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20 de outubro de 2025

Comer apenas uma vez por dia emagrece? Faz mal à saúde?

Comer apenas uma vez por dia emagrece? Faz mal à saúde?

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O caminho para a perda de peso é cheio de promessas que nem sempre se sustentam. Nas redes sociais, dicas do tipo ganham cada vez mais espaço, e se tornou comum ouvir sobre os supostos benefícios de comer apenas uma vez por dia.

Essa dieta, também conhecida pela sigla em inglês OMAD (One Meal a Day, literalmente “uma refeição por dia”) funciona como uma espécie de versão extrema do jejum intermitente. Nela, a pessoa busca o emagrecimento e a queima de gorduras ao jejuar por 23 horas do dia e, como o nome sugere, consome todos os alimentos de uma só vez.

A técnica, porém, exige cuidados e rigoroso acompanhamento profissional, e não deve ser feita por conta própria.

Mas emagrece mesmo?

Pessoas que realizam a OMAD costumam sentir um impacto na balança, o que explica tanta propaganda em torno do método. Mas isso tem menos a ver com a técnica em si, e mais com a matemática básica da perda de peso: comer menos calorias do que o seu corpo queima.

Ao fazer uma única refeição por dia, costuma ser mais fácil entrar em déficit calórico. Afinal, mesmo após um longo jejum costuma ser muito difícil ingerir cerca de 2 mil calorias de uma só vez (o valor se refere à média diária de uma alimentação padrão, sem foco na perda de peso, que pode variar de acordo com características individuais).

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+Leia também: Jejum intermitente não é melhor que restrição calórica para perder peso

Só que fazer uma única alimentação por dia vem acompanhado de uma série de riscos no curto e longo prazos. De imediato, pessoas se adaptando à OMAD podem apresentar episódios de hipoglicemia, acompanhados de mal-estar, tontura e alterações de humor.

Com o tempo, aderir a uma dieta desse tipo pode acabar tendo um efeito contrário ao desejado inicialmente, aumentando a chance de episódios de compulsão alimentar.

Dietas restritivas podem levar à compulsão alimentar

Diferentes estudos no Brasil e no exterior têm demonstrado que dietas restritivas acabam aumentando a propensão a desenvolver uma relação negativa com a comida, propiciando crises de compulsão alimentar: de modo geral, quanto mais tempo sem comer, maior o desejo por comida.

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Como dietas como a OMAD ou outras modalidades de jejum intermitente costumam ser insustentáveis no longo prazo, quando a pessoa retorna a um ritmo normal de alimentação é possível que ela passe a “compensar” o período restritivo exagerando na dose. Além de comer em grandes quantidades, pode haver uma prioridade dada a comidas vistas como “proibidas” durante uma dieta: alimentos açucarados e gordurosos, pobres em outros nutrientes.

Abordagens como fazer uma única refeição por dia costumam ser uma espécie de último recurso de pessoas que já tentaram outras técnicas de emagrecimento sem sucesso, com um histórico de frustrações que também traz uma bagagem que aumenta a probabilidade de desenvolver transtornos alimentares.

O ideal é não fazer qualquer dieta restritiva por conta própria, ouvindo sempre um profissional especializado em nutrição para estabelecer um plano que faça sentido para sua saúde e se encaixe em sua rotina. Lembre-se que perder peso é apenas uma parte do processo: é preciso garantir que você segue obtendo os nutrientes necessários para o corpo funcionar direito, e que a reeducação alimentar se mantenha mesmo após você atingir o peso desejado.



Fonte.:Saúde Abril

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