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11 de outubro de 2025

Macron reconduz Lecornu ao cargo de premiê 4 dias depois de ele pedir demissão

Macron reconduz Lecornu ao cargo de premiê 4 dias depois de ele pedir demissão

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PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta sexta-feira (10) que Sébastien Lecornu será reconduzido ao cargo de primeiro-ministro, quatro dias após ele ter pedido demissão.

A nomeação foi anunciada às 22h locais (17h de Brasília), alguns minutos depois de expirado o prazo de 48 horas prometido na quarta (8). Já se especulava que a decisão ficaria para o sábado. No mesmo horário, os franceses assistiam ao jogo da França contra o Azerbaijão pelas eliminatórias da Copa do Mundo.

Lecornu confirmou por comunicado, poucos minutos depois, que aceitou a missão “por dever”, mesmo tendo dado a entender na quarta, em entrevista na televisão, que “sua missão estava terminada”. O comunicado do Eliseu afirma que o presidente dará “carta branca ao primeiro-ministro”.

Ele prometeu que aceitará dialogar sobre todos os temas -o que significa, principalmente, rediscutir a reforma das aposentadorias. “Os debates irão até o fim”, disse Lecornu, que impôs como condição de participação em seu gabinete que nenhum ministro tenha “ambições presidenciais para 2027”.

“É preciso pôr fim a essa crise política que exaspera os franceses e a essa instabilidade ruim para a imagem da França e de seus interesses”, acrescentou o premiê em seu comunicado.

Imediatamente os partidos de oposição de ultraesquerda e ultradireita, respectivamente A França Insubmissa (LFI) e Reunião Nacional (RN), anunciaram que não vão negociar com Lecornu. Prometem apresentar já na segunda-feira (13) uma moção de censura para derrubar o governo.

“O carrossel roda e continua no mesmo lugar”, ironizou Jean-Luc Mélenchon, da França Insubmissa (LFI), de ultraesquerda. Jordan Bardella, da Reunião Nacional (RN), de ultradireita, acusou Macron de ter medo de uma nova eleição legislativa, em que as pesquisas apontam a ultradireita como favorita.

Macron convocou uma reunião com os chefes partidários na tarde desta sexta, no Palácio do Eliseu. Não foram convidados apenas os líderes da RN, Marine Le Pen, e da LFI, Jean-Luc Mélenchon.

A recondução de Lecornu ao cargo de premiê não deverá encerrar a crise política que paralisa o país há mais de um ano. Presidenciáveis, como Marine Le Pen e Jean-Luc Mélenchon, e até macronistas, como Édouard Philippe, do Horizontes (centro-direita), propuseram a saída antecipada do presidente.

A crise se arrasta desde que Macron tomou a fatídica decisão de dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições legislativas, em junho de 2024.

À época, o presidente alegou que era preciso deixar clara a vontade dos franceses, após o mau resultado de seu partido (Renascimento) nas eleições para o Parlamento Europeu.

Mas o resultado foi ainda mais confusão. A esquerda ficou com 193 deputados, o centro e a direita com 166 e a ultradireita com 142, todos longe da maioria absoluta de 289 necessária para aprovar leis.

Macron recusou-se a seguir a praxe e indicar o nome proposto pelo bloco com mais cadeiras, a esquerda, para o cargo de premiê, a economista Lucie Castets. A pretexto de aguardar o término dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Paris, procrastinou por dois meses, até indicar um político de direita, Michel Barnier.

Esquerda e ultradireita somaram seus votos para derrubar Barnier após apenas três meses no poder. O presidente nomeou, então, um veterano centrista, François Bayrou. Ele aguentou um pouco mais: nove meses, até ser, por sua vez, deposto por um voto de censura no Legislativo.

Macron recorreu a um aliado de longa data, o ministro da Defesa, Sébastien Lecornu. Depois de três semanas negociando a montagem de um ministério, Lecornu surpreendeu ao renunciar, na última segunda-feira (6), com apenas 27 dias no cargo, alegando falta de condições para governar.

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Fonte. :. Noticias ao minuto

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