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24 de setembro de 2025

Roteiro em Punta del Este: o que fazer além das praias – 24/09/2025 – Turismo

Roteiro em Punta del Este: o que fazer além das praias – 24/09/2025 – Turismo

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Não sei como, mas eu nunca tinha ido a Punta del Este. Entrou no radar uma ou outra vez, quando surgiu entre amigos a ideia de um Réveillon em Punta. Acabamos na Bahia.

Era um destino que ficava no inconsciente, daqueles que você pensa um dia eu vou. Mas tinha um detalhe, esse balneário luxuoso no Uruguai sempre foi cenário de verão com filtro dourado: mansões à beira-mar, barcos milionários, gente bronzeada disputando mesa em restaurante caro. Em março, a cidade esvaziava. Era como se uma cortina descesse após o espetáculo: ruas desertas, lojas fechadas, residências lacradas.

Punta vivia entre dezembro e fevereiro —e do imaginário glamouroso de suas praias, festas e gente bonita. Mas os tempos mudaram. Durante a pandemia de Covid-19, a cidade recebeu muita gente que se refugiou em casas alugadas ou próprias para enfrentar o período de isolamento. Os visitantes temporários não foram mais embora e mudaram a dinâmica de balneário, que teve que se adaptar a moradores permanentes. Por que não fazer o mesmo com a temporada turística?

A cidade quer se firmar como uma nova rota para os brasileiros nos meses de outono e de inverno, além da primavera, quando a temperatura ainda está amena, para não dizer fria. Iria mais longe, é um destino perfeito para um fim de semana prolongado, uma alternativa a Buenos Aires, por exemplo, para quem gosta de comer e beber bem, mas com paisagens deslumbrantes e, nos intervalos, aproveitar a riqueza dos acervos dos museus locais, os pontos turísticos famosos e os cassinos, claro.

Para começar, são apenas duas horas e meia saindo de São Paulo —mais perto do que ir a João Pessoa, tempo bem razoável para quem está com saudade do cheirinho do Free Shop. Dá para chegar, deixar as malas no hotel e já partir para algum tour gastronômico. Todo mundo fala ou entende português, somos recebidos com sorrisos em todos os lugares. Brasileiros fazem parte da paisagem.

Para não sofrer com o roteiro de poucos dias, aqui vai uma sugestão bem mastigada do que fazer.

Para comer

Narbona (Carmelo)

Essa vinícola, granja, resort é um dos lugares que passaram a ter as portas abertas o ano todo. É cenário de filme, charmoso com sol (fique nas mesas na parte de fora) ou chuva (peça o salão com lareira).

Oferece degustação de seus vinhos com queijos, mas eu guardaria estômago para uma refeição completa, com pães, charcutaria, carnes, de todo tipo, de todo jeito. E de sobremesa qualquer coisa que tenha doce de leite. Na saída do restaurante, uma passadinha na lojinha para um strike no cartão e uma sacola cheia de vinhos, compotas, queijos.

Localização: Rota 21 km 268, Carmelo

Provence Wine & Spirits Bar

Aqui vale vestir aquela roupa bonita que você botou na mala. A decoração é aconchegante e o cardápio também. Frutos do mar e carnes com aquelas firulas de restaurantes contemporâneos, que transformam a apresentação da comida num espetáculo à parte. Reserve o estômago para chegar com fome e aproveitar todas as etapas.

Localização: Hotel Enjoy

Ovo Beach

Beach club que também está de portas abertas durante o ano todo (sextas, sábados e domingos), com uma programação gastronômica variada, degustação de vinhos e forte apelo para quem gosta de coquetelaria caprichada.

Localização: Rambla Parada 4 Playa Mansa

Las Espinas

Faz parte do cardápio a vista (dizem) exuberante de 360º no topo dessa colina em que o restaurante fica, a 200 metros do mar. Pena que não combinaram com o tempo, que estava chuvoso e com um nevoeiro que não dava margem nem para imaginar como seria num dia de sol. Mas a comida, a lareira quentinha e os vinhos da Bodega Bouza que abria o local compensaram a ida –e a volta com umas quatro garrafas na mochila.

Localização: Camino Panorámico, Ruta IB

Passeios

Museo de Arte Contemporânea Pablo Atchugarry

O museu por si só já vale a visita. Aberto em 2022, foi projetado por Carlos Ott, considerado um dos arquitetos mais importantes do Uruguai, responsável por transformar o sonho de Pablo Atchugarry em realidade. O artista quer promover o desenvolvimento da classe e colocar o país no mapa de grandes exposições internacionais.

O espaço, equivalente a um quarto do parque Ibirapuera, abriga sete salas de exposição, cinema, teatro, biblioteca, antiteatro ao ar livre, onde também estão cerca de 75 esculturas e uma capela com a obra “La Pietà”, de Pablo Atchugarry. Todas as atividades são gratuitas.

Localização: km 4,5 da Rota 104, em Manantiales

Casapueblo

É o Corcovado, o Copacabana Palace, de Punta. Não tem como não dar uma passadinha nesse museu, que é galeria de arte, hotel, mirante, e que levou 36 anos para ser construído pelo artista Carlos Páez Vilaró. A melhor descrição que li sobre o lugar é que é um ninho de joão-de-barro com influência mediterrânea.

A vantagem de estar aqui num dia fora da alta temporada é poder participar da cerimônia do pôr do sol sem a superlotação dos meses de verão. É o momento em que todos param para apreciar este espetáculo da natureza, embalado pela poesia de Vilaró, que declama a poesia Chau Sol e pode ser ouvida pelos vários auto-falantes espalhados pela propriedade. É clichê, é cafona, é imperdível.

Localização: Punta Balena

City Tour

Vale caminhar pelo centro, que fica na ponta que dá o nome a Punta, e marca a divisão entre o oceano Atlântico e o rio a Prata. No cais, você verá pescadores limpando a pesca do dia e um grupo de simpáticos e enormes leões-marinhos que aparecem para um lanchinho. É um porto bonito, mas pouco movimentado nessa época. Lá perto fica a rua principal, a Gorlero, com lojas, restaurantes, sorveterias, nem tudo está aberto.

“La Mano”

É uma escultura famosa criada pelo artista chileno Mario Irarrázabal, que retrata cinco dedos humanos emergindo da areia. Fica na praia Brava, famosa pelas ondas que atraem surfistas. Mesmo nos dias mais frios sempre rola uma fila para fazer fotos no meio da escultura.

Localização: Praia Brava

La Barra

No verão, é um lugar fervido com restaurantes, bares e baladinhas alternativas. Nesta época, vale passar por lá para ver casas muito charmosas, mas principalmente a ponte ondulada, que dá uma sensação de tobogã ao passar de carro por ela.


Cassino

Ir a Punta e não ir ao cassino é como ir ao Rio de Janeiro e não curtir um samba. É um dos motivos dos brasileiros lotarem voos semanais ao balneário uruguaio. Eu não sou muito de jogos, mas passei algumas horas na roleta com um grupo de amigos animados. Não tão animados a ponto de perder dinheiro. Brincadeira é boa quando é saudável.

Localização: Hotel Enjoy Punta Del Este



Fonte.:Folha de S.Paulo

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