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24 de setembro de 2025

Europol usa IA para identificar vítimas de exploração sexual infantil na internet

Europol usa IA para identificar vítimas de exploração sexual infantil na internet

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A Europol usou ferramentas de inteligência artificial forense para identificar crianças que eram exploradas sexualmente a partir da análise de imagens disponíveis na internet. O trabalho, cujos resultados foram divulgados na segunda-feira (22), terminou com várias prisões e 60 suspeitos processados criminalmente.

Conforme a Agência da União Europeia para a Cooperação Policial, a operação internacional que identificou um total de 51 vítimas de abuso sexual infantil envolveu a avaliação de 5 mil materiais relacionados a esse tipo de conteúdo, coletados online. Especialistas de 22 países participaram da investigação.

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A operação, otimizada com IA, levou ao resgate de 51 crianças. (Imagem: Getty Images)

Como a IA acelerou a identificação das vítimas?

Entre 8 e 19 de setembro, os participantes trabalharam lado a lado, na sede da entidade em Haia (Holanda), para identificar vítimas e infratores analisando milhares de materiais de abuso infantil (CSAM) compartilhados online. O uso de recursos avançados de IA forense foi essencial para acelerar as descobertas.

  • Como os conteúdos estavam em servidores de diferentes países, eram distribuídos por plataformas de outros mercados e as vítimas se localizavam em várias regiões, a tecnologia reduziu significativamente o tempo para conectar as evidências;
  • Um dos casos começou com a análise do vídeo em que uma criança de cinco anos sofria abusos por um homem adulto e o sistema detectou as mesmas pessoas em atos semelhantes, em outra gravação;
  • Durante o cruzamento de dados, a tecnologia apontou que o material foi feito na França, levando investigadores locais a assumirem o caso;
  • A criança abusada nos dois vídeos foi identificada e localizada pelas autoridades francesas, assim como o agressor, que acabou preso.

Na sequência dos trabalhos, a polícia descobriu a participação do mesmo homem na tortura e abuso de outras duas crianças, junto com mais quatro suspeitos. A investigação apontou, ainda, que esses infratores se conheceram em grupos hospedados em plataformas criptografadas.

Outros materiais envolvendo os cinco criminosos, compartilhados via internet, foram localizados e permitiram a identificação dessas novas vítimas, igualmente resgatadas e protegidas pelas autoridades, graças à IA que otimizou o processamento de grandes volumes de dados com eficiência.

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A tecnologia também facilitou a identificação e prisão dos responsáveis pelos crimes contra menores. (Imagem: Getty Images)

Mais de 1 mil vítimas resgatadas

A operação ocorrida este mês faz parte da 17ª edição da Força-Tarefa de Identificação de Vítimas (VIDTF17). O grupo se reuniu pela primeira vez em 2014 e, desde então, a quantidade de dados analisados aumentou exponencialmente, segundo a Europol, contendo agora mais de 111 milhões de fotos e vídeos de menores explorados.

O volume de arquivos CSAM deste ano cresceu em relação a 2024, como destaca a entidade, possivelmente pela maior capacidade de armazenamento dos smartphones. Os infratores também têm se aproveitado da IA e de outros recursos sofisticados para a geração de conteúdos de abuso.

Considerando todas as edições, as autoridades europeias afirmam ter salvado e protegido 1.010 vítimas de abuso, detendo 301 infratores, analisando 8.005 conjuntos de dados e divulgando 2.266 pacotes de informações aos parceiros. As imagens também são compartilhadas com a plataforma Stop Child Abuse – Trace an Object, que ajuda a rastrear pistas.

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Fonte.: TecMundo

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