Montadoras que atuam no Brasil podem paralisar a produção de carros, nos próximos dias, por causa de uma nova escassez de chips que vem ameaçando o mercado em todo o mundo. O alerta foi dado esta semana pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
De acordo com a entidade, a indústria automotiva já sente os efeitos do possível problema em fábricas no continente europeu, cenário que remete ao auge da pandemia de covid-19, quando os componentes também estavam em falta. Para ela, as atividades devem ser afetadas “em questão de semanas”, se nada mudar.
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O que pode causar uma nova escassez de chips?
A possível baixa na oferta de semicondutores mencionada pela Anfavea tem relação com o imbróglio geopolítico envolvendo a Nexperia. Recentemente, o governo da Holanda tomou o controle da fabricante de chips que, embora sediada no país, é subsidiária da chinesa Wingtech Technology.
- Essa medida foi justificada pelas autoridades holandesas como necessária para proteger a propriedade intelectual da empresa, temendo o vazamento da tecnologia para a China;
- Pequim, por sua vez, disse que o governo holandês agiu assim por temer a transferência da produção local para a Ásia;
- Como retaliação, a China suspendeu temporariamente as exportações dos componentes eletrônicos produzidos pela Nexperia;
- A restrição na oferta de itens vitais para a produção de automóveis começou a impactar fábricas na Europa, com a imprensa local citando paralisações de diferentes marcas, como a Volkswagen, embora a montadora alemã não confirme.
Segundo a Anfavea, os veículos modernos utilizam de 1 mil a 3 mil chips, dependendo do modelo e da marca. Eles são essenciais para a montagem de módulos de controle, sistemas de injeção e ferramentas de segurança, entre outros recursos, com a falta desses componentes inviabilizando a continuidade da linha de produção.
A associação afirma que notificou o governo federal a respeito da necessidade de medidas para mitigar a possível escassez e evitar o desabastecimento de semicondutores no Brasil, Outros segmentos industriais também podem ser afetados pela crise dos chips.
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Fonte.: TecMundo


