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18 de outubro de 2025

Aquisição da EA por fundo da Arábia Saudita gera preocupação nos EUA! Entenda

Aquisição da EA por fundo da Arábia Saudita gera preocupação nos EUA! Entenda

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A recente aquisição da Electronic Arts (EA) por um consórcio liderado pelo Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita levantou preocupações dentro do governo dos Estados Unidos. O acordo, avaliado em aproximadamente US$ 55 bilhões, foi anunciado no mês passado e prevê que o grupo adquira 100% da gigante dos videogames. 

No entanto, a transação, considerada uma das maiores já realizadas no setor, chamou atenção de autoridades norte-americanas devido a possíveis implicações de segurança nacional e influência estrangeira.

O consórcio responsável pelo negócio também inclui a Silver Lake e a Affinity Partners, esta última fundada por Jared Kushner — genro do presidente Donald Trump. Segundo documentos públicos, a Affinity tem forte financiamento saudita, o que aumentou o escrutínio político sobre a operação. 

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Para legisladores dos EUA, o investimento pode representar uma tentativa de o governo saudita expandir sua influência sobre o setor cultural e tecnológico norte-americano por meio de uma das maiores editoras de jogos do mundo.

Dois senadores norte-americanos questionaram a aquisição da EA

Os senadores Richard Blumenthal e Elizabeth Warren enviaram uma carta ao Secretário do Tesouro, Scott Bessent, pedindo que o Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS) avalie a transação com rigor. Ambos alertaram sobre “riscos à segurança nacional e à integridade cultural” caso a compra seja aprovada sem restrições.

Na carta, os parlamentares afirmam que os investimentos estratégicos do PIF em áreas como esportes e videogames “não têm foco em retorno financeiro, mas sim em influenciar a opinião pública global”. 

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Segundo os senadores, o pagamento de um valor acima do mercado pela EA reforça essa suspeita. “O desejo da Arábia Saudita de comprar influência por meio da aquisição da EA é evidente na transação”, escreveram Blumenthal e Warren.

Os senadores também criticaram a presença da Affinity Partners na negociação, afirmando que a empresa foi incluída apenas para facilitar a aprovação do negócio junto ao governo norte-americano. Eles afirmam que “a ligação de Jared Kushner com o PIF levanta sérias dúvidas sobre conflitos de interesse e favorecimento político”.

Políticos estão preocupados com teorias da conspiração

De acordo com a carta enviada pelos parlamentares, a aquisição da EA pode “eliminar a transparência das atividades da empresa” e dar ao governo saudita o poder de interferir nas narrativas culturais contadas por meio dos jogos. “O PIF estaria em posição de ditar ou vetar quais histórias são contadas aos americanos por meio dos videogames”, escreveram.

Os senadores argumentam que, sob controle estrangeiro, a EA poderia ser usada como instrumento de propaganda cultural. “A capacidade do governo saudita de exercer sua influência por meio da EA ofereceria ao regime uma ferramenta eficaz para projetar poder global”, afirmam os políticos.

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Blumenthal e Warren também citaram o histórico do governo saudita de censura e perseguição a críticos, levantando preocupações sobre liberdade de expressão e privacidade dos usuários. Segundo eles, a privatização total da EA “poderia abrir brechas para manipulação de conteúdo e coleta indevida de dados sensíveis de jogadores”.

Além disso, a carta alerta que a parceria financeira com Kushner “aposta em um bilhão de dólares” na capacidade do ex-assessor de Trump em garantir aprovações regulatórias. O texto acusa o acordo de seguir o padrão de “corrupção e monetização do poder político” que marcou o governo anterior.

Senadores pedem explicações para a EA

Blumenthal e Warren também enviaram uma carta ao CEO da EA, Andrew Wilson, pedindo esclarecimentos sobre a aquisição e o futuro da empresa sob controle do PIF. Eles afirmam estar “profundamente preocupados com a independência editorial e operacional” da publisher e exigem garantias de que a EA continuará livre de influências políticas e autoritárias.

Os parlamentares solicitaram respostas específicas em cinco pontos principais:

  • Proteção de dados — Como a EA garantirá que as informações pessoais dos jogadores não sejam acessadas pelo PIF ou pelo governo saudita?
  • Exigências governamentais — Como a empresa responderá a uma eventual solicitação de dados por parte do governo da Arábia Saudita?
  • Uso de IA — Que medidas serão tomadas para evitar o uso indevido de tecnologias de inteligência artificial desenvolvidas pela EA?
  • Integridade narrativa — Como a EA garantirá que seus jogos não sejam usados para propaganda política ou censura de conteúdo?
  • Registro de agentes estrangeiros — Se algum funcionário precisará se registrar sob a Lei de Registro de Agentes Estrangeiros (FARA) após a conclusão do negócio.
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Em resposta inicial, a EA afirmou que o acordo foi aprovado por seu conselho de administração e deve ser concluído até junho de 2026. A empresa destacou que Andrew Wilson continuará como CEO e que a sede permanecerá na Califórnia.

“Continuaremos a expandir os limites do entretenimento e criar experiências transformadoras para inspirar as gerações futuras”, disse Wilson em comunicado.

O que você acha da aquisição da EA pelo fundo saudita? As preocupações dos parlamentares norte-americanos são válidas? Deixe sua opinião nas redes sociais do Voxel!



Fonte.: TecMundo

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