Conhecida pela Flip e pelas ruelas de paralelepípedos, a cidade de Paraty, no Rio de Janeiro, também se destaca pela cena gastronômica.
A cidade tem restaurantes, dentro e fora do Centro Histórico, que atraem público com pratos elaborados com ingredientes regionais. São cozinhas que misturam elementos da cultura indígena, quilombola e caiçara.
Há oito anos, a Unesco (braço cultural da Organização das Nações Unidas) conferiu a Paraty o título de Cidade Criativa da Gastronomia. No Brasil, o reconhecimento se estende a Belém (PA), Florianópolis (SC) e Belo Horizonte (MG).
Ao integrar a rede das Nações Unidas, os municípios se comprometem a desenvolver parcerias que promovam a criatividade do setor.
O restaurante Banana da Terra, que fica em um casarão centenário na rua Dr. Samuel Costa, faz parte deste esforço. Fundado há 31 anos, endereço aposta na cozinha e cultura caiçara, com toque contemporâneo.
A casa é comandada pela chef Ana Bueno, que se encantou pela cidade e está em Paraty desde a adolescência. Por lá um dos destaques do menu é a sobrecoxa de pato com ravióli de queijo com banana- da-terra, folhas de jambu da mata atlântica e pesto de castanha com laranja curada (R$ 176).
“A gente começou fazendo a comida da nossa casa. Hoje o Banana tem essa conexão com a cidade. Oferece o DNA paratiense”, diz. O restaurante de Ana recebe muitos turistas, especialmente estrangeiros.
Como a cidade ainda não tem um centro de formação de mão de obra para o setor e muitos trabalhadores são de temporada, o restaurante resolveu fazer o seu próprio treinamento. Hoje mantém a mesma equipe há três anos.
O sucesso da casa inspirou Ana a apostar em outros dois empreendimentos: o Café Paraty e a Casa Paratiana.
Mais descolado, o Café serve drinques autorais e tem programação musical. Ele é bem frequentado por moradores da cidade.
O endereço tem pratos principais e petiscos, como as coxinhas (R$ 44 a porção com oito). É obrigatório experimentar o drinque Jorge Amado, que leva limão, maracujá e a cachaça Gabriela (R$ 37).
Já A Casa Paratiana é o empreendimento mais novo do grupo, inaugurado em 2024. O restaurante traz as raízes do Vale do Paraíba, onde nasceu a chef, e divide terreno com um alambique, tocado pelo marido de Ana.
Fica em um casarão rosa salmão de pé direito alto. Ao lado fica o Alambique da Cachaça Paratiana, à beira de uma cachoeira.
Saem da cozinha receitas com cheirinho de fogão a lenha. Destaque para a carne assada da Vó Vanda, uma receita de família que leva batatas douradas, espaguete ao óleo e feijão (R$ 88).
Outras opções são o arroz caldoso de frango caipira e quiabo picante (R$ 78) e a carne de porco na lata, servida com feijão tropeiro, arroz, banana à milanesa e couve (R$ 88).
O alambique influencia bastante a carta de drinques da casa. Vale provar o melaço, que leva cana, abacaxi, limão e a cachaça Labareda (R$ 30).
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A chef também se dedica a iniciativas sociais da cidade. Participou de projetos para melhorar a merenda de escolas municipais e ajudou a mapear produtores da região e conectá-los a restaurantes. Ela fundou o Instituto Paratiano de Gastronomia, entidade sem fins lucrativos que promove a gastronomia de Paraty.
Banana da Terra
R. Dr. Samuel Costa, 220, Centro Histórico. Todos os dias, das 12h às 23h. @restaurantebananadaterra
Café Paraty
R. do Comércio, 253 Centro Histórico. Ter. a dom., das 12h às 23h. @restaurantecafeparaty
Casa Paratiana
Alambique Paratiana – Estrada da Pedra Branca, km 1, 1100, zona rural. @restaurantecasaparatiana
O jornalista viajou a convite do Instituto Paratiano
Fonte.:Folha de São Paulo


