9:03 AM
7 de outubro de 2025

Câmara de Cuiabá rejeita por unanimidade pedido de cassação de Maysa Leão por expor menor durante audiência pública

Câmara de Cuiabá rejeita por unanimidade pedido de cassação de Maysa Leão por expor menor durante audiência pública

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A Procuradoria da Câmara Municipal de Cuiabá emitiu, nesta quarta-feira (1º), parecer recomendando a rejeição do pedido de cassação do mandato da vereadora Maysa Leão (Republicanos).  Todos os 27 parlamentares presentes votaram contra a abertura do processo, encerrando de vez a tentativa de retirada do mandato da parlamentar. Com a decisão desta quinta-feira, o pedido de cassação contra Maysa Leão foi definitivamente arquivado.

O resultado consolida a posição de aliados de Maysa, que acompanharam todo o trâmite desde a apresentação da denúncia, baseada em alegações consideradas frágeis pela Procuradoria da Câmara.

 De acordo com o documento, a denúncia apresentada não traz elementos jurídicos consistentes nem provas que caracterizem quebra de decoro parlamentar.

Segundo a manifestação, a representação se baseou em “ilações políticas”, sem fundamentação legal que justificasse a abertura de um processo de perda de mandato. O parecer agora segue para a Comissão de Ética, responsável por elaborar relatório próprio antes da apreciação do caso em plenário.

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A votação foi marcada por episódios de ironia e descontração no plenário. Os vereadores Adevair Cabral (SD) e Kássio Coêlho  (Podemos) afirmaram que era “a primeira vez” que votavam “sim”, em referência ao posicionamento habitual mais próximo da oposição ao Executivo.

Já o vereador Sargento Joelson registrou seu voto entre risadas, provocando gargalhadas coletivas no Plenário Paschoal Moreira Cabral.

A possível ironia da situação reside no fato de que Maysa discutia publicamente a possível cassação dio próprio Joelson, e de Chico 2000 (PL), no período em que os dois estiveram afastados, por investigações sobre o suposto recebimento de propina no episódio que ficou conhecido como “Escândalo do Contorno Leste”.

A presidente da Câmara, Paula Calil (PL), afirmou que a Casa seguirá rigorosamente os trâmites legais. “O parecer jurídico da Procuradoria não encerra a questão, mas é um norte importante. A Câmara tem o dever de respeitar o devido processo legal. Cassação é medida extrema e só pode ser cogitada com provas robustas e fundamentos incontestáveis”, disse.

Calil  também enfatizou que não permitirá a contaminação política do processo.  “A Câmara não pode se transformar em palco de perseguições. Nosso compromisso é com a lei e com a sociedade cuiabana, que espera seriedade dos seus representantes.”

O vereador Demilson Nogueira (PP) destacou que não havia provas que justificassem a cassação. “Não houve qualquer prova de que a vereadora Maysa tenha maculado qualquer situação que ensejasse a perda do seu mandato. Se não há fundamento no campo jurídico, muito menos deve haver no político. Foram 5.615 votos que a colocaram aqui. A jovem que falou naquela audiência o fez de livre e espontânea vontade, sem qualquer coação. Por isso, votamos com tranquilidade pelo arquivamento do processo”.

O vereador Eduardo Magalhães (Republicanos) chamou atenção para o mau uso de instrumentos regimentais. “Esse processo já havia sido arquivado pelo Ministério Público por falta de fundamento. Infelizmente, vemos a banalização de comissões processantes, usadas como instrumentos políticos para perseguir vereadores. Isso consome tempo e recursos da Casa desnecessariamente. A vereadora Maysa foi vítima dessa situação, que precisa ser corrigida”.

Já a vereadora Michelly Alencar (UB) ressaltou a importância de separar o aspecto jurídico do político. “Do ponto de vista jurídico, não há dolo, não há culpa e não há qualquer infração ética ou de decoro da vereadora Maysa. Isso já foi reconhecido pelo Ministério Público e pela Procuradoria desta Casa. Do ponto de vista político, faço questão de reconhecer o trabalho da vereadora, mesmo em momentos que divergir dela. Maysa defende suas bandeiras com seriedade e responsabilidade, e isso precisa ser respeitado”.

Posições no plenário

O líder do governo, João Neto (PL), avaliou o parecer como técnico e equilibrado. “A Procuradoria analisou com base na lei, não em paixões políticas. Não havia elementos jurídicos para sustentar um pedido tão grave.”

Já a vereadora de oposição Lúcia Ferreira (PT) destacou que o Legislativo não está vinculado ao relatório. “O parecer é importante, mas não é definitivo. Queremos que os fatos sejam totalmente esclarecidos, para não restar dúvidas à sociedade.”

O presidente da Comissão de Ética, Carlos Eduardo (MDB), reforçou a responsabilidade do colegiado. “Nosso papel é avaliar se houve ou não quebra de decoro. O parecer orienta, mas não esgota a discussão. Cassação é medida extrema e exige cautela.”





Fonte.: MT MAIS

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