada ou hidroginástica? Segundo estudos, o melhor tipo de exercício para quem tem osteoartrite é… aquele que o paciente consegue incluir na rotina.

“O que os estudos mostram é que, independente do tipo de prática física, o que faz mais diferença é respeitar as preferências e os limites do indivíduo e fazer um acompanhamento contínuo para checar se ele está conseguindo aderir, de fato ao tratamento”, resume Fuller.

O ideal é que o médico, fisioterapeuta ou educador físico que acompanhe o pacientes formule um “menu” variado de exercícios, incluindo práticas de alongamento, de fortalecimento e aeróbicas.

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“É importante também trabalhar as habilidades neuromotoras, focando no equilíbrio, a coordenação, a marcha e a consciência corporal de cada um”, explica o médico da USP. Nesse sentido, algumas pesquisas indicam que práticas como tai chi e yoga podem trazer alguns benefícios a idosos.

Além de promover o alívio da dor, diminuir a inflamação e aumentar a mobilidade, a atividade física também é um pilar essencial para a perda de peso. A obesidade está frequentemente associada à osteoartrite.

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Calçados

Ao invés de procurar pelo calçado mais caro da loja, escolha um que tenha essas três propriedades: um solado flexível e amortecedor, um ponto de fixação na parte da frente e outro na parte de trás (no precisa ser necessariamente fechado).

“É preciso reforçar o cuidado com o calçado usado especialmente por pacientes com perfil ‘caidor’”, alerta Fuller. Os idosos caidores são aqueles que têm duas ou mais quedas no período de um ano e, portanto, estão mais propensos a fraturas e hospitalizações.

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O documento também  recomenda condicionalmente o uso de palmilhas com um apoio na parte mais central do pé (cunha medial) para quem tem osteoartrite do compartimento lateral (um tipo de desgaste no joelho), mas não indica cunhas laterais para casos de compartimento medial, por não observar benefício.

As diretrizes completas devem ser publicadas ainda este ano em periódico científico.

A repórter viajou à Salvador a convite da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).

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Fonte.:Saúde Abril

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