É primavera no Brasil e, em várias partes do país, isso também significa que os ipês estão em flor. Árvore nativa da América do Sul, o ipê-roxo é uma das variedades mais visíveis nessa época do ano, e também está consagrada na medicina popular como possível matéria-prima para um chá.

De acordo com o conhecimento ancestral, o chá de ipê-roxo poderia ajudar com dores pelo corpo e alguns problemas de saúde como artrite, úlceras e até mesmo para aliviar infecções respiratórias. Será mesmo? Saiba mais o que o ipê-roxo tem a oferecer à saúde.

Benefícios do ipê-roxo

Também conhecida como pau d’arco, lapacho ou ipê-rosa, o ipê-roxo pertence à espécie Tabebuia impetiginosa (ou seu sinônimo científico Handroanthus impetiginosus), uma planta estudada desde o século 19 por suas propriedades interessantes para a saúde.

O preparo tradicional utiliza a casca, que tem compostos bioativos conhecidos como lapachol e lapachona. Pesquisas vêm demonstrando que esses compostos contam com propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, antimicrobianas e até um potencial antitumoral.

Seu uso popular para aliviar moléstias de saúde, portanto, não é um mero placebo. O chá de ipê-roxo efetivamente pode ajudar a combater inflamações e dores associadas a elas, mas é importante moderar as expectativas: o benefício do chá é bem mais modesto do que aquele obtido em extratos da planta, e ainda faltam estudos para entender as dosagens mais adequadas e seguras para consumo humano.

O chá também não deve ser confundido com um remédio, nem substituir um tratamento indicado pelo médico. A bebida pode contribuir para um alívio de sintomas, mas não trata os problemas de fundo que estão causando aquele desconforto.

Suas propriedades antimicrobianas, por exemplo, podem eliminar patógenos em testes de laboratório, mas não há evidência de que isso ocorra quando eles já estão instalados no nosso organismo.

Como fazer o chá e quais os cuidados

O chá de ipê-roxo é feito com as cascas da árvore e utiliza o processo de decocção. Isso significa que a matéria-prima deve ser inserida na água ainda fria e ser fervida junto com ela (um processo diferente da infusão, quando as partes da planta são colocadas no líquido já quente).

Não existe uma dose recomendada para o chá de ipê-roxo, então a dica é não exagerar. Por segurança, considere uma medida de 10 a 15 gramas da casca para cada meio litro de água. Não faça uso prolongado do chá, nem beba mais que duas xícaras por dia.

Como faltam estudos atestando as doses mais seguras, o chá é contraindicado para gestantes, lactantes e crianças. Pessoas com problemas renais, digestivos e de coagulação também devem ouvir um médico antes de consumir esse chá. Mesmo sem uma contraindicação explícita, suspenda o uso imediatamente e busque orientação profissional em caso de qualquer reação inesperada após tomar o chá de ipê-roxo.