O Partido da Causa Operária (PCO) recebeu o aval do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) para realizar um ato de “comemoração” aos dois anos do ataque terrorista do Hamas a Israel, ocorrido no dia 7 de outubro de 2023. O evento será realizado nesta terça (7) no auditório da entidade na Praça da República, no centro de São Paulo.
O ato foi batizado de “2º aniversário da Operação Dilúvio de Al-Aqsa” em que o PCO chama a operação do Hamas de “revolução palestina”. Na ocasião, a invasão terrorista ao território israelense vitimou cerca de 1,200 civis e sequestrou 251 pessoas, dando início à guerra atual na Faixa de Gaza.
“O ato vai celebrar os dois anos da revolução palestina, nesse momento em que cresce o cerco à luta heroica e combativa do povo palestino sob a liderança do Hamas e de toda a resistência”, afirmou Antônio Carlos, integrante da coordenação dos Comitês de Luta do PCO, em uma rede social.
A realização do ato gerou forte reação entre parlamentares paulistas, como o deputado estadual Guto Zacarias (União-SP) que protocolou uma representação no Ministério Público Federal (MPF) pedindo providências imediatas para impedir o evento e congelar recursos que possam ser utilizados.
“O terrorismo não pode ser relativizado nem tratado como expressão política legítima. O Brasil repudia o terrorismo em qualquer forma, e defender quem pratica tais crimes é atentar contra a democracia e os direitos humanos mais básicos”, disse o parlamentar.
Além de solicitar a suspensão do evento, Zacarias também pediu que o MPF avalie a extinção do PCO, alegando afronta à ordem constitucional e apologia a crimes internacionais. Até o momento, a Apeoesp não se manifestou publicamente sobre a cessão do espaço nem sobre o teor da manifestação. Em suas redes oficiais, não há qualquer menção ao evento.
Essa não é a primeira vez que a Apeoesp sinaliza apoio ao Hamas. Em outras ocasiões, a entidade já se mostrou solidária à causa palestina e condenado as ações militares de Israel na Faixa de Gaza, chegando a defender que o Brasil rompa relações diplomáticas com o governo israelense. O último ato promovido pela entidade em apoio à Palestina ocorreu em 15 de junho deste ano.
A reação israelense em Gaza já vitimou 67 mil pessoas e cerca de 170 mil feridos, segundo informações apuradas pela emissora Al Jazeera. Os números, no entanto, não puderam ser verificados de forma independente.
Fonte. Gazeta do Povo