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- Author, Sean Coughlan
- Role, Correspondente da Família Real na BBC News
O rei Charles 3° e o papa Leão 14 se tornarão o primeiro monarca britânico e o primeiro pontífice a rezarem juntos em uma celebração religiosa desde a Reforma do século 16.
Esse momento histórico acontecerá na Capela Sistina, no Vaticano, durante a visita de Estado que o rei Charles e a rainha Camila farão na próxima semana.
Sob o famoso teto da capela, pintado por Michelangelo, a cerimônia reunirá clérigos e corais tanto da Igreja Católica Romana quanto da Igreja da Inglaterra, da qual o rei é o governador supremo.
A visita é considerada um importante símbolo de reconciliação, em uma viagem que também marca o primeiro encontro entre o rei e o novo papa, nascido nos Estados Unidos.
Visita de Estado

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A visita de Estado ao Vaticano foi remarcada depois que a anterior foi adiada devido à saúde debilitada do papa Francisco, antecessor de Leão.
Os monarcas britânicos tiveram uma reunião privada com o papa Francisco em abril, por ocasião do 20º aniversário de casamento do casal real, em um dos últimos encontros do então pontífice com visitantes de alto nível antes de sua morte, em 21 de abril.
A visita de Estado, que ocorrerá nos dias 22 e 23 de outubro, incluirá uma série de reuniões e cerimônias que destacarão as cordiais relações entre a Igreja da Inglaterra e a Igreja Católica.
Charles e Camila se encontrarão com o papa e altos funcionários do Vaticano, e será realizado uma celebração ecumênica especial, unindo as tradições católica e anglicana, no qual o rei e o papa rezarão juntos.
O ato na Capela Sistina se concentrará na proteção da natureza, em reconhecimento ao apoio do rei às causas ambientais.
O objetivo é mostrar a harmonia entre as duas religiões, com o coral da Capela Sistina cantando junto com o coral da Capela de São Jorge e do coral da Capela Real de Sua Majestade.
A capela do século 15, ricamente decorada, é o cenário do conclave de cardeais que elege o papa.
Encontros entre monarcas e pontífices já aconteceram anteriormente, incluindo os da falecida rainha Elizabeth 2.
Mas, segundo o Palácio de Buckingham e a Igreja da Inglaterra, não houve um momento semelhante, com um monarca britânico e um papa razando juntos em uma celebração religiosa compartilhada, desde a separação de Henrique 8 de Roma no século 16.
Fontes reais têm destacado a importância histórica desta ocasião, já que o rei tem um compromisso de longa data com a construção de pontes entre as religiões.
Mais um evento centenário

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Haverá outra a era pré-Reforma quando o rei Charles comparecer a uma celebração na Basílica de São Paulo extramuros.
Essa igreja e abadia, que abriga o túmulo de São Paulo, tem sido tradicionalmente associada à monarquia inglesa desde a época dos governantes medievais e anglo-saxões, que contribuíram para a manutenção do prédio em Roma.
A insígnia da Ordem da Jarreteira tem sido exibida aqui durante séculos, refletindo seus vínculos com a monarquia inglesa.
O monarca adotará um título honorífico e espiritual associado à abadia, tornando-se o que é chamado de “irmão real”, como parte da irmandade da abadia.
Um porta-voz da Igreja da Inglaterra afirmou que o título é uma homenagem ao “trabalho do rei, durante décadas, para encontrar pontos em comum entre as religiões e unir as pessoas”.
Charles 3° ocupará um assento projeto especificamente para esse fim, decorado com o brasão de armas do rei, que permanecerá no local pra uso futuro dele e de seus sucessores.
Visitas de Estado são realizadas em nome do governo, e um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido declarou: “A Igreja Católica é a maior denominação da religião mais importante do mundo”.
Por isso, a visita do rei e da rainha “fortalecerá a relação do Reino Unido com esse parceiro influente e crucial”, acrescentou.
Fonte.:BBC NEWS BRASIL