Após participar da abertura do Fórum Mundial da Alimentação 2025, nesta segunda-feira (13), em Roma (Itália), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o cenário internacional e elogiou o avanço das negociações de paz entre Israel e Palestina. Em conversa com jornalistas, o presidente defendeu que a comunidade internacional adote o mesmo empenho diplomático para resolver outros conflitos, como a guerra entre Rússia e Ucrânia. “Eu estou feliz porque, antes tarde do que nunca, finalmente parece que se encontrou uma saída para o conflito entre Israel e Palestina. Me parece que há muitas possibilidades de um acordo ser definitivo, e eu acho que isso é muito importante. Não se vai devolver a vida dos milhões que morreram, mas se devolve pelo menos o direito das pessoas de dormirem tranquilas, sem medo de uma bomba, sem medo de um prédio cair”, afirmou.
A declaração ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que “a guerra acabou” ao embarcar para Israel, em missão relacionada à libertação de reféns de Gaza, sob o acordo de cessar-fogo firmado entre o Estado israelense e o Hamas.
Lula ressaltou que o Brasil apoia toda iniciativa voltada à paz e que o diálogo deve servir de exemplo para outros conflitos. “Se o mundo foi capaz de resolver talvez a questão de Israel, eu penso que está na hora de começar também a pensar em resolver o problema da guerra da Ucrânia e da Rússia. Eu acho que é plenamente possível”, declarou.
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Encontro com o Papa e combate à desigualdade
Durante a agenda em Roma, o presidente também se encontrou com o Papa Leão XIV, no Vaticano, e destacou a sintonia entre ambos nas pautas de justiça social e combate à pobreza. “A conversa que eu tive com o Papa foi muito boa. Parecia que eu estava conversando com alguém que eu já conhecia há 20 ou 30 anos”, contou.
Lula elogiou a Exortação Apostólica Dilexi Te, recentemente publicada pelo pontífice, que aborda o dever da Igreja e dos governos em enfrentar a desigualdade. “Não poderia haver documento mais atual do que o do Papa. Vai fazer um bem a todos os católicos do mundo inteiro”, disse.
O presidente ainda convidou o Papa para participar da COP30, que será realizada em Belém (PA), em novembro de 2025. Embora não possa comparecer por compromissos anteriores, o pontífice expressou desejo de visitar o Brasil em outra ocasião, reconhecendo o papel do país como maior nação católica do mundo.
Erradicação da fome: vontade política é essencial
Ao comentar os debates do Fórum Mundial da Alimentação, Lula reforçou que o combate à fome depende menos de recursos e mais de decisão política. “A fome não é um problema econômico. A fome é um problema político. Se houver interesse político dos governantes, se encontrará um jeito de colocar o café da manhã, o almoço e a janta para o povo pobre do mundo inteiro”, declarou.
Lula defendeu que os governos incluam os mais vulneráveis nas discussões orçamentárias e lembrem que “os pobres não podem ser tratados como invisíveis”. “Se a gente fizer isso, a gente acaba com a fome no mundo”, concluiu.
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Fonte.: MT MAIS