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20 de novembro de 2025

Marilena Chauí reafirma ódio à classe média e critica identitarismo

Marilena Chauí reafirma ódio à classe média e critica identitarismo

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A professora de filosofia da USP Marilena Chauí reafirmou, em entrevista à Folha de S.Paulo publicada neste domingo (28), seu ódio à classe média. “Ah, sim, com todas as minhas forças. Eu odeio a classe média até o fim dos meus dias”, disse a intelectual de esquerda, repetindo a frase dita em maio de 2013, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante lançamento de livro sobre os governos do PT.

Na entrevista, Chauí, de 84 anos e cuja aposentadoria bruta é de R$ 40.962,82 por mês segundo o site de transparência da USP, explicou que a sociedade capitalista tem “duas classes fundamentais”: a trabalhadora e a burguesia. Na visão da professora, enquanto a burguesia explora a classe trabalhadora, a classe média “funciona oprimindo os dominados e festejando e bajulando os dominantes”.

Isso acontece, segundo ela, porque a classe média sonha em se tornar burguesa, mas tem como pesadelo cair na classe trabalhadora. “Por isso ela é odiosa. Ela é o cimento ideológico que garante que essa sociedade fique como está”, afirmou.

Chauí disse na entrevista ser “muito conservadora” no modo de ser marxista, que segundo ela, é “pra valer”. “Eu conservo a ideia de que, sem a determinação econômica e a compreensão de como a sociedade se estrutura em classes antagônicas, não dá para fazer nada”.

Para ela, o neoliberalismo “fragmentou a economia, dispersou o solo em que a consciência de classe se realizava” e “conseguiu apagar a dimensão econômica do conflito”.  Diz que, além de fragmentar a classe trabalhadora, o neoliberalismo é “totalitário” porque teria tornado idênticas todas as formas das relações sociais, fazendo com que a escola, o hospital, o indivíduo, a igreja funcionem como empresas.

Marilena Chauí afirma que o identitarismo também fragmenta a sociedade. “E na fragmentação você não consegue formar uma totalidade política e se torna muito vulnerável à extrema direita, que é onde a totalidade se forma”, diz a professora. Essa “extrema direita”, segundo ela, traz de volta a presença do Estado na sociedade.

“A percepção que a esquerda tem é de uma desagregação do social, que por isso precisa do Estado forte para reintegrar tudo. E há uma nova direita e uma extrema direita que usam símbolos nacionais, que miram o Estado nacional e a posse dos instrumentos estatais, ao mesmo tempo em que dão uma resposta ideológica ao desamparo que o neoliberalismo traz.”

Na entrevista, Marilena Chauí ainda comparou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos imperadores romanos Calígula e Caracala. “Do mesmo modo que, no fim do Império Romano, você teve figuras como Calígula e Caracala, que nos EUA você tem Trump, ou seja, um desmando no nível da sua própria personalidade, do tipo eu quero, eu posso, eu faço”.

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Fonte. Gazeta do Povo

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